quarta-feira, 12 de junho de 2013

A festa do Ricardão

      Lembro o dia de hoje na minha infância. Começava frenético, à esticar bandeirinhas, preparar as comilanças que meus olhos namoravam. A noite seria só de alegria, a garotada se esbaldava na quadrilha, no casamento da roça, na fogueira que ainda aquece a alma na lembrança do mais puro e lídimo sentimento de brasilidade: a festa junina.
      Graças a manutenção deste costume, defendido bravamente por minha mulher, junto aos alunos da Fundação Osório, escola que leva o nome deste maravilhoso brasileiro, Patrono da Cavalaria, patrono do mais alto espírito de brasilidade, a festa junina tem tudo à ver, tem todo haver, tout à fair.
      Lembro ainda uma vez, em 1987, lá em Carajás, sendo juiz de baile na festa junina, à avaliar a dança de casais, mais nordestinos que paraenses. Era a "lambada" na época. Pus ordem na casa, estabeleci parâmetros de avaliação, quesitos estéticos, quesitos formais, quesitos que, nem de longe, aqueles maravilhosos peões de obra tinham já registrados na alma e no controle de passos e maneios que jamais alguém vai saber codificar (nem o Miguel Nicolelis). Lá fui eu naquela missão formalizadora, organizadora e, ingenuamente, sincera. Tive sucesso. Era de se esperar.
      Missão organizadora, muito mais complexa e desafiadora, já havia enfrentado, construindo um formalismo metodológico e taxonômico, no sistema de informação que serviria ao Planejamento de Produção da Mina de Carajás. Absolutamente inédito, absolutamente científico, absolutamente rejeitado pelas velhas mentes acomodadas. Não a do meu amigo dileto, irmão, parente arranjado, Ricardo Antunes. Mente aguda e esperta para a novidade, cidadão do mundo. O posto de juiz de dança, tinha sido, espertamente arranjado por ele, para se livrar de tal honroso posto...Um dia a justiça será feita. O espírito científico, a visão global, holística soa mais elegante, estava presente nos dois episódios. Um, altamente complexo e demorado. O outro rápido, alegre, como está presente nas festas juninas nesta data, 12 de junho, à inspirar namorados como eu que não deixou passar a oportunidade, também arranjado pelo Ricardo Antunes. O Ricardão, a quem tanto devo pela indicação para o insigne posto de juiz do casamento na roça, e pelo casamento eterno com a minha amada. Um preço que jamais pagarei, uma honra que jamais esquecerei nesta data.

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