segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Nossa imprensa

    Após a leitura de jornais neste final de semana, alguns passíveis de atenção séria, outros simplesmente dados à crença na absoluta incapacidade de raciocínio do leitor, posso dizer que precisamos urgentemente de uma regulação, ou qualquer outra coisa que limite o escárnio destes órgãos de comunicação.
    Afora o Veja, que à troco de nada, chama o cidadão do mundo Oscar Niemeyer de idiota, assim ultrapassando o limite do civilizado, os demais, que necessitam de alguma ajuda, pois falar em punição agride alguns sentimentos, parece que em ação orquestrada desafiam o bom senso, a temperança, o equilíbrio e demais cuidados com a paixão e a razão. Digo isso dado a reportagem de The Economist que, num gesto sem pé nem cabeça, exige a cabeça do ministro Guido Mantega. Pois bem, alguns jornais, à troco de ser do contra apenas, pois na maior parte das vezes discordam do famoso e centenário especializado periódico, fizeram coro e desfiaram as razões mais absurdas, na maioria irresponsáveis e até chauvinistas, dado a naturalidade italiana de Mantega. Como procuro ler a imprensa internacional, Le Monde, The Economist, Le Figaro, The New York Times, The Times, a edição em inglês do Asahi Shimbun, agora totalmente facilitada pela internet, chego comparativamente a conclusão que a nossa imprensa, ou ensandeceu de vez, ou perdeu o senso do ridículo. O apoio a tese de expulsão de Mantega, que nem aborda de fato as questões econômicas, é puro estoicismo e representa algo que precisamos corrigir. Não é possível mentir descaradamente e ficar por isso mesmo. Vários que li simplesmente destorcem dados do IBGE, órgão de credibilidade absoluta ( no mundo ) para dar base a uma crítica descabida, ingênua e sem o mínimo conteúdo, nem precisa ser acadêmico, mas apenas de bom senso.
    Se conseguirmos democratizar plenamente o acesso a internet, talvez consigamos, pelo menos, contrapor um pouco de lucidez a este emaranhado midiático que progressivamente se alia ao pior. E não foi por falta de aviso que a imprensa acabou assim; Pulitzer, (aquele do prêmio americano que desde 1917 procura reconhecer o bom jornalismo) já havia nos prevenido.