domingo, 3 de junho de 2012

Trabalho, mas também justiça

    Quase tinha prometido a mim mesmo, não falar, comentar, fazer qualquer alusão aos episódios pseudo-políticos que correm hoje na grande mídia. Falo pseudo-políticos porque à rigor são episódios que ocorrem na esfera policial, só que vividos por políticos e ministro do STF, que se superou em non-sense. Custa crer que alguém medianamente informado dê algum crédito a este ministro que se auto-incrimina. Ou tenta não sei o que, de tão infantil a pantomima que nem sabe de cor. 
      Mas é impossível não se manifestar diante de tanta desfaçatez, tanta cara-de-pau. Tal a imersão neste mar de esgoto, que nem percebem que o seu verdadeiro alvo passa incólume, de tão envolvida no problema maior; a crise e seus desdobramentos no resto do mundo. E é sobre este tema realmente que gostaria de falar após ler no site http://correiodobrasil.com.br/alta-do-dolar-pode-levar-o-brasil-a-fabricar-e-exportar-componentes-eletronicos-que-ainda-sao-importados/463570/ que comenta a possibilidade de fabricação de chips no país.  Lembro que a Semikron, empresa multinacional de origem alemã, já há tempos produz (?) diodos de potência no país; o que mostra que a fabricação é uma questão de escala. Por esta razão muito me interessou ler a notícia da elevação do dolar. Mas, mesmo não sendo economista (nem mineiro), chamo atenção que até em economia a máxima mineira é válida:  "tudo que é muito, é demais". Um dolar muito  desvalorizado não retorna equivalentes e necessárias trocas. Se muito valorizado, não se exporta. Ou seja, o valor a ser gerenciado ( é este o termo mesmo, controlado ) por quem de responsabilidade do Estado, será aquele que ao longo de uma trajetória desenvolvimentista vai se ajustando ao equilíbrio das trocas.  Com isso a produção local vai achando seus espaços externos, pois os internos, reitero e reitero, serão espaços que o governo terá de criar, tanto nas suas encomendas quanto na sua política fiscal.
      Dito o principal desta minha cruzada que tem como síntese a escolha pelo "Produzido no Brasil", volto ao tema mais badalado, mas não desejado, para externar o seguinte: - A quem não interessa a produção industrial brasileira e o seu paralelo desenvolvimento tecnológico, são os mesmos que legaram uma educação pública destruída, uma distribuição de renda imoral, um dos piores índices GINI do mundo, uma auto-estima demolida; são os mesmos que acabaram gerando uma monstruosidade chamada Mayara Petruso. 
      Não posso deixar de comentar que houve tempos em que, mesmo com divergências, acabava se achando um ponto de equilíbrio, ainda que à custa da imensa população miserável. Agora, não sei se pela diminuição do juro imoral, todo o ódio de classe e a intolerância afloram e ( nem estamos em período de eleição ainda, falo da municipal ) pois o equilíbrio tende para o lado da produção e não da agiotagem. É exatamente aí que está a causa essencial desta pseudo-crise, pantomima que teria de ir direto para delegacia de polícia, local exigido por lei para se registrar crime, seja de empresa jornalística, de senador, de banqueiro, de empresário e toda a caterva que vêm vivendo de renda e da exploração do Povo. 
     É claro que temos de produzir, mas também temos de fazer justiça e mandar toda a corja de rentistas, inimigos do trabalho, pro seu devido lugar que é a cadeia.