quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

ERP-simulação-continuação 3

     Como continuação ao ERP-simulação-2, onde as três questões foram apostas, temos que escolher responder um delas, mesmo sabendo que estas questões estão intimamente interligadas. Escolhemos então responder na ordem que foram apresentadas.

      Retirando da resposta qualquer componente de ordem econômica, ou microeconômica, pois estaríamos reduzindo a resposta a simples comparação entre pagar e receber; o que por sua vez se reduziria ao ponderamento da redução de quantidades e preços de insumos e aumento de quantidades e preços de vendas. Não é esta a abordagem proposta, pois qualquer que seja a ação de diminuição de pagar implica em redução nos insumos e, da mesma forma, aumento de receber, implica em aumento de preços e/ou de quantidades de vendas.

      Ocorre que para ambos os casos, haverá restrições; tanto relacionadas a valores, quanto relacionadas a quantidades. Se aplicadas a insumos, i.e. mão-de-obra, material, energia e capital,  estas restrições irão determinar por sua vez os limites a serem considerados na oferta dos produtos e, por interação, a demanda independente. No diagrama a seguir, expansão do anterior, algumas funções são expandidas mas a essência é representada para balizar a resposta de: A situação ótima é a maximização do lucro?

      Se a resposta fosse apenas a afirmação, a maximização do lucro, nem seria necessário tanto esforço analítico. A resposta nos obriga a avaliar, dentre os vários horizontes (curto, médio e longo prazo) o comportamento da demanda, inclusive perante os fatores exógenos, externos, para os quais não teremos controle o quão estes afetam a demanda ao longo do horizonte para garantir a sobrevivência, sendo o lucro, o reinvestido no negócio, este sim a parcela a ser maximizada.. Aquela parcela distribuída societariamente, esta sim, é cofator de simulação e de escolha gerencial (ver seta vermelha em direção a Análise Tentativa no Horizonte H0.


      Ao se aprofundar na escolha de fatores externos, aí sim estaremos estabelecendo, através dos instrumentos analíticos{correlações históricas, inferência bayesiana, aprendizado de máquina, etc...) que valores escolhidos à priori, segundo cada Horizonte, estarão validando os parâmetros quantitativos (quantidade e valor)e mesmo os qualitativos no caso do exemplo da mineração, que irão projetar a demanda. 

        Para o estágio seguinte, ainda será necessário o aporte das restrições internas e a posição das ordens já compromissadas..Aí sim podendo ser gerado o Planejamento de Produção que será resolvido no ciclo seguinte. 

        Todo o processo terá de ser memorizado (gravado) em um Histórico que auxiliará na futuras hipóteses; hipóteses estas que darão base para o aprendizado futuro. Ou seja, será a evolução e repetição do exercício que trará confiança (verossimilhança) nos ensaios ao longo da vida do negócio e nas escolhas inerentes a cada Horizonte escolhido.

           O exercício da simulação é que dará confiança na construção da situação ótima.  Sempre são os erros, sua percepção e correção, que nos indicam a situação ótima. Aliás, a vida nos ensina. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

ERP, simulação-continuação-2



(atenção: este texto é originário de editor externo e está aqui inserido como imagem



terça-feira, 6 de dezembro de 2022

ERP, simulação-continuação-1

       No parágrafo último, da página anterior (abaixo reproduzido)  ênfase foi dada a velocidade de simulação, pois a experiência de "rodada" do "Relatório Supply - Demand", nome dado ao resultado do programa MRP, na forma "dummy", ou seja, "não real", devido as várias manobras necessárias de processamento de dados, não atingia plenamente o objetivo de saber, a tempo, se o Plano de Produção alimentado seria viável em termos de ressuprimento e de produção. Nem se avaliava o impacto financeiro.

 Responder com velocidade, ainda não é suficiente: - há de se estabelecer uma estratégia de aplicação das capacidades de simulação  na   mesma  velocidade,   pois a experiência   nos  mostrou no  passado  que  a simulação tardia não surtiu os efeitos que se buscava no ambiente de manufatura mais verticalizado, mais complexo e de ciclo mais longo que outros mais horizontalizados (caso do sucesso japonês dos anos 70/80).

         A resolução do Plano de Produção tentativo, (entenda-se que se admite que a demanda original, proveniente do mercado, da clientela, para este exercício de simulação é estabelecida por critérios definitivos não podendo ser, por consequência, alterado por este Plano) irá produzir ações relativas a ressuprimento; ou seja, níveis de estoque e parâmetros de suprimento, sejam estes para itens comprados ou para os itens produzidos.  Percebe-se então que somente estes dois parâmetros (nível de estoque e lote de ressuprimento) são instrumentos de otimização ao longo do tempo. Ocorre que existem restrições, internas ou externas, derivadas da tecnologia do processo produtivo, da logística do abastecimento,(tamanho de container, ferramental, opções logísticas externas, etc...) que impõe quantidades mínimas, múltiplas e/ou ótimas, estabelecendo os graus de liberdade na simulação. Tornando o exercício de simulação mais complexo e mesmo demorado, se não for utilizado uma estratégia de determinação de seus contornos e seus limites, independentemente da velocidade de simulação...que em qualquer situação deve ser rápida. Rápida o suficiente para a oportunidade de tomadas de decisão. Ou seja: quanto e quando comprar e/ou produzir. Um Plano de Produção que não coteje minimamente a capacidade de buscar uma situação de satisfação da demanda ao melhor custo sem comprometer os parâmetros de capacidade (presente e futura) não levará o negócio senão a uma situação de risco.

    Duas questões então se apresentam: 

        . Quanto e quando se vendeu, ou venderá, houve o conhecimento do que se possa obter como garantia de entrega e suficiente lucratividade ?

         . Formalizou-se a relação mútua de dependência de suprimento e demanda? Isto é: a demanda independente, vendas presentes e futuras, interagiu com as análises relativas a Planos de Produção tentativos/simulados?

      Aqui já vemos que  simulação, além de exigir uma velocidade útil, implica e se reconhecer restrições, tanto no plano de capacidade fabril quanto financeira. Quando mencionamos capacidade fabril estamos incluindo facilidades de instalação (planta, máquinas e ferramental) e mão-de-obra; em última instância custos. 

    Com estes referenciais temos que estabelecer a estratégia de aplicação do exercício de simulação. 

    O que afinal iremos simular dentro de um Horizonte de tempo estrategicamente definido

       I. O Planejamento de Demanda  e suas variações, dentro do Horizonte previamente estabelecido, a partir da capacidade instalada e dos planos de investimento?

       II . O Planejamento de Produção, a partir do Planejamento de Demanda já estabelecido e fixado no Horizonte então definido?

      Visivelmente o Planejamento de Demanda antecede o Planejamento de Produção e a definição do Horizonte é que será a precedência maior, já que a depender do produto, suas sazonalidades e/ou encomendas potenciais e mesmo a tecnologia aplicada a este, é  que será a escolhida técnica de previsão/simulação. Como já mencionado, no passado, somente se dispunha das técnicas estatísticas regressivas, i.e. baseadas na experiência pregressa.  Daí a interação necessária dos três estágios de simulação. Ver diagrama abaixo:

         Neste diagrama pode se observar que os dados reais são alimentados na simulação, visto que Ordens já compromissadas  terão de ser consideradas, juntamente com a Lista-de-Material (ambos simbolizados por "disco"  que representa o produto propriamente dito, sua tecnologia e processo produtivo. 

          Alterações na estrutura do produto e/ou qualidade obrigam a construção de inferências pois afetam as "derivações da demanda". No exemplo anterior, tanto a indústria manufatureira verticalizada ou não, como o caso da empresa de mineração, se simularem diferentes quantidades de uso na Lista-de-Material ou na qualidade do produto, implicariam em diferentes produtos.