sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A verdade sobrevive, sempre

Faço algumas reflexões neste dia levado pelas mais variadas leituras da imprensa e a observação da postura da nossa Presidenta. O que mais tem impactado é o seu silêncio, o que tem incomodando muitos de seus apoiadores; silêncio para mim muito revelador. Afinal dar palpite agora é o mesmo do que querer participar do showzinho que está a promover o juiz paranaense, que afinal está desfrutando de seus dias de notoriedade. Pela falta de maturidade, até devido a idade, vem a se perder em exibições de severidade e acaba por entrar em território que não é de sua alçada, e até mesmo entrando em terreno perigoso, pois bem antes da justiça e da probidade vem a sobrevivência. Parece que o moço não tem muita vivência nesta área, ou nunca experimentou a luta por esta. Será inevitável seu desgaste e mesmo desmoralização.

Mas tenho em minha mente a clara noção que os sistemas, sociais também, se comportam segundo suas idiossincrasias, no caso a crise interna, e segundo o seu entorno, o ambiente internacional. A recente ação americana de reatar com Cuba e a sua notória intervenção no mercado de petróleo, acolitada pela Arábia Saudita, mostra que o EUA já percebeu que não é um mau negócio ter uma vizinha América Latina mais rica. Afinal, conter a migração é um subproduto muito útil para o Estado Americano; a invasão de suas fronteiras é um problema para lá de incômodo e custoso. É perceptível a atenção agora dada especificamente a Rússia, China, Índia e ao Brasil e a Venezuela. Não seria por menos que o preço do petróleo administrado nestes níveis afeta profundamente a economia destes países, inclusive a China que vive de exportação. A sua geopolítica que afeta em escala global a economia está direcionada pelos interesses do petróleo, e estendo para a amplitude do mercado de energia, pois é disto que se trata: energia para a maioria dos lares americanos e para sua indústria. Afora a energia, expressa pelas suas diversas formas e seus concomitantes custos, sobram as commodities mais importantes: grãos, proteína animal e minérios. É nesse espectro de afetações que tem o  olhar Obama, pois também é afetado pelas commodities desvalorizadas, já que o mais importante produtor de alimento do mundo. Logo atrás viemos nós. 

É nesta ótica e dando tempo à acomodação de interesses que temos que olhar o cenário político e econômico. Os dois componentes, petróleo e grão, determinam e determinarão a dinâmica dos próximos passos que serão dados pela Presidenta. Isto porque os opositores, muitos destes à soldo de interesses alienígenas, também tem suas economias afetadas.
O petróleo nem é preciso dizer que estará sempre escasso, e desta forma terá seu preço corrigido mais adiante. É questão de poucos meses. Os grãos então tem a sua dinâmica atrelada aos interesses dos EUA e da América Latina. Temos que ter em mente que só o Brasil e Argentina, ou melhor dizendo o MERCOSUL, respondem por mais de 50% da produção mundial de soja. O Brasil está prestes, graças a pesquisa avançada da EMBRAPA, a ser auto-suficiente em trigo.

Afinal, não serão neófitos e fofoqueiros que irão mudar o curso da grande economia. Por mais que os bancos valorizem sua mercadoria e seus interesses, a economia real acaba arranjando acomodações e mecanismos de equilíbrio, pois esta capacidade, homeostase, é inerente aos sistemas mais complexos, aos humanos inclusive.  As intrigas e as mentiras afetam sim os mercados, mas... tem perna curta. A verdade é que tem chances de sobreviver. 
Numa frase memorável Winston Churchill disse: A verdade é incontestável. A malícia poderá atacá-la; a ignorância, ridicularizá-la, mas, no final, a verdade ainda sobreviverá.”




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