terça-feira, 1 de outubro de 2013

Olho na Alemanha, repito

 Passada a eleição alemã, não acredito que a imprensa mundial vá se ocupar mais deste assunto. Até porque os atores do espetáculo pouco mudam. Mesmo dando uma pequena guinada, mais à esquerda, ainda não foi suficiente para alterar as relações do porvir, com o resto da Europa. Mormente com os mediterrâneos que estão dependentes da vontade e da disponibilidade da bolsa alemã. Com um índice de desemprego beirando os 6% existe o risco, na Alemanha pós eleição, e na quarta legislatura de Merkel, de se pressionar o governo para endurecer com os gregos e vizinhos. Lembro os atuais acontecimentos na Grécia que evidenciam um renascimento do nazismo. Qualquer sociedade em meio ao descontrole e do desespero é presa fácil de ideologias extremas. A Alemanha dos anos 20 é prova irrefutável.
Posso parecer repetitivo e renitente mas não posso deixar de alertar para os riscos de manter o rumo que está sendo mantido pela leniência dos Estados Europeus. A situação da Espanha, da Itália, de Portugal não se altera. A Grécia, vizinha a crítica e desequilibrada região dos |Balcans cada vez se interna em um ambiente de extremos. Todo este cenário teve a sua construção patrocinada pelos ricos estados europeus que hoje fogem do risco e se enrolam na trama do desemprego conjugado com uma moeda artificial. É uma questão de tempo; o preço da incúria será pago pelos alemães também, pois os europeus não vão carregar este fardo sozinhos. Françoise Holande já se manifestou, meio desajeitado, mas ficou claro e bem claro a sua decepção com a pouca importância dada ao desemprego sistêmico da Europa, onde a senhora Merkel vende produtos alemães, cada vez menos.

Não se enganem, o preço à ser pago é alto e vão tentar rateá-lo com quem não tem nada com isso, inclusive nós brasileiros. Olho na Alemanha repito.

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