domingo, 5 de março de 2023

O Brasil, Lula e a paz

         Posso dizer que me animo com a iniciativa do Presidente Lula de patrocinar um acordo de paz no atual conflito na Ucrânia, no legítimo interesse de uma nação pacífica e que já mostrou desde o século IX a sua capacidade de intermediação, de  participar de forças de paz da ONU, de  estar presente e ensejando a paz, ainda que negociada. Já houve contendores que até desapareceram e as missões ainda permanecem, vai entender. Mas nossa vaidade de um Itamaraty é justa e compreensível e se estende  também aos nossos negociadores militares. 
        Lembro o General Santos Cruz, que mesmo ano passado foi lembrado pela ONU para a missão de investigação do episódio da Prisão de Olenivka na Ucrânia. 
        A lista de nossas missões e esforços pela paz é grande, muitas este general chefiou (Congo, Angola, Namíbia, El Salvador,  Líbano, Timor Leste, as várias guerras -Equador/Peru, Colômbia/Venezuela, a crise pelo Canal de Beagle - Argentina/Chile, Argentina/Inglaterra, República Dominicana; sem contar a contribuição do saudoso pernambucano Mario Gibson Barbosa que espontânea e pessoalmente oferecia a residência em Washington para conversas secretas e extra-oficiais entre vietnamitas e americanos. Minha saudosa Tia Lalica, funcionária já decana do Itamaraty à época, testemunhara e mesmo auxiliava nos encontros. Foi ela este relato.
    Por mais que alguns brasileiros por desinformação ou mesmo por espírito fraco não apoiem a iniciativa atual para alcançar a paz na Ucrânia, que desde 2014 tem sido destruída, tal iniciativa já está dando frutos. Quem viver verá.
     Há ainda intermediações históricas só fui saber, quando num esforço louvável, a Fundação Alexandre de Gusmão instalou solitariamente um "stand" na gare da Estação Pedro II (Central do Brasil) e me permitiu o acesso a obras maravilhosas sobre a diplomacia brasileira. Hoje sei que tais intermediações datam do tempo império...Caberia um texto elucidativo e uma visita a página da livraria da Fundação (https://funag.gov.br/loja-nova/) cujas obras, muito baratas, podem melhorar a percepção da intenção do presente texto.
    Tenho  até uma motivação pessoal nesta iniciativa de paz, pois acho que deixando seguir este conflito, como qualquer outro, acabará por contaminar outros países, pois que existem cizânias presentes e adormecidas (em todos países fronteiriços)  que logo irão aflorar e  desencadear mais sofrimento:- Tenho parentes vivendo na Europa. Mesmo que não os tivesse, a simples visão dessa multidão de  mortos já motivaria apoiar a iniciativa. Sabendo então da capacidade que tem o Itamaraty de cumprir esta missão...
    Lembro que existem tensões que podem aflorar e se transformar em conflitos de fato. Lembro a Catalunha; o Kosovo; a Transcarpatia que já sinaliza alguns conflitos fronteiriços; a Escócia já em 2014, junto com a Praça Maidan  (https://www.jn.pt/mundo/confrontos-em-glasgow-apos-vitoria-do-nao-na-escocia-4135459.html) já mostrava as tensões então"subterrâneas"; Bulgaria e Romênia também não ficaram atras. Mas temo mesmo, profundamente, é pela Alemanha, pois o testemunho de minha sobrinha-neta alemã nata, com síndrome do pânico, já motiva, junto à minha tristeza o meu apoio a iniciativa.
    Mas estou animado, basta parar de atirar; estão aí as Coréias, do Sul e do Norte : jamais assinaram um acordo de paz. Vivem o cessar-fogo desde 1953. Tinha oito anos de idade, mas ainda guardo na memória a edição no rádio do Repórter Esso, ...minhas tias em casa, era um sábado; as lágrimas correram, pois a memória recente de seu irmão  (1945) ainda latejava. Só para lembrar : https://www.youtube.com/watch?v=9dLkENGteMI.
    

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

ERP, recuperação industrial.

    É oportuno, ao falar de ERP, da própria recuperação industrial, já que estes sistemas só evoluirão caso exista demanda que justifique pesquisa e evolução dos atuais e futuros sistemas ERP, estejam estes baseados em tecnologia vigente ou mesmo em novas técnicas de aprendizado de máquina. Sugiro aqui a leitura da entrevista do Sr. Dan Ioshpe, Presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Tecnológico (IEDI) em https://noticias.portaldaindustria.com.br/entrevistas/dan-ioshpe/so-a-recuperacao-industrial-promove-crescimento-sustentado/
    Ali ele faz quatro sugestões apontando a direção para se iniciar e recuperação e e adiciona agenda de produtividade e competitividade. 
    Apesar de concordar com o que foi dito na entrevista confesso que senti falta de ênfase do elemento educação. Deve ser lembrado que neste aspecto o SESI já preenche os requisitos educacionais para o desenvolvimento, mas ainda se exige maior fomento na educação técnica e gerenci al. E como diz o entrevistado (lembrando: Presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Tecnológico (IEDI)):
"Portanto, é preciso um trabalho conjunto entre a iniciativa privada e o setor público, com mais ênfase deste último naqueles projetos de difícil viabilidade econômica, mas que também são importantes para o desenvolvimento social do país, como já se fez no passado"

    Concluo que, dar um passo na direção do investimento no desenvolvimento do mercado de sistemas ERP é condição sine qua para a sobrevivência das empresas deste mercado. Caso contrário assistiremos a entrada de sistemas estrangeiros que acabarão por dominar fatia relevante, principalmente no segmento das empresas internacionais. Como aliás já vivenciei no passado, mesmo durante o "milagre brasileiro" dos anos 70/80.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Ainda sobre ERP: a importância do BOM

        É oportuno  rever alguns conceitos do ERP/MRP-II para que não se cometa erros de interpretação ao longo deste processo de projeção em direção a uma nova perspectiva orientada ao "aprendizado de máquina" que irá incorporar as  faculdades de ajustes e de validação de planos, diante de "desvios" e restrições, sejam estes quantitativos, de prazos e até de valores financeiros. 

        Há uma funcionalidade no ERP que considero a mais importante no processo de evolução desde a contribuição de Orlicky, a Lista-de-Material, que denominarei de BOM (Bill-of-Material).  Por que considero a mais importante ?  Porque  estabelece na relação Produto-Componente a relação causal do processo produtivo. Foi a partir de Orlicky que tudo começou.

        É na BOM que se representa em síntese o processo produtivo e a síntese também da tecnologia aplicada.

        Quando se estabelece a ligação "pai-filho", ou seja produto ou conjunto, com as quantidades de uso, podem ser ainda representadas as tolerâncias e também os itens filhos "by-product", ou seja aqueles que nascem no processo, tal como cavacos (sucatas) e subprodutos de reações, podendo estes até serem comercializados. 

        Além dos "ajustes" quantitativos ainda são possíveis aqueles que afetam tempo de produção, tempos de preparação (aquecimento, limpeza, ajuste, montagens etc...-set-up) e tempos de desmontagens (limpeza, etc... -set-down). O tratamento as estas variações é elemento fulcral da adaptabilidade e  utilidade do cálculo de necessidades de material e do planejamento de material e produção como um todo.

 
     No diagrama apresentado pode se observar do lado esquerdo os elementos cadastrais e aqueles que refletem o conhecimento fabril e da engenharia do produto. Nele se encontram então  o Cadastro de Material e a Lista-de-Material (BOM). A síntese do conhecimento do produto está nestes dois "arquivos".

      Exercido o cálculo de necessidades (demandas dependentes) e efetuadas as ações de suprimento, sejam, que no diagrama estão representadas no lado direito do diagrama (em tom cinza).

    Não está neste diagrama apresentado o elemento ou elementos funcionais que servem aos usuários e representam as ações: recebimentos e entregas; isto é recebimentos de materiais e entregas de produtos. É neste momento que "ocorrem" os desvios. Capturar tais desvios, no tempo e nas quantidades, será a missão primária do aprendizado. Conclui-se que quão mais "precisa" for a BOM, boa ou melhor será a cadeia de aprendizado. Em síntese: O conhecimento será realimentado e aposto nas quantidades e tolerâncias da BOM.

domingo, 19 de fevereiro de 2023

ERP/MRP, aprendizado e estrutura de dados (cont.)

Antes mesmo de dar continuidade lógica, é necessário apor alguns adendos e correções.

O primeiro, até imperdoável, é não ter dado crédito ao meu dileto amigo, que atende pelo  carinhoso apelido de Bulinha, cientista de dados, doutorando do IME, que validou ideias e perdoou simplificações. Ficam aqui então as necessárias desculpas e créditos.

É necessário também rever o esquema original para poder detalhar (explodir) o que está representado como Planejamento da Demanda (Hn) e estará posteriormente apresentado



O que aqui está sinteticamente representado como Planejamento de Demanda é aqui esquematizado.

Deve ser notado que os componentes cadastrais e funcionais mantem-se na forma original. Se futuras construções de sistemas vierem a ser produzidas na tecnologia sgbd NoSQL então nova esquematização de dados será necessária. Entretanto acreditamos que deverá haver um passo misto intermediário  que preserve a esquematização ao lado.

O atual estado-da-arte previlegia as funcionalidades front-end que apoiam a gestão tanto com automatismos quanto análises de situação. 

        Mas com o advento do "aprendizado de máquina", mesmo mantendo esta esquematização, um maior nível de detalhamento referente ao esquema anterior ainda terá que ser elaborado.

            Também novas práticas de gestão serão exigidas. Relacionamentos cliente-fornecedor terão de evoluir, buscando maior fidelidade para que novas cadeias de suprimento sejam mais estáveis. O regime cultural inerente a competição exigirá mudanças que subsistem no estrato social e que obrigará maiores investimentos no desenvolvimento dos sistemas.  Mas o passo a frente pressupõe desequilíbrio, deslocamentos, visão a frente, vontade de caminhar. O ponto essencial agora é definir as funções e  objetivos. Vamos caminhando.


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

ERP/MRP, aprendizado e estrutura de dados.

         Dando sequência ao texto anterior, onde mencionamos a acumulação de experiência por parte dos analistas e controladores de estoque e de produção, temos agora de dar curso a análise e a estruturação dos dados pertinentes ao resultado do processo, ou da "rodada", de cálculo das necessidades de material, mrp propriamente dito. 

A formatação típica dos dados nos sistemas está assim representada  "Planejamento"(ver 8/12/22):
    .número de controle do processo; 
    .código ou número do item material; 
    .tipo de registro ( ordem de: suprimento, demanda), 
    .quantidade  requerida, 
    .quantidade completada, 
    .data/hora, 
    .origem (pegging em alguns textos),  i.e. número de controle ou o item conjunto, produto,                                                                     etc.. que originou tal demanda.
    . status: dependendo do sistema de controle das ordens, seja de suprimento, seja de demanda

          Desta forma os sistemas registram a demanda dependente (do filho) ligando ao produto ou conjunto (pai) que a gerou calculando quantidades e prazos a partir da Lista-de-Material e do Cadastro do Item.

        Esta é a forma tradicional e típica, podendo haver variações de formato, como os sistemas ERP/MRP registram os dados dinâmicos, seja de ordens de produção/compras  ou seja das demandas derivadas, que vão sendo atualizados   ao longo do processo de produção e compras.   Atualmente os sistemas ERP, na sua maioria, utilizam sgbd´s (sistema de gestão de banco de dados) de tecnologia SQL(structured query language). O que vamos agora sugerir, para dar curso ao processo de aprendizado de máquina, é reproduzir esta estrutura apresentada, podendo manter-se aquela instalada pertinente ao sistema, por uma adicional, ou mesmo substituindo-a, por outra baseada em sgbd nonSQL, preferencialmente os orientados a coluna, que não utilizam a estrutura de tabelas e cujo registro representa todo o caminho de dependência utilizado no cálculo, não dependendo do pegging já mencionado. A razão de se utilizar tal estrutura se deve a capacidade fornecer os dados ao processo de aprendizado, já que liga a demanda independente, a que origina as Análises de Horizonte (ver texto de 8/12/22) ao item mais elementar (matéria prima) passando por todos os níveis da estrutura do produto, representada na Lista-de-Material.

                           

        Assumindo o grafico acima representando a Lista-de-Material, sendo R's os produtos finais, C's os conjuntos e subconjuntos e M's as matérias primas. podendo todos se interligarem, assim seria a representação resultante do registro  do Planejamento.

                                    { (Mi, qtde, data, Cj, qtde, data, Rn, qtde) }

        Nesta representação acima se apresenta a concatenação de uma "M" Matéria prima, ao "C" Conjunto, ou Conjuntos, com as respectivas quantidades e datas necessárias, e por sua vez, tais Conjuntos ligando os "R" produtos que  o geraram. Ou seja, em vez de representar o "pegging" que é a ligação entre as demandas derivadas e as Ordens de Suprimento, calculadas ou já firmadas, se representa toda a cadeia que gerou a demanda em último nível.
       O motivo desta representação e o respectivo registro, utilizando um sistema de gestão banco de dados não relacional, ou noSQL(*), se deve ao fato que o acesso repetitivo no processo de "aprender" é facilitado e ademais deste fato existe ainda a comparação que será efetuada com as transações pertinentes a este determinado Planejamento, ou seja, o último; desta forma medindo os "desvios", seja estes nas respectivas quantidade, ou nas datas de requisição e completação das ordens de suprimento. No diagrama da emissão de 8/12/22 se representa a necessária estrutura funcional para medição dos "desvios", sejam estes perdas, atrasos, trocas, afetando a validade dos vindouros planos de produção ou mesmo ensaios. A medição dos "desvios" nos diversos Planejamentos ao longo do tempo é que irão (backpropagation) "ensinar" como se comporta a produção e a compra a partir das componentes estocásticas inerentes ao processo produtivo e logístico.
        É oportuno aqui se mencionar a experiência já mencionada em texto anterior da empresa de mineração que deriva ainda a Qualidade do "produto", dentro do contexto KQt. Neste caso a medição dos "desvios"  também "ensina" ao sistema a tendência e a inércia do processo (pilhas de minério) guiando as cadeias seguintes no tempo, (ou melhor as anteriores), das fases de produção.
           No texto seguinte vamos representar a cadeia de aprendizado.

(*)  Já ha vários fornecedores, mas o que é mencionado neste estudo é a estrutura JSON.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

ERP- Aprendizado de máquina-I: O que se espera?

         Relendo a publicação do último texto de duas semanas atrás (18/01/23) obrigo-me a ajustar a extrema síntese na tentativa de apresentar a necessidade de avaliação prévia da viabilidade, da exequibilidade, da demanda independente. Como disse, desde o tempo de George Plossl já se construíam as funcionalidades "what-if"  e se apresentava a funcionalidade de análise no MPS (Master Production Schedule) como uma prévia da execução do planejamento de necessidade de materiais; ou seja, do cálculo das necessidades líquidas de material e consequente sugestão de ordens, sejam estas de compra, sejam de produção. 

            Ocorre que, se considerarmos (como apresentado no esquema de 18/01/23 ), aquelas empresas apresentadas na esquematização teremos os diferentes e variados casos com produção de vários níveis, representados na Lista-de-Material (BOM) que sofrem efeitos do processo interno e ainda aqueles sofrem os efeitos externos de componentes estocásticas que não são quantificadas discretamente. Isto já nos indica a dificuldade, ou mesmo impossibilidade, de construção de sistemas ERP genéricos.

          Ao se ligar as componentes de mercado dos produtos fabricados à aquelas componentes de mercado dos insumos (fornecimento externo de material, mão-de-obra, energia, capital de giro, condições logísticas)  veremos que a regra é determinar margens de tolerância mesmo nos componentes discretos. Exemplifiquemos:

           Na lista de material e na designação do produto temos: as quantidade (de uso, de perda, de desgaste), os tempos (de preparação (set-up) de produção, desmontagem (set-down)). No caso dos materiais comprados temos as mesmas componentes, quantidades múltiplas e mínimas de fornecimento, os tempos típicos de entrega, os requerimentos de cura e guarda. Ou seja, na quantificação e nos tempos de insumos  derivados da demanda independente se oportuniza a aplicação das técnicas de aprendizagem de máquina. Observe que nem consideramos as componentes de ambiente, tais como as meteorológicas, as sazonalidades, as civis, como greves e feriados prolongados. Ou seja, quando no passado adotávamos a estatística descritiva para quantificar demandas (ainda que dependentes), estoque-de-segurança, lotes-de-encomenda, tempo-de-reposição, era a não existência de facilidades computacionais e mesmo de técnicas que nasceram e se popularizaram devido as facilidades tecnológicas emergentes; daí a generalidade dos métodos e a aplicação de soluções ERP para qualquer caso. Nas indústrias de processo e mesmo nas manufatureiras mecânicas e eletro-eletrônicas a generalidade dos sistemas não satisfaziam completamente as necessidades de gestão, o que geravam ( e ainda geram ) um alto custo de customização e implantação.  Na "explosão" da lista-de-materiais temos também que "explodir" conceitos.

        Vejamos:-  resolvido um plano de mestre de produção, já analisada a capacidade geral (RCCP), o Plano Mestre, MPS(Master Production Schedule), explodindo as necessidades chega-se a um resultado de ordens de compras e de ordens de produção. Após os ajustes durante o período de "mês" (acertos de ordens, alterações e retrabalhos, etc...) compara-se o que foi calculado originariamente no plano e a resultante após o período "mês", chega-se a um resultado dos "desvios". O que fazer com este resultado? Os gestores, controladores de produção, analistas de compras, etc...após um certo tempo, e durante muito tempo, começam a se ajustar aos "desvios"; via de regra colocando uma "segurança", seja na quantidade, seja nos prazos...Onde realmente se aplicam estas "correções" ? Nos diversos itens, sejam estes comprados, sejam estes os fabricados...item a item individualmente. O "aprendizado de máquina" terá que fazer o mesmo, com mais precisão. É o que se espera...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

ERP-simulação

      Após período de recesso volto aos textos sobre a evolução do ERP em direção a sua aplicabilidade baseada em recursos sistêmicos de IA.
     Tenho que considerar, nesta extensão sobre o assunto, a conveniência das metodologias aplicadas as diferentes naturezas estruturais e suas funcionalidade industriais et pour cause seus sistemas ERP.    Agrupando as empresas segundo sua natureza e sua diferenciação estrutural e funcional esquematizamos:

                                                                          ┌   Indústrias de Processo
                            ┌─  Produção-para-Estoque┤    
                            │                                            └ Indústrias dee Manufatura
                            
         Indústria      
                            │                                                  ┌ Indústrias de Processo
                            │                                                 
                            └─  Produção-por-Encomenda ┼ Indústrias  de Manufatura
                                                                                  │
                                                                                └ Projeto/Engenharia por Encomenda

      Obviamente não teríamos sistemas genéricos ótimos, na tecnologia atual e mesmo no futuro, se tentássemos fazê-los totalmente genéricos. Chamo atenção que há vários fornecedores de sistemas ERP a ofertá-los com tal generalidade; no processo de implantação destes, considerando as diversidades, evidentemente iria se despender um enorme tempo e custo tentando customizá-los. O mesmo dar-se-á em estágios futuros nos ensaios "what-if".
       Ao se considerar as restrições, seja de capacidade fabril, seja de fornecimento externo, e mesmo mão-de-obra, segundo tal diferenciação estrutural e funcional teremos então as implicações relativas a modelagem, tal como aquelas relativas a Lista-de-Material. Quanto aquelas relativas a capacidade fabril, já na década de 80, George Plossl desenhava no MRP-II (Manufacturing Resources Planning) a utilização da funcionalidade "Análise Bruta de Capacidade" (RCCP- Rough-Cut Capacity Planning) antes do Planejamento de Necessidades de Material (MRP). Ou seja, prevenção da inviabilidade de produção devido a falta de capacidade. Nas versões originais MRP-II ainda não se acoplava o Planejamento de Manutenção, com as suas paradas programadas. Percebe-se então desde há muito que havia a necessidade de se combinar as previsões de demanda com as "previsões" de recursos e insumos. Não podemos nos esquecer da  adaptabilidade experimentada na empresa de mineração, onde se derivou a demanda independente nas suas componentes, em um processo denominado KQT (K-quantidaddde, Q-qualidade, T-tempo) que imitava o processo industrial e a implícita dificuldade de se modelar as estruturas e as  funções industriais. Construir sistemas?...Já não era o caminho crítico.

     A questão que emerge é a necessidade de, ao se realizar a avaliação da demanda independente, relacioná-la com a disponibilidade e os custos dos recursos (material, mão-de-obra, maquinário/instalações, capital de giro). No diagrama  abaixo está representada a relação entre demanda e suprimento considerando os componentes funcionais. 
Na parte superior (da direita para a esquerda) flui a derivação e a cadeia do planejamento e aquisições. O registro e o tratamento da demanda (já resolvidas as questões comerciais e de crédito), a derivação referente ao planejamento de necessidades de materiais, a análise grosso-modo de capacidade, o planejamento de produção e suprimento de materiais e demais insumos (mão-de-obra, energia) juntamente a demanda de capital de giro. 


  Na parte inferior (da esquerda para direita) se representa a consequente cadeia de execução: compras, recepção de materiais, inspeções, admissões de pessoal, estocagem, fabricação (fabricação, montagem, acabamento, embalagem, expedição).
      Fácil se intuir que o ideal seria conhecer com precisão, ou mesmo aproximadamente, a relação entre  Valor de Saída / Valor de Entrada, não apenas referentes a valores financeiros, mas aos valores de quantidade vendida por quantidade adquirida. 
    É claro que se houvesse tal viabilidade, nem seriam necessários os gestores, o trabalho clerical administrativo; bastava ligar o computador e ir tomar sol na praia. Não é  deste automatismo que trata; é se estabelecer métodos de análise que nos permitam adiantar medidas com maior precisão. Medidas estas que se aplicam, estágio após estágio, ao processo produtivo e logístico, seguindo a hierarquia tal como se representa no fluxo acima, e como se tem evoluído nos sistemas (MRP, MRP-II, ERP).
    Como então seguir a evolução da hierarquia e implementar a faculdade de se inferir quantitativamente  comportamentos, segundo a correlação de insumos, já incluindo paradas de processo, faltas, atrasos de entrega e outras componentes estocásticas? Vamos então para a aventura das origens meridiano de Greenwich. ( Estou aqui parafraseando e me inspirando na magistral obra de Paul Masursky dos anos 70, o filme  "Next stop, Greenwich Village", lembrando  o contemporâneo saudoso Lenny Baker rfip.