terça-feira, 27 de setembro de 2011

A economia vai bem, e a corrupção?

 Andei vendo uma porção de gente, até imbuída da maior boa fé, como foi o caso de contemporâneos meus que andavam de vassoura na lapela à imitar o bigode do Jânio Quadros, figura exótica, projeto de um presidente que foi mas sem ter sido, a empunhar vassouras em um quase comício, cômico e notoriamente falso em sua motivação. Volta e meia o espírito de UDN sai da tumba e tenta, de alguma maneira, envenenar as relações entre o povo e as suas instituições; como se as instituições não fossem parte do povo. 
Vivemos todos atores de nossas misérias, e uma delas a corrupção, qual peste negra contamina as mentes e o tecido social. Fazendo sofrer muitos e fazendo rico poucos. Uns sofrendo por sentimento de impotência, outros sofrendo por tentar sobreviver em meio a tantas dificuldades. 
Este espírito do mal pouco se dá se os sofredores são deste ou daquele tipo. Basta que lhes envenene a alma, no mais simples intuito de disseminar a ideia de impotência. É deste sentimento que ele se alimenta.
Nada soou mais falso que esta campanha por limpeza, pois foi somente eflúvio do espírito maligno. Todos perceberam. Ficou o ridículo, de tão óbvia a sua motivação,  plus que parfait.
A grande questão política está aí visivelmente aberta: - após conseguir tirar o povo da condição de miserável, fase obrigatória do caminho da independência e da cidadania, aí sim este poderá frui-la. Quem pensa que pode dar saltos, ultrapassando a primeira fase, ou tem memória curta e esquece a submissão ao FMI,  ou deve ter a barriga cheia, ou é um tolo, ou está realmente mal intencionado, ou dominado pelo espírito udenista.
Quem pensa que poderá banir a corrupção por decreto está esquecido das vezes que tirou alguma vantagem
da sua posição social ou profissional, do salário que paga a empregada, da propina que pagou, do imposto que sonegou, da sua passiva conivência que permitiu enfim que se instaurasse a corrupção, a vergonha dos outros.
A economia terá de ir bem, para poder dar a maioria da população a chance de poder desfrutar de um mínimo de dignidade; mas terá de ir bem para todos, não só para aqueles que, nem ricos nem pobres, se julgam acima do bem e do mal. Diria Goethe: “Detém-te , ó tu que és tão belo”. Também diria: Detém-te oh fausto dos Faustos, a corrupção é tua amiga.

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