Faço
uma reflexão sobre o atual movimento das ruas e para o qual
apresentei sete questões que continuo a tentar esclarecer. No
entanto tenho a obrigação de relatar a experiência de quem já foi
a passeatas na década de 70 e mesmo de 80. Época que marcou a
existência de líderes que lutaram pela avanço da democracia no
país. Se hoje se pode marchar à favor de mudanças, quaisquer que
sejam, não podemos esquecer que foi conquista de muitos que pagaram
esta ousadia até com a vida. Não podemos deixar de refletir sobre o
resultado que queremos. Se é anulação das passagens, esta vitória
foi conquistada. Se existem bandeiras outras, que não venham a
prejudicar a marcha em direção a uma evolução da democracia, que
se apresentem, para o debate e o contraditório. Será na rua que se
ensejará este debate? Com quem? Com quem desejamos debater?
Afora as
perguntas, as sete anteriores já oferecidas, oferto agora duas
simples perguntas, básicas, que terão de ser respondidas para que a
sociedade dos que tomam trem, dos que iniciam o seu trabalho as sete
da manhã, os meus compatriotas humildes, faxineiros, balconistas,
peões de obra, e todos aqueles que queremos alcançar com os
programas sociais, possam validar este movimento de classe média.
(Os baderneiros evidentemente não contam em nenhuma circunstância):
- A quem é endereçada agora a pauta de reivindicações, se são
reivindicações? E, se descartada e intermediação do Parlamento,
uma das conquistas democráticas, como se processará o atendimento
destas?
Não
custa avisar aos de boa fé que, se houver uma desestabilização
institucional, não adiantará agora, como no passado, recorrer a
militares, pois juntamente as operações GLO, estes estarão ocupados em
defender o Pré-Sal, a construir submarinos, inclusive nuclear, e uma
vasta gama de ações que foram negligenciadas na época neo-liberal.
E que, se o desgaste tiver endereço o Governo Federal, lembro ainda
que será este o Guardião da Ordem. Quero colaborar com esta
reflexão: O objeto deste movimento terá verdadeiramente de alcançar
os alijados da democracia, os pobres, os sem oportunidade, os
miseráveis; aqueles que hoje são o objeto principal das reformas e
programas sociais em curso. E aconselho, em caso de dúvida, ao
responder as questões, use a velha máxima do direito: in dubio
pro misero.
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