É oportuno rever alguns conceitos do ERP/MRP-II para que não se cometa erros de interpretação ao longo deste processo de projeção em direção a uma nova perspectiva orientada ao "aprendizado de máquina" que irá incorporar as faculdades de ajustes e de validação de planos, diante de "desvios" e restrições, sejam estes quantitativos, de prazos e até de valores financeiros.
Há uma funcionalidade no ERP que considero a mais importante no processo de evolução desde a contribuição de Orlicky, a Lista-de-Material, que denominarei de BOM (Bill-of-Material). Por que considero a mais importante ? Porque estabelece na relação Produto-Componente a relação causal do processo produtivo. Foi a partir de Orlicky que tudo começou.
É na BOM que se representa em síntese o processo produtivo e a síntese também da tecnologia aplicada.
Quando se estabelece a ligação "pai-filho", ou seja produto ou conjunto, com as quantidades de uso, podem ser ainda representadas as tolerâncias e também os itens filhos "by-product", ou seja aqueles que nascem no processo, tal como cavacos (sucatas) e subprodutos de reações, podendo estes até serem comercializados.
Além dos "ajustes" quantitativos ainda são possíveis aqueles que afetam tempo de produção, tempos de preparação (aquecimento, limpeza, ajuste, montagens etc...-set-up) e tempos de desmontagens (limpeza, etc... -set-down). O tratamento as estas variações é elemento fulcral da adaptabilidade e utilidade do cálculo de necessidades de material e do planejamento de material e produção como um todo.
Exercido o cálculo de necessidades (demandas dependentes) e efetuadas as ações de suprimento, sejam, que no diagrama estão representadas no lado direito do diagrama (em tom cinza).
Não está neste diagrama apresentado o elemento ou elementos funcionais que servem aos usuários e representam as ações: recebimentos e entregas; isto é recebimentos de materiais e entregas de produtos. É neste momento que "ocorrem" os desvios. Capturar tais desvios, no tempo e nas quantidades, será a missão primária do aprendizado. Conclui-se que quão mais "precisa" for a BOM, boa ou melhor será a cadeia de aprendizado. Em síntese: O conhecimento será realimentado e aposto nas quantidades e tolerâncias da BOM.