terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

IBEP e a Soberania

Estive no evento de reinstalação do IBEP-Instituto Brasileiro de Estudos Políticos. Ouvi Saturnino Braga, inteligência e coração à serviço de seu povo, um apaixonado pelo Brasil. Ouvi Roberto Amaral, mais do que um teórico professor, um ativista apaixonado como Saturnino, ativista da causa da soberania do povo brasileiro. Ouvi Jandira Feghali, Ouvi Fernando Taranto, operador desta ressurreição. Ouvi Vivaldo Barbosa, trabalhista dedicado a causa e defensor em várias frentes do trabalhador e seu protagonismo histórico. Encontrei Glauber Braga, orgulho de uma geração e exemplo para o Parlamento. Ouvi Boulos, ouvi Sônia Fleury, e tantos outros comprometidos com a causa da reconstrução do IBEP, ou melhor do próprio país, hoje destroçado pelo grosseiro golpe de Estado e pelos governos Temer e sua continuação, o governo Bolsonaro  na sua missão miliciana e entreguista.
Refletiu-se ali sobre a origem e as causas do golpe e seu objetivo principal, a tomada do Estado Brasileiro e, por consequência, das suas riquezas. Refletiu-se também sobre os desdobramentos urbanos e sobre a Dívida; esta, o mecanismo perverso de esgotamento da riqueza em direção a banca.
Confirmaram-se pensamentos e se constataram dificuldades, mas sobretudo afirmou-se o ânimo de homens e mulheres comprometidos com a causa da sobrevivência de um Povo.
Mas não poderia estar aqui apenas para prestar a justa homenagem aqueles que, apesar da idade civil, mostram uma juventude invejável e um vigor intelectual, patriótico, que faria sorrir o próprio Tiradentes. 
Todos ali eram inconfidentes patriotas, acolhidos na casa da paz e da preservação da memória daqueles que perderam a vida para o nazismo, a ASA - Associação Sholem Aleichem. Aqui então a minha gratidão.

Mas não gostaria apenas de deixar aqui apenas a minha gratidão a aqueles que mencionei e todos os que acolheram ao chamado da ressurreição, gostaria também de expor opinião diferenciada, para não dizer discordante, pois não é, de alguns pontos que lá foram expostos.

Quando se constata a quase cega obediência de grande parte de nossos oficiais do Exército as teses entreguistas e conservadoras, vejo que não podemos nos furtar a nossa necessária e obrigatória participação nos fóruns militares, para mostrar a estes que existe uma realidade geopolítica que transcende ao estreito ideário da Guerra Fria, que nos coloca automaticamente de um lado de conflitos que não dizem respeito, ainda que afetados por estes. Esquerda e direita, ocidente e oriente são temas que devem se subordinar ao interesse nacional, devem se subordinar aos preceitos de nossa soberania. Os militares brasileiros, principalmente do Exército, têm o direito ouvir o contraditório, mesmo que reajam com desdém. Se não nos dispusermos a iniciativa do diálogo, jamais terão a oportunidade da reflexão clara e patriótica. Com isso estarei, puco a pouco, buscando o diálogo.

Adicionalmente, temos que lembrar que diante do saque dos bens que estão avidamente fazendo, não haverá tempo suficiente para salvá-los se não buscarmos auxílio. No combate a este incêndio teremos que buscar auxílio de quem se opõe no plano geopolítico que é a China, assim como fez Maduro na Venezuela. Caso contrário, já o teriam removido para abrir caminho para a pilhagem.
Sabemos que a China tem extensos interesses econômicos no Brasil, que vão desde a geração e distribuição de energia elétrica, a indústria eletro-eletrônica, até ao agro-negócio. Eles sabem que a diplomacia sempre alcançará melhores resultados que a pura e simples ameaça militar. Tal ameaça somente virá de quem não tem mais argumentos para sustentar um padrão de vida e de consumo incompatível com a realidade econômica mundial e ecológica; incompatível também com a miséria de outros povos. Não dá mais para sustentar a ganância e o padrão de luxo de poucos. E nesta guerra, além do próprio povo brasileiro, temos que ter aliados. Vamos buscá-los pessoalmente, eletronicamente, de todo os modos possíveis. Não falo em submissão alternativa, falo em aliança respeitosa. 
Teremos no IBEP diplomatas respeitados, economistas realistas, juristas reconhecidos, pensadores argutos na busca de caminhos alternativos, na busca da salvação de nossa Soberania.






   

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