sexta-feira, 14 de junho de 2013

Abaixo a Pedagogia, (uma mensagem aos pedagogos)

De eleições já falamos, cabe agora seguir com a educação e a segurança como tema; daí ter retirado este texto de algum escrito que já me parece antigo, mas que serve para inaugurarmos uma nova fase "Segurança e Educação", pois estas são produtos mútuos de civiliuzação. Espero que apreciem.
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O título aqui não se trata de uma manifestação revolucionária, jamais pude vê-lo em alguma passeata; seja em 1968 ou agora, seja em Paris ou Rio de Janeiro, ou São Paulo, ou Tókio. Mas não posso dizer que não se trata de um pensamento revolucionário, é sim. Mas de uma revolução que já vem se construindo em cima da antiga forma de ver a sociedade educadora, onde ministrar conhecimento, passava por transferir informação, ou dados e, dependendo da competência ou do bom humor do professor ou da professora, estimular a pensar, liberar as competências naturais sedimentadas por milhares de gerações, ainda que não tão letradas, mas que sofreram, erraram e aprenderam a sobreviver e a evoluir, e ainda instigar a curiosidade. Tal revolução vem ocorrendo desde o teclado do computador até o acesso a rede internet, onde muito se vê, muito se ouve, muito se comunica e muito se informa. Tudo em uma velocidade impossível de ser emulada pelo ensinante, esteja este em uma rica instituição de ensino das grandes capitais ou em uma remota escola rural, ou até em uma estação de trabalho coletiva na praça do vilarejo. A inclusão digital vem crescendo quase que de forma independente até da vontade daqueles que tem como missão instituí-la e mais ainda das pessoas ensinantes. Tudo isto por um único fato, é que na rede probabilística virtual, na web, o aprendizado se faz pela imitação das conexões neurais. Ela, a rede internet, imita as conexões neurais construídas por processos probabilísticos, fazendo então com que a construção do conhecimento, através da busca da informação, “googles” e outras formas, se faça por processos mais próximos ao do aprendente e plasticamente mais adequados, com isso de forma mais rápida e seletiva, sem ter que passar pela estranha epistemologia criada pelo ensinante. O que muito freqüentemente se faz de forma dolorosa, porque punitiva: aprendeu, muito bem, não aprendeu, zero. É preto ou branco. Sem espaços para novas tentativas, áreas cinzas, novas estratégias, novas abordagens. Afinal, como adequar um único processo ensinante para trinta (às vezes mais) diferentes seres humanos aprendentes fechados dentro de uma sala?
Gostaria até de repetir Dimantas[1], “não sou pedagogo”, mas aprendi com eles, o que fazer. Nem posso dizer que o que não aprendi foi por culpa deles, se não pela minha própria malandragem, diria Bezerra da Silva. Mas muito do que não consegui aprender pela forma tradicional, com ou sem esforço do ensinante e do aprendente, eu mesmo, consegui fazê-lo de forma rápida, talvez nem tanto consistente, através do que garimpei na internet nos sítios de livre busca e informação. Poderia citar um sem número de conceitos matemáticos, sociológicos, históricos que consegui capturar baseado apenas na curiosidade estimulada e favorecida pela enorme oferta de informação; comportamento muito semelhante aquele da fome diante de uma mesa farta e variada; a exposição tentadora do conhecimento, fácil de ser construído pela informação abundante e diferenciada, e em boa parte das vezes até inalcançável dado a imensidão das potenciais respostas, mas lá presente. A mente sabedora desta disponibilidade constrói então, por métodos naturais registrados em estratos vagais, uma forma heurística de busca, até satisfazer seu apetite, tal como faria o predador na busca pela sua presa. Aliás, como já o fizemos com sucesso há milhares e milhares de anos atrás; sendo bem sucedidos então, memorizamos a estratégia de busca que acabou se explicitando nos famosos e eficazes algoritmos dos “googles” e semelhantes. Entretanto ocorre que o aprendizado via máquina de busca, depende apenas da intencionalidade do aprendente. A máquina não faz o mínimo esforço em favor da intencionalidade, tampouco tem um compromisso explícito para este fim, apesar de implicitamente os criadores da tecnologia tivessem a intenção e motivação para fazê-lo. Aí então aparece a questão fundamental que deverá ser respondida pelos pedagogos: - será possível construir uma pedagogia distante da tecnologia? Esta questão está sendo colocada não como uma libelo acusatório. A pedagogia como saber estruturado não é passível de acusação ou de elogio, a pedagogia a que me refiro é aquela assumida pelos seus profissionais. Estes sim, terão de assumir cada vez mais a sua condição de ensinante intencional e não um veículo de informação para o aprendente. Cada vez mais esta posição de repassador de informação será assumida pelos sistemas eletrônicos. Seu engajamento na intencionalidade do aprendente terá de ser inteligente, técnica e ainda emocional, pois sem emoção perde para a máquina, como já tinha se observado desde a difusão da televisão. Certa época dava aula noturna em uma faculdade de administração e tive que sofrer a competição desigual com as moças maravilhosas da novela Roque Santeiro. Tive de me passar por Sinhozinho Malta para me engajar no emocional e percebi então que a competição tramava a meu favor; a acumulação de bens, o controle de inventário, a política de pessoal, o planejamento financeiro passavam então a ser os elementos que colocavam o personagem da novela como estímulo a resposta aprendente, pois a punição da nota pouco ou nada podia fazer contra os encantos das personagens e a imensa qualidade artística do elenco. O que estava escrito no Manual do Professor pouca valia tinha para garantir a intencionalidade do aprendente. Estabelecia-se ali, muito antes do advento da internet, uma complexa construção de uma pedagogia inclusiva, onde, não apenas a tecnologia, mas a arte, arquitetavam, em conluio, uma estratégia para vencer. Vencer o descaso, vencer o cansaço da aula noturna, vencer a distância que havia entre o “mundo acadêmico”, o mundo da nota, e o “mundo real”, o mundo de notas. Hoje esta experiência me serviu como base para alcançar a visão da complementaridade entre a “internet” e a “aula”, a complementaridade entre a pedagogia do “ensinante” e a pedagogia do “aprendente”, não mais restrita aos atores que se opõe; de um lado o que interpreta a teoria, e de outro, os que interpretam a realidade da prática. Aliás o fantástico Paulo Freire, mais do que pedagogo, visionário, assim via com décadas de antecedência[2]. Tivesse vivo, tenho certeza, já teria criado um jeito de enquadrar a internet em seus princípios pedagógicos: a colaboração, a união, a organização e a síntese cultural[3].
a. Colaboração - a ação dialógica só se dá coletivamente, entre sujeitos, "ainda que tenham níveis distintos de função, portanto de responsabilidade, somente pode realizar-se na comunicação" (p.197);
b. União - a classe popular tem de estar unida e não dividida, pois significa "a união solidária entre si, implica esta união, indiscutivelmente, numa consciência de classe" (p.205);
c. Organização - "[...] é o momento altamente pedagógico, em que a liderança e o povo fazem juntos o aprendizado da autoridade e da liberdade verdadeiras que ambos, como um só corpo, buscam instaurar, com a transformação da realidade que os mediatiza" (p.211);
d. Síntese cultural - consiste "na ação histórica, se apresenta como instrumento de superação da própria cultura alienada e alienante". "[...] faz da realidade objeto de sua análise crítica" (p.p.214 -215).
(os grifos são meus)
Estes quatro elementos (colaboração, união, organização e síntese cultural) poderiam perfeitamente se servir da internet pois os atributos “comunicação”, “união solidária”, “realidade mediatizante” e “análise crítica” estão presentes na construção desta rede. Logo o pedagogo da atualidade terá a seu favor, não somente a receita de Paulo Freire mas também os recursos para aviá-la na intenção de curar este mal da educação que assola o país. Assim como não é a medicina que cura o doente mas sim o médico, não será a pedagogia que irá curar este mal, mas o pedagogo. Cabe a este se imbuir da missão, da intenção e da técnica, pois sem ela haverá apenas boas e desastrosas intenções; nem dá para transferir para a pedagogia as virtudes ou as falhas do aprendizado; inexoravelmente estará, sentado diante do teclado do computador, ligado na internet, e mesmo na sala de aula praticando os ideais do Mestre Freire:
o O amor ao mundo e aos homens como um ato de criação e recriação;
o A humildade, como qualidade compatível com o diálogo;
o A fé, como algo que se deve instaurar antes mesmo que o diálogo aconteça, pois o homem precisa ter fé no próprio homem. Não se trata aqui de um sentimento que fica no plano divinal, mas de um fundamento que creia no poder de criar e recriar, fazer e refazer, através da ação e reflexão;
o A esperança, que se caracteriza pela espera de algo que se luta;
o A confiança, como conseqüência óbvia do que se acredita enquanto se luta;
o A criticidade, que percebe a realidade como conflituosa, e inserida num contexto histórico que é dinâmico.
Estes ideais, não importa a natureza dos conflitos da sociedade, não importa quão avançada a tecnologia esteja, tão veloz a internet trafegue pelo mundo, tão eficaz sejam as máquinas de busca, serão eternos como o homem. A pedagogia terá de abraçá-los. Portanto posso dizer: Abaixo a pedagogia, viva o pedagogo.


[1] Hernani Dimantas é coordenador do Laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária da Escola do Futuro - USP. Articulador do MetaReciclagem e editor do comunix. – ver Le Monde Diplomatique ( http://diplo.uol.com.br/ )
[2] De teoria, na verdade, precisamos nós. De teoria que implica uma inserção na realidade, num contato analítico com o existente, para comprová-lo, para vivê-lo e vivê-lo plenamente, praticamente. Neste sentido é que teorizar é contemplar. Não no sentido distorcido que lhe damos, de oposição à realidade [...] (Freire, 1979, p.93) .
[3] Freire, Paulo. Educação como prática da liberdade (1979), Paz e Terra. Rio de Janeiro
_______. Pedagogia do Oprimido. (1983). Paz e Terra. ( Coleção O Mundo, Hoje,v.21).

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Pedagogia & Gratidão

Tenho como dever de gratidão, publicar, mesmo sem a autorização do autor, a análise que pedi a este para fazer de um texto produzido no passado. Uma publicação que resolvi reeditá-la: "Abaixo a Pedagogia". Tanto para ligar o texto à análise, como para torná-la atualizada na leitura desta preciosa e lúcida análise. O autor da análise, Bruno Nathansohn, foi percebido pela minha visão, ainda que míope, mas já e multiplamente testada, pela sua capacidade de perceber e de fazer de uma semente de sequóia, aquilo que esperamos dela. a grandeza. Eis o texto de Bruno. Bebam-no.
 
Foto do perfil de Bruno Nathansohn"Refletir sobre o papel de qualquer profissional nos dias de hoje torna-se um desafio. Principalmente considerando a emergência do novo Paradigma Sócio-Técnico-Científico (Milton Santos ou Castells?). A reflexão desenvolvida no texto, revela essa preocupação, em relação à uma profissão-chave, cujo objetivo é viabilizar uma atmosfera de aprendizagem. Você tem toda a razão quando destaca a importância do reposicionamento do profissional, frente aos desafios impostos pelas Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTICs). O fundamento da lógica ensino-aprendizagem pode ser resgatada da Teoria Cibernética de Gregory Bates e, depois, Norbert Wiener, inserido no pensamento complexo. Nessa perspectiva insere-se uma interdependência entre manifestações antropológicas, como as expressões comunicativas humanas, por meio das artes e dos utensílios, e essas manifestações em analogia com a mecânica biológica. A partir daí, permite-se pensar o lugar da técnica no processo de construção de recursos para a adaptabilidade humana às novas dinâmicas naturais. O grande problema é quando o ser-humano cria necessidades a partir do desenvolvimento de suas próprias técnicas. Talvez aí resida o problema em relação à adaptabilidade do pedagogo em relação aos desafios da educação. Ao invés do pedagogo, ou de qualquer outro profissional, liderar o processo de criação e aplicação da técnica, ele se torna dependente dela. A técnica tenderia à uma superação das vontades humanas, como resultado da própria capacidade em criá-las e recriá-las. Tema tão protagonizado na literatura Cyberpunk. A Internet torna-se o Dasein das relações tecidas no espaço concreto. É a existência, onde o Ser tem a potencialidade de desabrochar, e só o realiza quando o fundamento estiver consolidado. Pois, se existem várias possibilidades expressas no cyberespaço, não é um fenômeno que pertença à rede virtual, senão na rede de relações concretas entre seres conscientes, tecidas nas esquinas, nas ruas, nas associações de moradores, nas igrejas ou nas escolas. Em outras palavras, a Internet é uma potencialidade, mas só se realiza quando existe a necessidade social e a vontade humana para tal. Apresenta-se, assim, como potencialidade e não como fator determinante para a mobilização das forças sociais. O social e o político conduz a técnica e não o contrário. Em termos práticos, a área de Divulgação Científica, por exemplo, contribui para qualificar a atuação dos profissionais que atuam com a transmissão da informação científica e tecnológica para o público leigo. Contribui, fundamentalmente, além de outras coisas, para a normalização das formas de acesso à uma informação relevante, e não à uma informação qualquer. O que, do ponto de vista educacional, significa dar suporte ao pedagogo para que possa orientar os aprendentes em sua busca no “caos informacional”. Chama à reflexão sobre muitos desses fundamentos, considerando as fontes de informação como algo essencial para que haja a possibilidade de uma correta formulação do conhecimento. Sim, existe um mundo de informação, mas esse é caótico. Sem saber como se guiar, o aprendente se perde, e suas buscas tornam-se infecundas. O pedagogo teria, assim, o papel de facilitador, guiando o aprendente, como fazem os comandantes das naus, por águas turbulentas. Assim, a perspectiva humana não tem que se submeter à técnica, mas adequar discursos e práticas tendo a técnica como suporte que atenda à vontade humana."

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Complexidade laranja.

    Estava da minha janela, ainda escuro de manhã, à cismar o quase nascer do sol, absorto em pensamentos que sempre esbarravam na eterna dúvida matinal: fazer ou não fazer barba. Dúvida espectral que me persegue, sem que eu possa construir um método que sistematize e simplifique este problema transcedental diário. Em meio à reflexão e a elucidação deste eterno problema, me surpreendo ao ouvir um galo, remanescente no ambiente urbano. ( Estivesse em Recife estaria propenso à sair ali mesmo para rua ). Como teima este galináceo em sobreviver e ainda não foi designado para fazer companhia ao aipim em alguma panela gourmet? Este apego à vida me fez seguir pensando em autopoiese, pensando no avanço de Varela e Maturana, no salto qualitativo de Luhman, de Lynn Margulis, que junto com Carl Sagan procriaram a ideia dos procariontes autotróficos. Recordei meu pensamento sobre a aventura da mitocôndria, a colaborar para a complexa usina de alta suficiência energética que me mantinha vivo. Krebs me ajudara na construção da idéia de competição versus equilíbrio . Mas não ajudava resolver o dilema do barbear...Ah, deixa a barba pra lá.
    Voltando aos pensamentos autopoiéticos e, principalmente à Margulis, olhava da janela para até onde a vista alcançava e via na paisagem construída de concreto, junto ao contorno da Serra dos Órgãos, a confirmação da hipótese da vida. Fritjof Capra em "Conexões ocultas", já tinha feito as conexões que eu via agora claro naquele ambiente ainda escuro. O repetir diário daquela cena ensinara o galo avisar que não havia mais o perigo do predador noturno, invisível, fugaz ( tivesse ele lido as memórias críticas de Saint-Simon, saberia que o grande predador trabalhava nas cozinhas de Luiz XV). 
      Aqueles pensamentos, vagos, dispersos, me levavam a novas e mais complexas percepções, que confirmavam a complexidade. Aqueles minutos na janela deixaram a incumbência de rever Edgar Morin; não poderia fugir da complexidade. 
    O galo repetira algumas vezes o aviso do fim da madrugada. Seu canto entoava a vida, complexa, breve, mas infinitamente bela. O Sol pintara o horizonte de laranja.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A festa do Ricardão

      Lembro o dia de hoje na minha infância. Começava frenético, à esticar bandeirinhas, preparar as comilanças que meus olhos namoravam. A noite seria só de alegria, a garotada se esbaldava na quadrilha, no casamento da roça, na fogueira que ainda aquece a alma na lembrança do mais puro e lídimo sentimento de brasilidade: a festa junina.
      Graças a manutenção deste costume, defendido bravamente por minha mulher, junto aos alunos da Fundação Osório, escola que leva o nome deste maravilhoso brasileiro, Patrono da Cavalaria, patrono do mais alto espírito de brasilidade, a festa junina tem tudo à ver, tem todo haver, tout à fair.
      Lembro ainda uma vez, em 1987, lá em Carajás, sendo juiz de baile na festa junina, à avaliar a dança de casais, mais nordestinos que paraenses. Era a "lambada" na época. Pus ordem na casa, estabeleci parâmetros de avaliação, quesitos estéticos, quesitos formais, quesitos que, nem de longe, aqueles maravilhosos peões de obra tinham já registrados na alma e no controle de passos e maneios que jamais alguém vai saber codificar (nem o Miguel Nicolelis). Lá fui eu naquela missão formalizadora, organizadora e, ingenuamente, sincera. Tive sucesso. Era de se esperar.
      Missão organizadora, muito mais complexa e desafiadora, já havia enfrentado, construindo um formalismo metodológico e taxonômico, no sistema de informação que serviria ao Planejamento de Produção da Mina de Carajás. Absolutamente inédito, absolutamente científico, absolutamente rejeitado pelas velhas mentes acomodadas. Não a do meu amigo dileto, irmão, parente arranjado, Ricardo Antunes. Mente aguda e esperta para a novidade, cidadão do mundo. O posto de juiz de dança, tinha sido, espertamente arranjado por ele, para se livrar de tal honroso posto...Um dia a justiça será feita. O espírito científico, a visão global, holística soa mais elegante, estava presente nos dois episódios. Um, altamente complexo e demorado. O outro rápido, alegre, como está presente nas festas juninas nesta data, 12 de junho, à inspirar namorados como eu que não deixou passar a oportunidade, também arranjado pelo Ricardo Antunes. O Ricardão, a quem tanto devo pela indicação para o insigne posto de juiz do casamento na roça, e pelo casamento eterno com a minha amada. Um preço que jamais pagarei, uma honra que jamais esquecerei nesta data.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Não custa lembrar

     Após ler os jornais de hoje, dia de aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, me inspira o silêncio da grande mídia nesta data, o que na minha infância merecia no colégio público da Prefeitura do Distrito Federal, comemorações com direito a refresco e goiabada. 
Não fora notado o afastamento proposital desta data dos grandes temas, gastando na politicagem baixa e desprovida de patriotismo, tempo e linhas de texto, que agora escondem as travessuras do Joaquim Barbosa, que literalmente surrupiou provas, manipulou a justiça ao seu prazer. Agora a verdade tardiamente vem à tona. Nem justiça, nem seriedade, nem nada, apenas politicagem baixa e sem o mínimo de compromisso com a verdade.  Um nada à explorar coisa nenhuma, dito com palavras educadas. Pois, afeitos a baixaria, nada se publicou sobre a batalha, nada se falou sobre a Armada. Por que?

    Porque falar em Armada poderia levar, se a História fosse lembrada,  à constatação que hoje o nome "Alvaro Alberto", será aposto no casco no nosso submarino nuclear. Projeto interrompido e engavetado pelo vaidoso e impatriótico antecessor (*) do Presidente operário que lhe deu retornou a vida, juntamente a sua sucessora guerrilheira. Presidente do partido que hoje, bombardeado pela mídia, soa incômodo aos ouvidos delicados e virginais daqueles que hoje aproveitam, e com lucro, a onda de desenvolvimento e reequipamento das nossas Forças Armadas. Estivesse vivo Álvaro Alberto hoje seria, como foi à sua época em 1946, alvo de ataques patrocinados pelos acólitos do "Plano Baruch". Que são os mesmos que hoje atacam a Presidente que continuou o sonho de Álvaro Alberto, Cesar Lattes, Marcel Dami, Euvaldo Lodi e tantos outros cuja data hoje temos de homenagear. 
 A espírito da Batalha do Riachuelo continua naqueles que ousam, mas acreditam na Pátria de patriotas e trabalhadores.  


(*) - Aquele, presidente, que disse abertamente que a Parada de 7 de setembro era uma palhaçada. Quem acredita piamente na imprensa veja a edição de Piaui,