quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Porque apoio o leilão do Pre-Sal

Não farei nenhuma alusão à questões contábeis deste assunto ( até porque não as domino ) que deve ser gerido e gestado no plano estratégico, pois já o foi, por quem conhece o assunto há mais de trinta anos, Magda Chambriard. Farei apenas um alerta aos opositores do leilão de Libra, estejam à direita ou à esquerda, já que para mim, distanciaram-se in extremis do meio virtuoso. A posição do bom senso. 
Mas quero ser mais didático com aqueles defensores do petróleo que se posicionam à esquerda; já que os da direita ainda não disseram ou propuseram nada diferente do que já houve. Durante época que nada se investiu, só se explorava.
Espero então que estes bem intencionados defensores do petróleo bem guardado embaixo de 8000 metros de despesas e fragilidades (lembrem-se do lugar que está cheio deles, dos bem-intencionados) percebam que a nova ordem implica novas alianças, novas oportunidades e sigam a instrução do Deng Xiaoping: “Observe com calma; proteja sua posição; lide com calma com as questões; esconda nossas capacidades e aposte no nosso tempo; seja discreto; e jamais reclame a liderança.”
Algumas razões então para apoiar o leilão, estejamos à esquerda ou à direita. 
Primeiro, as jazidas. Temos que ter a capacidade de defendê-la e não podemos fazê-lo sozinhos; a aliança com a China é uma das defesas, ou uma dissuasão.
Segundo, este nosso parceiro, além de poderoso e capaz de fazer frente a um possível bloqueio naval, necessita deste petróleo e estará disposto a pagar um preço, até menor do que estará custando o do Oriente Médio, já onerado pelas despesas militares.
Terceiro, tendo interesses na costa ocidental da África, terá portanto interesse num Atlântico Sul pacificado.
Quarto, como não seremos obrigados a uma despesa militar estratosférica, já que nossa aliança a minimiza, teremos os ganhos do petróleo realmente direcionados para o social e a educação.
E por último mas não menos importante, ainda vai sobrar óleo para pagar investimentos na energia alternativa, barateando-a e tornando o objeto da cobiça menos atraente.
Lembro ainda que se o preço do petróleo chegar a um determinado nível justificar-se-á a utilização de energias alternativas; álcool de milho, álcool de cana, biodiesel, câmara de hidrogênio, e por aí vai. Ou seja, vamos seguir o conselhos de Xiaoping e largar de ser ingênuos. “Bem intencionado”, seja da direita ou da esquerda, já passou a ser pejorativo.

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