Após a
leitura de jornais neste final de semana, alguns passíveis de
atenção séria, outros simplesmente dados à crença na absoluta
incapacidade de raciocínio do leitor, posso dizer que precisamos
urgentemente de uma regulação, ou qualquer outra coisa que limite o
escárnio destes órgãos de comunicação.
Afora o
Veja, que à troco de nada, chama o cidadão do mundo Oscar
Niemeyer de idiota, assim ultrapassando o limite do civilizado, os
demais, que necessitam de alguma ajuda, pois falar em punição
agride alguns sentimentos, parece que em ação orquestrada desafiam
o bom senso, a temperança, o equilíbrio e demais cuidados com a
paixão e a razão. Digo isso dado a reportagem de The Economist
que, num gesto sem pé nem cabeça, exige a cabeça do ministro Guido
Mantega. Pois bem, alguns jornais, à troco de ser do contra apenas,
pois na maior parte das vezes discordam do famoso e centenário
especializado periódico, fizeram coro e desfiaram as razões mais
absurdas, na maioria irresponsáveis e até chauvinistas, dado a
naturalidade italiana de Mantega. Como procuro ler a imprensa
internacional, Le Monde, The Economist, Le Figaro,
The New York Times, The Times, a edição em inglês do
Asahi Shimbun, agora totalmente facilitada pela internet,
chego comparativamente a conclusão que a nossa imprensa, ou
ensandeceu de vez, ou perdeu o senso do ridículo. O apoio a tese de
expulsão de Mantega, que nem aborda de fato as questões econômicas,
é puro estoicismo e representa algo que precisamos corrigir. Não é
possível mentir descaradamente e ficar por isso mesmo. Vários que
li simplesmente destorcem dados do IBGE, órgão de credibilidade
absoluta ( no mundo ) para dar base a uma crítica descabida, ingênua
e sem o mínimo conteúdo, nem precisa ser acadêmico, mas apenas de
bom senso.
Se
conseguirmos democratizar plenamente o acesso a internet, talvez
consigamos, pelo menos, contrapor um pouco de lucidez a este
emaranhado midiático que progressivamente se alia ao pior. E não
foi por falta de aviso que a imprensa acabou assim; Pulitzer, (aquele
do prêmio americano que desde 1917 procura reconhecer o bom
jornalismo) já havia nos prevenido.
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