segunda-feira, 21 de maio de 2012

Produzir no Brasil com urgência.

Tenho este tempo refletido sobre a necessidade premente de se criar a mentalidade de "produzir no Brasil", como uma campanha de conscientização. Talvez tenha sido a negação desta premissa básica, a de se produzir no país, que nos levou à bancarrota, pois não há termo melhor para definir a nossa situação perante ao FMI e os nossos três "default", na época em plena empolgação neo-liberal. Encomendamos plataformas de petróleo, navios, e toda a sorte de bens de capital que podiam perfeitamente ser aqui produzidas. Não havia a premissa política no Estado de se encomendar preferencialmente o produto nacional; que dirá de se estimular o seu projeto e desenvolvimento. Não se gerava mercado interno, logo não havia interesse.
      Realmente os tempos mudaram, mas ainda existem situações que devem ser corrigidos, herança de tempos irresponsáveis. Se não, vejamos os casos concretos.
       A VALE deve ao fisco, ou seja ao Estado, uma quantia simples de trinta e tantos bilhões. Vai ficar por isso mesmo? Lembremo-nos que o Estado tem o recurso da golden-sahre.
      O etanol, concentrada a produção  na mão de poucos, inclusive multinacionais, compromete a política de energia. Há pouco ouvimos a notícia de importação; custa crer que seja realidade. Urge a criação de um organismo, ou empresa, que discipline esta situação mais do que ridícula. Deixada a solução na mão do Ministério da Agricultura sofrerá influência dos pecuaristas e outros que não abrem mão de nada. Deixada à cargo do Ministério de Minas e Energia, se diluirá em meio a interesses maiores da distribuição e produção elétrica. E por final, a obrigatoriedade de compra de produtos de petróleo e o álcool por distribuidores, elimina a possibilidade da compra no pequeno produtor.  O financiamento pelos agentes de governo de uma mini-usina de álcool sairia mais barato que a ridícula importação do produto, além de desenvolver os fabricantes nacionais desta usinas. 
     A importação de automóveis do México, ou de qualquer outro país, já a chega ser também ridícula.
   A encomenda de importados pelas administrações estaduais, estão fora de controle. Vejo casos gritantes no Estado do Rio de Janeiro.
     Ou tomamos a decisão soberana e responsável de proteger e incentivar a produção nacional ou, não demora muito, estaremos fazendo companhia a Grécia e demais estados altamente dependentes da industrialização alheia, pois não foram somente os empréstimos que levaram a esta situação, foi o consumo desordenado e a opção pelo estrangeiro.
      A tarefa do governo urgente, juntamente com que as que estão em curso, é estancar, por um lado, estancar a saída de recursos ( além de pagamento de juros, inclua-se aí turismo e serviços ) e, por outro,  a preferência formal pelo nacional, tal como foi feito com alteração da famigerada Lei 866, herança de tempos da "big-house", ( casa-grande soa mal aos ouvidos sensíveis dos rentistas e outros frouxos ). Aliás, a Presidenta sabe muito bem onde estão entocados os inimigos do Brasil. Cabe agora planejar um combate mais duro, tal como fez e fará com os juros. A faxina torna-se urgente.





       

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