terça-feira, 18 de junho de 2013

Quero acreditar

     Ao ler as manchetes dos jornalões nesta manhã de 18/06/2013, vejo a ampla e bombástica cobertura da marcha do dia anterior do dito "Movimento Passe Livre. Este movimento tem conseguido apoio midiático para as passeatas ao longo desta últimas semanas. Diz o Movimento em sua página que a sua missão é a estatização do transporte urbano; passando totalmente das mãos de proprietários que exploram e usam politicamente o transporte público, para as mãos do Estado.
      Evidentemente que esta medida teria de alcançar aqui no Rio de Janeiro, o Metro e a Supervia. Uma que explora o transporte ferroviária sub e outra que, de superfície, é um butim dos tempos das privatizações.
      Tudo isto me parece justo, concorde eu ou não, mas algumas questões ainda me encomendam e tento respondê-las com a maior isenção. 
      Parto do pressuposto que um movimento vindo de jovens, constituído por jovens, mesmo não tendo obrigação de ser justo tal movimento, dado ao fato de serem apenas humanos os seus manifestantes, tem que dar certo. No entanto as questões que tento responder não estão na pauta deste movimento e sempre são contaminadas pelas bombásticas declarações da grande mídia. Eis aí as questões que tento responder com isenção:

1- Por que não houve tal movimento na ocasião do aumento do Metro e dos Trens da Supervia,   transporte utilizado pelas classes sociais trabalhadoras aqui no Rio de Janeiro?

2- Por que tais manifestações insistem em por as Forças de Segurança em cheque, quando são feitas no horário de pico, quando os trabalhadores, já cansados, retornam para seus lares e quando impedem o democrático ir e vir das pessoas? 

3- Por que, ao aceitarem a crítica social de todos os matizes, misturam seu lídimo propósito com a oportunidade de por em risco um evento importante que serviria ( malgrado suas mazelas ) a projeção do país em escala mundial?

4- Por que não rechaçaram imediatamente a denominação de "primavera", imitando o movimento dos países àrabes que viviam sob feroz ditadura, tentando derrubar o governo imposto?

5- Por que, mesmo sabendo que o(s) Estado(s) atual, democrático, tendo ( concordemos ou não ) um Governo legitimamente eleito, os apoiará, os coloca na condição de resolver ex abruptu um problema herdado da era ditatorial e neo-liberal?   
  
6-  Por que, tão ingenuamente, rejeitam a natureza política ( mesmo não sendo partidária ) do movimento;  já que utilizam a polis como objeto e meio de sua ação? E ainda assim aceitam apoio de políticos?

7- E, por derradeiro, por que este movimento, aliás, seus organizadores, já que não existe movimento acéfalo, não se apresentam publicamente e aceitam democraticamente o contraditório? Assim fizeram seus antecessores, quando jovens,  em diversas oportunidades.

     Estas sete questões necessito respondê-las e, de forma democrática, as coloco para aqueles que, de alguma maneira, possam ser mais lúcidos do que eu, e desvendem este recente fenômeno político, como soe ser qualquer manifestação coletiva, de protesto ou não, mesmo não sendo partidária.
     Quero acreditar na oportunidade deste movimento. Quero acreditar na lisura deste movimento. Quero acreditar na ausência de oportunismo deste movimento. Quero acreditar que este movimento, mesmo vindo de jovens de classe média, venham beneficiar aqueles que tanto necessitam de nosso trabalho e esforço. 

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