sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Venina Venosa...só a Globo mesmo.

Muito interessante ler a reportagem sobre a ex-famosa Venina  Venosa que a Globo "encheu a bola" no Fantástico. Deixo aqui o endereço para que se reafirme o desserviço que este grupo jornalístico presta a democracia; e ainda vem gritar contra a corrupção.

Realmente Pulitzer tinha razão quando disse: - Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.

Vejam a reportagem em http://jornalggn.com.br/noticia/que-fim-levou-venina-venosa-a-mulher-que-denunciou-a-petrobras-no-fantastico 
e tirem as suas próprias conclusões.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Wanderley: ladrões, é pra ter medo, mesmo!

Wanderley: ladrões, é pra ter medo, mesmo!

Tomei a imperdoável liberdade de comentar o artigo do Professor Wanderley Guilherme dos Santos. Mas aposto no seu perdão. Nada mais poderia adicionar senão apenas grifar as questões que colocou e que agora ouso comentar dizendo claramente: - Se não reagirmos fortemente, agora, não teremos eleições, senão um simulacro, em 2018.            

Candidatos, tremei!

Candidatos sempre aparecem; programas de governo é que são elas. A direita alucinada se angustia em busca de alguém capaz de derrotar Lula ou, se a sobrevivência exigir, macular a legislação eleitoral, alterando regras e suprimindo direitos. Não importa, nada resolverá o problema essencial de não ter o que dizer.
  • Depois do vandalismo econômico e social promovido pelos conspiradores do Planalto, o que terá a oferecer o candidato a herdeiro de Michel Temer, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Eduardo Cunha, Romero Jucá e Aécio Neves?
  • Prometerão vender o que?    Alugar, talvez, a Amazônia ao exército americano, possível invasor da Venezuela?
  • Consertar a caótica urbanização criando passaporte interno?
  • Construir prisões em substituição ao Minha Casa, Minha Vida?
  • Iniciar um Plano Nacional de Água Fria para os sem teto do país?
  • Reduzir o número de funcionários públicos, aumentando as filas nas repartições de serviços, os prazos para processamento de demandas, menos vagas em escolas para menor número de professores?
  •  Aumentar o imposto regressivo sobre itens do consumo popular para cobrir a perda de arrecadação com a dispensa do funcionalismo – o único grupo ocupacional com imposto de renda pago na fonte, extraído automaticamente do salário? 
  • Qual radiante programa embelezará o continuísmo da direita?
À esquerda, o problema não é agônico, mas exigente. Se não prometer a convocação de plebiscito autorizando o governo a revisar a legislação anti-social, eliminar a insanidade econômica e reparar as brechas abertas na aba militar da soberania nacional, se não for para isso, pode esquecer. A taxa de votos brancos, nulos e de abstenção baterá recordes.

Retomar emprego e salário depende de investimento produtivo e circulação de mercadorias a baixo custo. As fontes de investimento são a poupança interna das empresas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que a direita alucinada quer reduzir a brechó, e o sistema financeiro. A empresa privada é dona do destino de sua poupança, mas a política do BNDES é responsabilidade do governo. Em acréscimo, cabe a um governo popular estrangular a exploração rentista beneficiando bancos, obrigando-os a prover empréstimos de longo prazo aos empreendedores, grandes e pequenos, com garantia de remuneração razoável fixada pelo mercado, que fingem respeitar, e não com os negócios especulativos que manipulam e controlam.

Aos ladrões apocalípticos, ao jornalismo de conveniência e aos reacionários de carteirinha não restará outra resposta ao programa popular além de pedir socorro ao boi da cara preta da insegurança jurídica. Cabe repetir à exaustão: de insegurança geral é vítima, hoje, a maioria esmagadora da população brasileira, inclusive as senhoras paneleiras e os indignados profissionais liberais, sistemáticos sonegadores do imposto de renda. Essa insegurança irá para o espaço, mas os ladrões, rentistas, sonegadores, chantagistas dos dois lados do balcão, esses, sem dúvida, não terão a menor tranquilidade. É para ter medo, mesmo.

domingo, 13 de agosto de 2017


A destruição de um país

Por Fernando Brito · 12/08/2017



Os indivíduos em geral e a as coletividades, quase sempre, movem-se em função de desejos e objetivos. Por uma década, reaprendemos a acreditar que o caminho para alcançá-los eram o Brasil em desenvolvimento e o nosso próprio desafio de, neste ambiente, alcançarmos o progresso pessoal: o “fazer um curso” ou graduar-se, “abrir um negócio”, comprar uma casa, um automóvel e assim por diante.

Havia lugar para os pequenos sonhos de cada um no grande sonho de um país.

O governo nacionalista e inclusivo que nos permitia estas aspirações, infelizmente, não foi capaz de interferir no outro patamar, este subjetivo, onde se acomodam desejos e aspirações humanas: a compreensão que, se era essencial o objetivo individual, a realização deste dependia, inapelavelmente, do ambiente econômico-social que passáramos a ter.

Acho curioso – e trágico – que a discussão hoje na esquerda seja sobre falta de critérios mais “morais” nas alianças que fez para governar por uma década – e apenas isso, porque , depois de 2013, o governo passou apenas a responder às crises e não mais a dirigir o processo político.

O quadro político-parlamentar do Brasil é, há muito tempo, este desastre que assistimos hoje. Um pouco melhor aqui ou ali, talvez, mas em geral assim: miúdo, fisiológico, acanalhado, ávido por recursos eleitorais (que vinham, claro, de empresas que visavam lucros e privilégios), quando não de enriquecimento pessoal. Controlá-lo é o passo essencial para qualquer governo e muito mais difícil é para um governo que pretenda transformar o país: mudar é muito mais difícil que manter o status quo de uma sociedade injusta.

Só os pueris podem acreditar que uma seita de “puros e castos” converterá a sociedade ao tal padrão – que ironia! – “Fifa”. Nem mesmo, estamos a ver, quando esta seita – nem tão casta, nem tão pura – tem, como tem o sistema judicial brasileiro, o poder de denunciar, prender, fuçar, grampear, escavar – e sem consequência alguma – os escaninhos da vida de cada cidadão.

O resultado da “onda” moralista está aí, diante de nós: um país arruinado, onde o ceticismo se tornou a regra, onde a desesperança venceu a vontade, onde a estagnação sufocou o desejo de progresso, onde a drenagem de nossas riquezas para a ser apontada como “salvação” e onde todos nós nos embrutecemos.

Quem, agora, pensa em “fazer um curso”, “abrir um negócio”, “conseguir uma promoção”, comprar uma casinha, exceto uma pequena camada da população?

Como, se o debate nacional é “onde vamos cortar”, “como vamos taxar mais” o “o que vamos vender” ou “a quem vamos prender e condenar”?

Todo processo de transformação no Brasil sempre foi abortado com o fórceps do moralismo, desde Vargas. Da UDN dos punhos de renda, aos coxinhas da paulista, passando pelas senhoras católicas e lacerdistas, sempre veio da classe média o combustível humano para as fogueiras da Inquisição, que são as chamas da treva.

Há uma pequena chance – e apenas porque aqueles tempos de progresso são recentes e se personalizam em Lula – de retomarem-se um projeto de vida e de país onde o crescimento econômico seja mais importante que os cortes orçamentários, onde investir seja a forma de avançar, onde incluir seja a fórmula para o progresso social, onde o ódio não seja mais a pauta da política.

Os “purismos” – sejam os étnicos, os religiosos, os morais – sempre foram capas hipócritas da crueldade humana e social. A nossa força sempre foi o contrário: o Brasil diverso, mestiço, cheio de pecados que fomos expurgando com o tempo, sempre que tivemos liberdade e mesmo quando tivemos tantas eras autoritárias.

Ainda mais quando vemos que os nossos santos não são nada franciscanos e, de seus berços de farturas, mostram um desprezo supremo pelo sofrimento da população.