domingo, 5 de março de 2023
O Brasil, Lula e a paz
terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
ERP, recuperação industrial.
"Portanto, é preciso um trabalho conjunto entre a iniciativa privada e o setor público, com mais ênfase deste último naqueles projetos de difícil viabilidade econômica, mas que também são importantes para o desenvolvimento social do país, como já se fez no passado"
Concluo que, dar um passo na direção do investimento no desenvolvimento do mercado de sistemas ERP é condição sine qua para a sobrevivência das empresas deste mercado. Caso contrário assistiremos a entrada de sistemas estrangeiros que acabarão por dominar fatia relevante, principalmente no segmento das empresas internacionais. Como aliás já vivenciei no passado, mesmo durante o "milagre brasileiro" dos anos 70/80.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023
Ainda sobre ERP: a importância do BOM
É oportuno rever alguns conceitos do ERP/MRP-II para que não se cometa erros de interpretação ao longo deste processo de projeção em direção a uma nova perspectiva orientada ao "aprendizado de máquina" que irá incorporar as faculdades de ajustes e de validação de planos, diante de "desvios" e restrições, sejam estes quantitativos, de prazos e até de valores financeiros.
Há uma funcionalidade no ERP que considero a mais importante no processo de evolução desde a contribuição de Orlicky, a Lista-de-Material, que denominarei de BOM (Bill-of-Material). Por que considero a mais importante ? Porque estabelece na relação Produto-Componente a relação causal do processo produtivo. Foi a partir de Orlicky que tudo começou.
É na BOM que se representa em síntese o processo produtivo e a síntese também da tecnologia aplicada.
Quando se estabelece a ligação "pai-filho", ou seja produto ou conjunto, com as quantidades de uso, podem ser ainda representadas as tolerâncias e também os itens filhos "by-product", ou seja aqueles que nascem no processo, tal como cavacos (sucatas) e subprodutos de reações, podendo estes até serem comercializados.
Além dos "ajustes" quantitativos ainda são possíveis aqueles que afetam tempo de produção, tempos de preparação (aquecimento, limpeza, ajuste, montagens etc...-set-up) e tempos de desmontagens (limpeza, etc... -set-down). O tratamento as estas variações é elemento fulcral da adaptabilidade e utilidade do cálculo de necessidades de material e do planejamento de material e produção como um todo.
Exercido o cálculo de necessidades (demandas dependentes) e efetuadas as ações de suprimento, sejam, que no diagrama estão representadas no lado direito do diagrama (em tom cinza).
Não está neste diagrama apresentado o elemento ou elementos funcionais que servem aos usuários e representam as ações: recebimentos e entregas; isto é recebimentos de materiais e entregas de produtos. É neste momento que "ocorrem" os desvios. Capturar tais desvios, no tempo e nas quantidades, será a missão primária do aprendizado. Conclui-se que quão mais "precisa" for a BOM, boa ou melhor será a cadeia de aprendizado. Em síntese: O conhecimento será realimentado e aposto nas quantidades e tolerâncias da BOM.
domingo, 19 de fevereiro de 2023
ERP/MRP, aprendizado e estrutura de dados (cont.)
Antes mesmo de dar continuidade lógica, é necessário apor alguns adendos e correções.
O primeiro, até imperdoável, é não ter dado crédito ao meu dileto amigo, que atende pelo carinhoso apelido de Bulinha, cientista de dados, doutorando do IME, que validou ideias e perdoou simplificações. Ficam aqui então as necessárias desculpas e créditos.
É necessário também rever o esquema original para poder detalhar (explodir) o que está representado como Planejamento da Demanda (Hn) e estará posteriormente apresentado
O que aqui está sinteticamente representado como Planejamento de Demanda é aqui esquematizado.
Deve ser notado que os componentes cadastrais e funcionais mantem-se na forma original. Se futuras construções de sistemas vierem a ser produzidas na tecnologia sgbd NoSQL então nova esquematização de dados será necessária. Entretanto acreditamos que deverá haver um passo misto intermediário que preserve a esquematização ao lado.
O atual estado-da-arte previlegia as funcionalidades front-end que apoiam a gestão tanto com automatismos quanto análises de situação.
Mas com o advento do "aprendizado de máquina", mesmo mantendo esta esquematização, um maior nível de detalhamento referente ao esquema anterior ainda terá que ser elaborado.
Também novas práticas de gestão serão exigidas. Relacionamentos cliente-fornecedor terão de evoluir, buscando maior fidelidade para que novas cadeias de suprimento sejam mais estáveis. O regime cultural inerente a competição exigirá mudanças que subsistem no estrato social e que obrigará maiores investimentos no desenvolvimento dos sistemas. Mas o passo a frente pressupõe desequilíbrio, deslocamentos, visão a frente, vontade de caminhar. O ponto essencial agora é definir as funções e objetivos. Vamos caminhando.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023
ERP/MRP, aprendizado e estrutura de dados.
Dando sequência ao texto anterior, onde mencionamos a acumulação de experiência por parte dos analistas e controladores de estoque e de produção, temos agora de dar curso a análise e a estruturação dos dados pertinentes ao resultado do processo, ou da "rodada", de cálculo das necessidades de material, mrp propriamente dito.
.número de controle do processo;
.código ou número do item material;
Desta forma os sistemas registram a demanda dependente (do filho) ligando ao produto ou conjunto (pai) que a gerou calculando quantidades e prazos a partir da Lista-de-Material e do Cadastro do Item.
Assumindo o grafico acima representando a Lista-de-Material, sendo R's os produtos finais, C's os conjuntos e subconjuntos e M's as matérias primas. podendo todos se interligarem, assim seria a representação resultante do registro do Planejamento.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2023
ERP- Aprendizado de máquina-I: O que se espera?
Relendo a publicação do último texto de duas semanas atrás (18/01/23) obrigo-me a ajustar a extrema síntese na tentativa de apresentar a necessidade de avaliação prévia da viabilidade, da exequibilidade, da demanda independente. Como disse, desde o tempo de George Plossl já se construíam as funcionalidades "what-if" e se apresentava a funcionalidade de análise no MPS (Master Production Schedule) como uma prévia da execução do planejamento de necessidade de materiais; ou seja, do cálculo das necessidades líquidas de material e consequente sugestão de ordens, sejam estas de compra, sejam de produção.
Ocorre que, se considerarmos (como apresentado no esquema de 18/01/23 ), aquelas empresas apresentadas na esquematização teremos os diferentes e variados casos com produção de vários níveis, representados na Lista-de-Material (BOM) que sofrem efeitos do processo interno e ainda aqueles sofrem os efeitos externos de componentes estocásticas que não são quantificadas discretamente. Isto já nos indica a dificuldade, ou mesmo impossibilidade, de construção de sistemas ERP genéricos.
Ao se ligar as componentes de mercado dos produtos fabricados à aquelas componentes de mercado dos insumos (fornecimento externo de material, mão-de-obra, energia, capital de giro, condições logísticas) veremos que a regra é determinar margens de tolerância mesmo nos componentes discretos. Exemplifiquemos:
Na lista de material e na designação do produto temos: as quantidade (de uso, de perda, de desgaste), os tempos (de preparação (set-up) de produção, desmontagem (set-down)). No caso dos materiais comprados temos as mesmas componentes, quantidades múltiplas e mínimas de fornecimento, os tempos típicos de entrega, os requerimentos de cura e guarda. Ou seja, na quantificação e nos tempos de insumos derivados da demanda independente se oportuniza a aplicação das técnicas de aprendizagem de máquina. Observe que nem consideramos as componentes de ambiente, tais como as meteorológicas, as sazonalidades, as civis, como greves e feriados prolongados. Ou seja, quando no passado adotávamos a estatística descritiva para quantificar demandas (ainda que dependentes), estoque-de-segurança, lotes-de-encomenda, tempo-de-reposição, era a não existência de facilidades computacionais e mesmo de técnicas que nasceram e se popularizaram devido as facilidades tecnológicas emergentes; daí a generalidade dos métodos e a aplicação de soluções ERP para qualquer caso. Nas indústrias de processo e mesmo nas manufatureiras mecânicas e eletro-eletrônicas a generalidade dos sistemas não satisfaziam completamente as necessidades de gestão, o que geravam ( e ainda geram ) um alto custo de customização e implantação. Na "explosão" da lista-de-materiais temos também que "explodir" conceitos.
Vejamos:- resolvido um plano de mestre de produção, já analisada a capacidade geral (RCCP), o Plano Mestre, MPS(Master Production Schedule), explodindo as necessidades chega-se a um resultado de ordens de compras e de ordens de produção. Após os ajustes durante o período de "mês" (acertos de ordens, alterações e retrabalhos, etc...) compara-se o que foi calculado originariamente no plano e a resultante após o período "mês", chega-se a um resultado dos "desvios". O que fazer com este resultado? Os gestores, controladores de produção, analistas de compras, etc...após um certo tempo, e durante muito tempo, começam a se ajustar aos "desvios"; via de regra colocando uma "segurança", seja na quantidade, seja nos prazos...Onde realmente se aplicam estas "correções" ? Nos diversos itens, sejam estes comprados, sejam estes os fabricados...item a item individualmente. O "aprendizado de máquina" terá que fazer o mesmo, com mais precisão. É o que se espera...