Na nota do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, hoje (29/08/12) publicada na Carta Maior, após extensa e lúcida análise sobre educação, já que o título "Realidade e Educação" assim propunha, pude extrair no parágrafo 26 uma constatação que, além de lúcida, coloca o problema nos seus devidos termos e também coloca nos trilhos os devaneios de uma burguesia "culta" que jamais pensou ( sentir já é demais ) na dívida social coletiva assumida nos períodos de ficção. Tampouco percebe holisticamente que se insere na pior das situações, viver a civilização de empréstimo, diria Euclides da Cunha, viver de aparências. Quando a favela está ali do lado da sua janela.
Pensar em educação sem pensar em trabalho, em pleno emprego, é uma das formas mais absolutas, e disfarçadas, de elitismo e é a mais rasa demonstração de burrice. Eis então o que o mestre diplomata coloca no seu derradeiro parágrafo:
" 26. Fazer crer que a educação
isoladamente é o maior desafio da sociedade brasileira sem associar
a educação à necessidade de aumento da capacidade instalada e do
emprego contribui para evitar o debate sobre a concentração de
renda e de riqueza, e a urgência cada vez maior de promover sua
desconcentração, etapa indispensável para construir um verdadeiro
Brasil Maior. "
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