quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

ERP-simulação-continuação 4

Evoluindo a resposta a primeira questão, dentre as três do texto anterior (ERP, simulação-continuação-2)
. Situação ótima, é a de maior lucro?                                               
. Sobre que elementos incide a ação de simulação?                         
. O exercício de simulação (what-if) é a única heurística possível?
é necessário rever a evolução do ERP, partindo da solução de Joseph Orlicky (MRP-Material Requirements Planning), passando pela solução (MRP-II, Manufacturing Resource Planning) de George Plossl, que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente em 1981 e a evolução dos segmentos comportamentalistas que propõem as soluções, como a Teoria das Restrições de Elyiahu Goldratt, que tive a oportunidade de acompanhar em 1981 também, a LEAN e outras que emergiram do progresso e das experiências bem sucedidas das industrias japonesas no anos 80. Todas estas técnicas, sejam sistêmicas, sejam gerenciais, partiam da demanda independente já resolvida alhures. Ou seja, dado o conhecimento desta, partia-se então para a busca da maximização do lucro, como elemento aglutinador de capacidades e de competências; no limite, tendo a demanda do mercado como irrevogável e determinante dos esforços empresariais, dos recursos (material, mão-de-obra, energia, capital) sem medir suas restrições sejam internas ao negócio ou sejam inerentes a toda a cadeia de suprimentos (supply-chain). Por que então trazer esta visão, digamos histórica? Porque toda esta evolução e todos estes esforços acadêmicos, técnicos, partiam de um pressuposto de ter o lucro atendendo a uma determinada perspectiva de demanda. Em uma simulação "what-if" exige-se a memória (marcação histórica) destes exercícios; daí o repositório Histórico de Análises.
      Então esta primeira questão compreendo que somente pode ser plenamente respondida se forem considerados os seus desdobramentos sociais; mas não é este o presente escopo e não possuímos conhecimento para nos aventurarmos nesta área social e econômica. Está de bom tamanho.

      Quanto a segunda questão [ Sobre que elementos incide a ação de simulação? que poderia ser respondida sinteticamente declarando os dois únicos elementos passíveis de simulação e interação, (ou seja: os estoques de insumos e o "lote de ressuprimento", ou em outros termos a "quantidade a suprir", seja por encomenda a fornecedores, seja por produção interna), deve ser mencionado que estas duas grandezas devem respeitar na simulação as restrições pertinentes. No caso de estoque, as restrições de quantidade (espaço, capacidade de estocagem, tempo de estocagem) e no caso do "lote de suprimento", seja na encomenda externa, seja na produção interna, deve se considerar as quantidades mínimas de encomenda, as quantidades máximas, múltiplas e a época-sazonalidade, pois podem existir restrições quantitativas e mesmo meteorológicas (intensidade de chuvas, neve, temperatura). A antiga fórmula do EOQ (economic order quantity) ou Lote de Wilson, criada na década 20 (um século), que ainda hoje vemos em alguns sistemas ERP, já não se aplica a nenhum caso de simulação.

       Quanto a terceira questão [ O exercício de simulação (what-if) é a única heurística possível?] temos que admitir que estando tratando de sistemas computacionais. A heurística aqui proposta é simular a "rodada" do Planejamento de Produção (MRP) ensaiando Lotes e níveis de estoque, de todos os itens participantes, a partir de posição real de forma alcançar, dentro do Horizonte ensaiado, a condição atendimento a demanda...com a menor utilização de recursos possível. Ou seja, ao menor custo. respeitando todas as restrições reais. Logicamente, terá de haver ensaios tantos quantos atendam a solução ...É a acumulação de experiências (simulações) que construirá progressivamente a validade da análise "what-if". Nem pode se considerar a construção de uma metodologia "what-if" que não tenha coberto um período superior a pelo menos três ciclos de produção. Assim, a definição de horizontes de análise também deve cumprir tal recomendação, visto que as consequências, os efeitos das providências neste período é que construirão os critérios de "verossimilhança", de "confiança", de "viabilidade" aplicáveis aos "palpites" bayesianos. O aprofundamento e completação da resposta desta última questão ainda irá requerer considerações de natureza sistêmica, ou seja no ramo computacional, relativas a construção das estruturas de dados. 

(haverá um intervalo na sequência ERP) quando outro assuntos serão tratados, voltando a questão ERP a partir de 9 de janeiro do ano que vem. Feliz Ano Novo.