quinta-feira, 17 de novembro de 2022

MRP, MRP-II, ERP, uma história nova.

 MRP, MRP-II, ERP, uma história nova.

Tive a oportunidade de acompanhar, desde o inicio, a evolução dos sistemas, e da metodologia a eles relativa, relacionados a gestão da produção industrial, mais propriamente o MRP-II, que derivava da evolução do MRP , que era um mecanismo de derivação de demanda e cálculo de demanda líquida, após considerar estoques em mãos e ordens de suprimento em curso.

Tal sistema de derivação de demanda, partiu da sacada genial do engenheiro da IBM, Joseph Orlicky de, com base no processador (BOMP e DPOMB) da lista de material de um produto, representar as dependências lógicas de um determinado item componente dentre vários produtos, de forma a calcular a demanda líquida respeitando os diversos níveis precedentes. Ou seja, só calcula a demanda líquida após todos os diversos produtos, conjuntos, subconjuntos, onde se aplica este material (componente ou matéria-prima) apresentarem as suas demandas líquidas. Esta solução para o problema do cálculo da demanda líquida (MRP) em uma única rodada de processamento do planejamento de produção e de materiais se deu nos anos 60. Daí derivou-se para o MRP-II, que é a integração das outras funções relativas ao planejamento empresarial, seja de produção ou de compras. Depois desdobrou-se a solução para o que hoje denominamos ERP (Entreprise Requirements Planning).

Mas tal solução sempre partiu do conhecimento explícito da demanda independente, aquela que parte do conhecimento da necessidade de uso do produto final. Ou seja, da explicitação por parte do cliente de suas necessidades, sejam estas contratadas, ou não. Hoje, com o advento da internet, das transações efetuadas em rede (na nuvem), facilitando a transação entre empresas e das suas unidades fabris, da aplicação de robótica e do tratamento da demanda utilizando técnicas de machine-learning, e as mais recentes aquisições tecnológicas, pode-se afirmar que o conhecimento preciso ou oportuno da demanda é que continua sendo a base para a acertividade deste instrumento gerencial: o conhecimento mais preciso possível da demanda.

A precisão da demanda independente está diretamente ligada ao ambiente negocial, a demanda efetiva do mercado consumidor. O que me moveu então em visitar, após alguns anos, os diversos fornecedores de softwares ERP, para conhecer as novas facilidades e automatismos foi a nossa situação econômica e mesmo, no específico caso brasileiro, as implicações fiscais que se diferenciam dentre os diversos segmentos produtivos e as diferentes legislações estaduais que tratam de recolhimento de impostos e diferentes favores e renúncias fiscais.

Aqui cabe então uma questão: Sabendo que vivemos um processo de desendustrialização, de consequente enorme influência de importação de produtos industrializados; do enorme ( !!! ) valor da renúncia fiscal, que alcança por volta de 4% do PIB, inibindo o investimento público estimulador da industrialização, faço a mim mesmo a seguinte pergunta: - Terão as empresas brasileiras de desenvolvimento de software capacidade de oferecer soluções próprias baratas, de qualidade, que possam fazer frente a uma futura industrialização e a concorrência internacional?

Tal questionamento nos obriga rever os atuais custos e modalidades de negócio relativas aos produtos de software. Daí uma nova fase de desenvolvimento e de política de emprego dos recursos de produção, que ora “pjtizados”, terão de projetar carreiras estáveis em ambientes de desenvolvimento criativo com aprofundamento tecnológico, científico que viabilizem soluções próprias.

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