segunda-feira, 2 de julho de 2018

Nós perante o mundo

O hábito de escrever é pertinente a quem deseja externar suas ideias e mesmo ser útil através deste meio tão antigo. Mas ser útil, ás vezes demora muito tempo para se convencer das ideias e transformá-las em crença. Não fora por isso os quatro evangelistas não demorariam tantos anos para por a mão no papel e pena. Teria seria dúvida? Ou falta de fé ? Ou mesmo seriam estes analfabetos, e naquela época não existia EJA ainda. Passaram-se anos, décadas, para escreverem os Evangelhos e, diga-se de passagem, São Marcos e São Lucas não foram testemunhas próximas. Foram verdadeiramente repórteres da fé.  Isso é que me move a transcrever textos de terceiros que considero importante propagar, assim como Marcos e Lucas.

Os meus, mais humildes e sem o brilho daqueles que escolho,  tem a pretensão da sinceridade e do inconformismo, ainda que possa ter momentos de descanso para me entreter com um tema que fuja as agruras da luta pela nossa soberania; o mais provável, a música.

Hoje mesmo publiquei um excelente texto do Juiz  Marcelo Semer que recolhi do blog https://www.conversaafiada.com.br. Nele, com conhecimento e experiência jurídica, já que é mestre em Direito Penal pela USP e também membro e ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia, faz o diagnóstico dessa doença que assolou o nosso Supremo. Vale a leitura e reflexão sobre o que aborda: "A lógica da Lava Jato dilacera a racionalidade do STF"

Portanto não posso me arvorar em analista deste texto. Primeiramente por incapacidade própria, e segundo que este não é o meu tema, não obstante ache que a "contaminação" do STF se deu pelo fato que o Juiz Moro era um vírus, já o percebia desde os primeiros dias de propaganda, que tratava-se de um impostor;  sua luta contra a corrupção não passava de um teatro, bem ensaiado e dirigido desde fora. Seus tutores logo perceberam sua fraqueza intelectual e sua sabujice.

O que agora, e mesmo doravante, quero focar é no cenário, nacional e internacional, onde se desenrolam as batalhas que visam destruir o Estado Nacional Brasileiro, na busca da captura de suas riquezas naturais, minerais, biológicas e também humanas.

O cenário internacional que agora observo, que tem Rússia, China e mesmo Índia, parceiros nossos nos BRICS (aliás invenção nossa) se antepondo a desesperada guerra comercial deflagrada pelo "deep state" americano, já que Trump é um ator apenas, implicou na necessidade americana de resguardar a América Latina como colônia, área de domínio mesmo dos Estados Unidos.

A razão dessa desesperada guerra deve-se a inevitável débâcle da economia americana perante o crescimento da China. Esta, que sendo sua parceira nos anos 60 no intuito americano de criar uma frente contra a URSS, soube com  Zhou Enlai atrair os interesses das empresas na barata mão-de-obra que dispunha. Mais tarde a Deng Xiaoping coube magistralmente arrematar o que seu antecessor preparara: o fim da Guerra do Vietnam e o fornecimento de material pesado e ferramental através de Hong Kong.  Os Estados Unidos, aliados antigos da China, viam a oportunidade de enfraquecer a URSS e criar um contencioso perigoso ao lado da Mandchúria.  E nem percebera o problema que criara com a divisão das Coreias financiando, como fizera com o Plano Marshall na Europa, a Coreia do Sul, concorrente futura das empresas americanas.
A dependência do Estado Americano ao incentivo da indústria bélica, que dera excelente resultado econômico na Segunda Guerra  e no Pós-Guerra nos anos 50 e 60, quando derivava para a economia civil,  teria um preço a ser pago...o destino de Sísifo.    

O golpe que ocorreu em 2014 estava sendo urdido há mais tempo e houve a chance de ensaiá-lo previamente no Paraguai e em Honduras, com expertise adquirida em outras frentes, como a Primavera Árabe e as Revoluções Coloridas  dos anos 2000, que ocorreram na antiga Jugoslávia, a Revolução Rosa na Geórgia que deixou vários mortos, a Revolução Laranja na Ucrânia e a
Revolução das Tulipas no Quirguistão. Todas instigadas e patrocinadas pela CIA.

Evidentemente que haveria um preço a ser pago por essa  maneira de manter a hegemonia; o destino de Sísifo,  como disse antes,  isto é, ter de guerrear todo o tempo para manter a máquina funcionando.

Para tanto a sede de petróleo, de materiais e metais nobres e ainda a subsistência de uma população acostumada na economia de desperdício somadas a manutenção de imensos contingente mundo afora, impulsiona a CIA a capturar, como um dragão voraz, tudo que está ao seu alcance, mesmo sem perceber o seu alcance verdadeiro. Nós ? Nós estamos ao alcance da mão aqui no sul.

Nós como Venezuela, e qualquer um estado que tiver reservas de petróleo sabe que está na mira e é candidato a um Golpe de Estado e mesmo ação militar, caso seja necessário.

Não quero me estender sobre o relativo sucesso do Golpe por aqui. Mas volto no texto seguinte a papear sobre a resistência, ainda que fraca, que já se configura. Mas ainda assim só vejo sucesso plena nesta retomada da soberania com a ajuda externa. Não existe fato que gere a motivação popular para se rebelar contra esta demolição do Estado e da rapina de nossas riquezas. Deixo para amanhã então para estender o papo sobre a nossa situação perante o mundo.









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