segunda-feira, 25 de junho de 2012

Não somos inatacáveis

      Lenta, mas contínua, a marcha em direção ao controle do continente ao sul se verifica agora com notoriedade. O ainda poderoso estado do norte tem visto, pouco à pouco, a sua influência diminuir no extremo oriente, onde a China passa a ser a potência controladora, militar e economicamente. Há pouco a imprensa divulgou a nota diplomática pedindo que o EUA se retirasse do sul do Mar da China. No que prontamente foi atendido. A China no momento não pode ser colocada contra a parede, pois uma simples saída de dólares de sua reserva, já criaria um embaraço sem proporções na economia americana e ocidental. Qualquer ameaça neste sentido, ou potencial, ou suspeita, já cria problemas incalculáveis. Imagine-se se A China resolver descarregar esta reserva; é uma arma de guerra. 
      A situação do Afeganistão, e mesmo a do Iraque, não indica uma saída honrosa. A situação da Síria coloca os EUA perigosa e potencialmente  em trajetória de confronto com China e Rússia.
      Portanto um recuo é uma opção estratégica possível e necessária. Tal recuo implica em reforçar a presença nos Estados latino americanos. Presença que em si mesmo não tem nada de errado, não fosse a forma a que está o império do norte habituado historicamente. Tivesse aprendido à lidar com os Estados vizinhos de forma pacífica, absolutamente não-intervencionista, hoje tal situação estaria até reforçada. Ocorre que, a história mostra, não houve esta evolução política e diplomática. Lamentavelmente Honduras serve de exemplo, e mostra que ainda sobrevive a antiga forma imperial intervencionista. Daí nasce a questão: o que pensar então do Paraguai? Onde um presidente se mostrou ingenuamente negociador demais e acabou "dando carona para o escorpião atravessar o rio".
      Diante do cenário que se apresenta temos mesmo que por as barbas de molho. Sabemos sobejamente que temos internamente uma não pequena quantidade de forças políticas e econômicas que estão à serviço do império. Esta afirmativa não é nenhuma novidade e nem cabe aqui conotações ideológicas; é  fato que todas as correntes políticas tem consciência;  à menos de alguns ingênuos, todos, inclusive os interessados que lucram de algum modo, o sabem muito bem.  E esta gente atua no cenário político e estratégico, com um discurso como se fossem patriotas. Mas a máscara vem caindo e a população em geral já percebe os movimentos sutis no teatro de operações. As coincidências começam a ser óbvias e artificialmente engedradas. Demais para não serem percebidas pelo inconsciente coletivo.  Daí termos que estar preparados.
      Estar preparado é ter alguma auto-suficiência tecnológica, não apenas no que tange a fabricação de itens de defesa e segurança. É independer de importações que, muitas vezes, são utilizadas como instrumento de controle do país exportador. Também é formar recursos humanos à altura desta demanda, como é para todas as demandas sociais e econômicas, e que deve se iniciar com qualidade desde os primeiros anos escolares. 
      Estar preparado é fazer a máquina do Estado dar preferência ao produto nacional e nele investir.
    Estar preparado é combater a corrupção que, além de enriquecimento ilícito, ainda trabalha em favor de outra nação 
    Estar preparado é por os recursos do Estado, suas agências de fomento, à serviço do novo, do arriscado, mesmo sabendo que parte dos recursos, será consumida em honestas e patrióticas tentativas, ás vezes sem sucesso.
    Estar preparado é formar a opinião pública, ou melhor, permitir que esta se forme de maneira soberana, independente e lúcida. E não à reboque de qualquer prestigitador de feira que apareça na mídia.
      Temos de estar preparados para proteger nossa soberania. Muitos no passado deram suas vidas com este ideal.  Se herdamos esta honradez e patriotismo, então chegou a hora. Não somos inatacáveis.

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