sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ontem eu orei

    Ontem resolvi ficar até tarde assistindo "o movimento" nas redes de TV, com natural preferência pela Globo, pois esta ficou 3 horas no ar, sem futebol, sem novela e, .....sem comercial. Tudo para garantir a cara e extensa cobertura nacional, de Belém até uns gatos pingados, literalmente pois chovia lá, em Porto Alegre, passando por Brasilia, por São Paulo, por várias capitais e, Rio de Janeiro, a maior delas. Tão logo acabou a cobertura do Rio de Janeiro, então voltou a rotina dos comerciais; afinal três horas sem faturar (ou não?) é um baita prejuízo. Pois bem, senhores de esquerda, direita, de cima e de baixo. Para mim este grupo (MPL-Movimento Passe Livre), que desde 2005 tem honestamente trabalhado em favor da população, sofreu uma tremenda rasteira, pois vejam no noticias.terra (Em nota, Movimento Passe Livre criticou hostilidade a militantes de partidos e rejeitou oportunismo), leiam também a militante do MPL em (https://medium.com/primavera-brasileira/dfa6bc73bd8a). Tudo isto porque ingenuamente não perceberam que a rede inaugurada (1990) por poucas pessoas que controlavam, e controlam, trilhões de dólares ao redor do mundo, é a mesma que permite que poucos controlem milhões de mensagens para pessoas que nem tinham nascido quando da criação da OMC. A mesma organização que outrora criara a "globalização" e agora elegeu o brasileiro Embaixador Roberto Azevedo, arrostando o poder dos poderosos.  
    Seja no "facebook", seja no "Orkut" ou qualquer outra "network", o comportamento de adesão é o mesmo: a necessidade de estar próximo e uma forma, talvez única para muitos, de ser ouvido, de ser notado. Tão própria e natural no indivíduo jovem e naqueles que mantém um processo perceptivo pouco evoluido. Ou por defeito de formação acadêmica, ou por falta de escola, ou por falta de representação honesta. Ou seja, por alguma forma que lhe oblitere a visão crítica, tenha o indivíduo o nível de escolaridade que tiver ( já que a "Escola" não tem ensinado o homem a ser crítico,...Paulo Freire trabalhou para isso, mas aí já é outra história), e o nível sócio-econômico que tiver.  Diante e dentro  da massa eletrônica, nem é crítico e nem criativo. Apenas segue.
    A mensagem nos foi dada, a realidade se revela na sua plenitude e exige que enfrentemos o inimigo que está dentro das nossas casas, que infectou a cadeia de informação do País. Vemos claramente que é absolutamente impossível a articulação simultânea de massas, não sendo à partir de um núcleo; a natureza nos ensina. O modelo epistemológico do rizoma (Deleuze, Guattari) revela a dinâmica ora aplicada por quem de interesse. Óbvia percepção da mente crítica que mantém o estado permanente de vigília sociológica e política.
   Logo após a "cobertura", quando entram os comerciais, entra no ar a propagando política do PPS, logo após a "cobertura" vários convidados já estavam à postos, (vieram do nada) para refletir (pelos ouvintes).
    Ou voltemos a ser donos do nosso nariz ou alguém vai passar uma argola por ele e nos conduzir para onde queira na grande feira liberal. Ou voltemos a ser honestos com nossos compatriotas, que agora ascendem a condição de cidadãos, mesmo que pobres, e mesmo conosco mesmos, ou teremos que amargar em futuro próximo a condição de escravo, que tanto sacrifício e vidas custou.  Por isso ontem orei.
    Entretanto sei que a verdade abertamente se revelará:  
"Habacuque 1:
Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo e a sua dignidade.

E os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, e mais espertos do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda parte; os seus cavaleiros virão de longe; voarão como águias que se apressam a devorar.

Eles todos virão para fazer violência; os seus rostos buscarão o vento oriental, e reunirão os cativos como areia.

E escarnecerão dos reis, e dos príncipes farão zombaria; eles se rirão de todas as fortalezas, porque amontoarão terra, e as tomarão.

Então muda a sua mente, e seguirá, e se fará culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus.
Habacuque 1:7-11
Eles todos virão para fazer violência; os seus rostos buscarão o vento oriental, e reunirão os cativos como areia.
Habacuque 1:9
Eles todos virão para fazer violência; os seus rostos buscarão o vento oriental, e reunirão os cativos como areia.

E escarnecerão dos reis, e dos príncipes farão zombaria; eles se rirão de todas as fortalezas, porque amontoarão terra, e as tomarão.

Então muda a sua mente, e seguirá, e se fará culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus.
Habacuque 1:9-11
9:"Eles todos virão fazer violência, os seus rostos buscarão o vento oriental, e reunirão os cativos como areia. 10: Escarnecerão dos reis e dos príncipes farão zombaria, eles se rirão de todas as fortalezas, porque amontoarão terra, e as tomarão. 11: Então muda a sua mente, e seguirá, e se for culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus"
    Mais do isso não poderia dizer, mas mais do que isso peço em nome daqueles que só agora tem esperança. Os já vencidos e derrotados na alma, que Deus se apiede destes.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

in dubio pro misero.

     Faço uma reflexão sobre o atual movimento das ruas e para o qual apresentei sete questões que continuo a tentar esclarecer. No entanto tenho a obrigação de relatar a experiência de quem já foi a passeatas na década de 70 e mesmo de 80. Época que marcou a existência de líderes que lutaram pela avanço da democracia no país. Se hoje se pode marchar à favor de mudanças, quaisquer que sejam, não podemos esquecer que foi conquista de muitos que pagaram esta ousadia até com a vida. Não podemos deixar de refletir sobre o resultado que queremos. Se é anulação das passagens, esta vitória foi conquistada. Se existem bandeiras outras, que não venham a prejudicar a marcha em direção a uma evolução da democracia, que se apresentem, para o debate e o contraditório. Será na rua que se ensejará este debate? Com quem? Com quem desejamos debater?
     Afora as perguntas, as sete anteriores já oferecidas, oferto agora duas simples perguntas, básicas, que terão de ser respondidas para que a sociedade dos que tomam trem, dos que iniciam o seu trabalho as sete da manhã, os meus compatriotas humildes, faxineiros, balconistas, peões de obra, e todos aqueles que queremos alcançar com os programas sociais, possam validar este movimento de classe média. (Os baderneiros evidentemente não contam em nenhuma circunstância): - A quem é endereçada agora a pauta de reivindicações, se são reivindicações? E, se descartada e intermediação do Parlamento, uma das conquistas democráticas, como se processará o atendimento destas?
     Não custa avisar aos de boa fé que, se houver uma desestabilização institucional, não adiantará agora, como no passado, recorrer a militares, pois juntamente as operações GLO, estes estarão ocupados em defender o Pré-Sal, a construir submarinos, inclusive nuclear, e uma vasta gama de ações que foram negligenciadas na época neo-liberal. E que, se o desgaste tiver endereço o Governo Federal, lembro ainda que será este o Guardião da Ordem. Quero colaborar com esta reflexão: O objeto deste movimento terá verdadeiramente de alcançar os alijados da democracia, os pobres, os sem oportunidade, os miseráveis; aqueles que hoje são o objeto principal das reformas e programas sociais em curso. E aconselho, em caso de dúvida, ao responder as questões, use a velha máxima do direito: in dubio pro misero.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Quero acreditar

     Ao ler as manchetes dos jornalões nesta manhã de 18/06/2013, vejo a ampla e bombástica cobertura da marcha do dia anterior do dito "Movimento Passe Livre. Este movimento tem conseguido apoio midiático para as passeatas ao longo desta últimas semanas. Diz o Movimento em sua página que a sua missão é a estatização do transporte urbano; passando totalmente das mãos de proprietários que exploram e usam politicamente o transporte público, para as mãos do Estado.
      Evidentemente que esta medida teria de alcançar aqui no Rio de Janeiro, o Metro e a Supervia. Uma que explora o transporte ferroviária sub e outra que, de superfície, é um butim dos tempos das privatizações.
      Tudo isto me parece justo, concorde eu ou não, mas algumas questões ainda me encomendam e tento respondê-las com a maior isenção. 
      Parto do pressuposto que um movimento vindo de jovens, constituído por jovens, mesmo não tendo obrigação de ser justo tal movimento, dado ao fato de serem apenas humanos os seus manifestantes, tem que dar certo. No entanto as questões que tento responder não estão na pauta deste movimento e sempre são contaminadas pelas bombásticas declarações da grande mídia. Eis aí as questões que tento responder com isenção:

1- Por que não houve tal movimento na ocasião do aumento do Metro e dos Trens da Supervia,   transporte utilizado pelas classes sociais trabalhadoras aqui no Rio de Janeiro?

2- Por que tais manifestações insistem em por as Forças de Segurança em cheque, quando são feitas no horário de pico, quando os trabalhadores, já cansados, retornam para seus lares e quando impedem o democrático ir e vir das pessoas? 

3- Por que, ao aceitarem a crítica social de todos os matizes, misturam seu lídimo propósito com a oportunidade de por em risco um evento importante que serviria ( malgrado suas mazelas ) a projeção do país em escala mundial?

4- Por que não rechaçaram imediatamente a denominação de "primavera", imitando o movimento dos países àrabes que viviam sob feroz ditadura, tentando derrubar o governo imposto?

5- Por que, mesmo sabendo que o(s) Estado(s) atual, democrático, tendo ( concordemos ou não ) um Governo legitimamente eleito, os apoiará, os coloca na condição de resolver ex abruptu um problema herdado da era ditatorial e neo-liberal?   
  
6-  Por que, tão ingenuamente, rejeitam a natureza política ( mesmo não sendo partidária ) do movimento;  já que utilizam a polis como objeto e meio de sua ação? E ainda assim aceitam apoio de políticos?

7- E, por derradeiro, por que este movimento, aliás, seus organizadores, já que não existe movimento acéfalo, não se apresentam publicamente e aceitam democraticamente o contraditório? Assim fizeram seus antecessores, quando jovens,  em diversas oportunidades.

     Estas sete questões necessito respondê-las e, de forma democrática, as coloco para aqueles que, de alguma maneira, possam ser mais lúcidos do que eu, e desvendem este recente fenômeno político, como soe ser qualquer manifestação coletiva, de protesto ou não, mesmo não sendo partidária.
     Quero acreditar na oportunidade deste movimento. Quero acreditar na lisura deste movimento. Quero acreditar na ausência de oportunismo deste movimento. Quero acreditar que este movimento, mesmo vindo de jovens de classe média, venham beneficiar aqueles que tanto necessitam de nosso trabalho e esforço.