segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A causa primária

Enviada aos amigos da rede em 07/12/15


"Bom dia amigos

Hoje pela manhã tive certeza de algumas opiniões que tenho sobre o momento atual; e então gostaria de compartilhá-las com vocês.

O que moveu a esta escrita, foi ter ouvido na viagem de metrô, lá pelas seis horas da manhã, quando os trabalhadores da noite voltam para suas casas, e eu indo para minha labuta, uma frase que por si só explicaria boa parte das causas da lamentável situação em que se encontra o povo brasileiro. 
Não tem nada à ver com economia, não tem nada à ver com política, mas tem à ver com tudo isso e mais o envolvimento emocional que cerca o presente momento. 

Um grupo conversava sobre futebol; alguns comemoravam não a vitória, mas desclassificação do clube Vasco da Gama, caindo para segunda divisão do futebol brasileiro. 
Não seria motivo de espanto saber que existem antagonismos entre torcidas, à ponto de se matarem. 
Mas naquele momento alguém pronunciou a palavra  ódio, para justificar o motivo de comemoração do rebaixamento.

Precisaria de muito estudo sobre psicologia para explicar o fenômeno de antagonismos ferozes entre torcidas; mas o senso comum já nos diz que boa parte deste antagonismo é alimentado e realimentado pelos que necessitam deste para pagar repórteres, encher estádios, vender revistas; enfim, sustentar a indústria do futebol. Que por sinal, já revelou  seu lado mafioso, levando para cadeia alguns cartolas internacionais. Lá nos States, aqui não.

O "ódio" é a palavra que também explicaria a situação atual. 

Instilado nas mentes mais primárias e pueris, foi capaz de levar a Alemanha aos atos mais ignóbeis. 
À época, alimentado por vitórias militares, conseguida à custa das mentes agudas de generais que herdaram o saber de von Clausewitz, notadamente Halder que representava a nata do Estado-Maior, diferentemente de Hitler que personificava a escória do estado-menor, acabou confundindo a todos e tudo. Levou á derrota; mas, pior, à degradação moral.  
Mas quantos, não tiveram a coragem de abandonar tudo, riqueza, status social, e migrar ? 
Nem eram judeus ou outros perseguidos; apenas viram a desgraça que se aproximava. Na minha família há um caso emblemático até.

Só a cultura do ódio, insuflado por mentes sofisticadas, poderá dar sentido à situação atual. 
Não há, rigorosamente não há, qualquer justificativa, seja econômica, seja política, que possa explicar o caos a ser implantado, disseminando a destruição do Estado. Este, o custodiante de riquezas.

Não está mesmo em jogo o espectro  das personalidades de Dilma ou de quem quer quem seja, (mesmo a de Temer, a de Eduardo Cunha, o Rasputin da República )  senão os interesses nas imensas reservas petrolíferas, juntamente as imensas reservas minerais, a produção de alimentos em escala planetária,  afora a maior área de insolação do planeta; o que se traduziria em futuro não muito distante ( 30 , 50 anos talvez ) na maior fonte de energia, superando, e sendo complementada até, por  todas as demais juntas (hidráulica, nuclear, eólica, fóssil).  Pergunte a qualquer professor de física.

A palavra ódio hoje perpassa a lógica, o bom senso, a razoabilidade. É facilmente instilada nas mentes mais primárias. É até comum ouvir pessoas afirmando "odeio isso ou aquilo". Tornou-se vulgar, corriqueiro, inconspícuo, tolerável. Move assassinatos em massa, em nome de religião. Indivíduos disparam à esmo contra quem lhes pareça diferente, ou oposto. - Não pensa como eu, destruo; pronto. Simples degradação. Não mais do que isso. 

Aqui e alhures a morte em troca de riqueza.
A morte em troca de petróleo.

Mentes primárias e fracas para engrossarem o discurso falso e fazerem o serviço sujo não faltarão.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Entrevista com Tim Vickery - repasse

Nem precisa fazer apresentações. Basta ler o artigo que recolhi de Conversa Afiada. Para auxiliar a entender, bem posso dizer que a primeira geladeira lá em casa foi uma Colspot comprada no crediário da Sears Roebuck. O ano era 1956.  ....Cada palavra deste britânico carioca, Tim Vickery, vale esta lembrança.  

"Nunca foi tão bom para você"

O que adianta ir a Paris para encontrar o meu porteiro ? Não é, Jabor ?
Tim: a primeira geladeira a gente não esquece

O Conversa Afiada aceita sugestao da navegante Marize:
Oi, Paulo, tudo bem?
Você leu o texto de Tim Vickery, da BBC? Veja, quando puder. É muito bom. Acho até que vale um daqueles comentários deliciosos que você faz no blog.

Tim Vickery: Minha primeira geladeira e por que o Brasil de hoje lembra a Inglaterra dos anos 60


Acho que nasci com alguma parte virada para a lua. Chegar ao mundo na Inglaterra em 1965 foi um golpe e tanto de sorte. Que momento! The Rolling Stones cantavam I Can’t Get no Satisfaction, mas a minha trilha sonora estava mais para uma música do The Who, Anyway, Anyhow, Anywhere.
Na minha infância, nossa família nunca teve carro ou telefone, e lembro a vida sem geladeira, televisão ou máquina de lavar. Mas eram apenas limitações, e não o medo e a pobreza que marcaram o início da vida dos meus pais.
Tive saúde e escolas dignas e de graça, um bairro novo e verde nos arredores de Londres, um apartamento com aluguel a preço popular – tudo fornecido pelo Estado. E tive oportunidades inéditas. Fui o primeiro da minha família a fazer faculdade, uma possibilidade além dos horizontes de gerações anteriores. E não era de graça. Melhor ainda, o Estado me bancava.

Olhando para trás, fica fácil identificar esse período como uma época de ouro. O curioso é que, quando lemos os jornais dessa época, a impressão é outra. Crise aqui, crise lá, turbulência econômica, política e de relações exteriores. Talvez isso revele um pouco a natureza do jornalismo, sempre procurando mazelas. É preciso dar um passo para trás das manchetes para ganhar perspectiva.

Será que, em parte, isso também se aplica ao Brasil de 2015?
Não tenho dúvidas de que o país é hoje melhor do que quando cheguei aqui, 21 anos atrás. A estabilidade relativa da moeda, o acesso ao crédito, a ampliação das oportunidades e as manchetes de crise – tudo me faz lembrar um pouco da Inglaterra da minha infância.
Por lá, a arquitetura das novas oportunidades foi construída pelo governo do Partido Trabalhista nos anos depois da Segunda Guerra (1945-55). E o Partido Conservador governou nos primeiros anos da expansão do consumo popular (1955-64). Eles contavam com um primeiro-ministro hábil e carismático, Harold Macmillan, que, em 1957, inventou a frase emblemática da época: "nunca foi tão bom para você" ("you’ve never had it so good", em inglês).
É a versão britânica do "nunca antes na história desse país". Impressionante, por sinal, como o discurso de Macmillan trazia quase as mesmas palavras, comemorando um "estado de prosperidade como nunca tivemos na história deste país" ("a state of prosperity such as we have never had in the history of this country", em inglês).

Macmillan, "Supermac" na mídia, era inteligente o suficiente para saber que uma ação gera uma reação. Sentia na pele que setores da classe média, base de apoio principal de seu partido, ficaram incomodados com a ascensão popular.

Em 1958, em meio a greves e negociações com os sindicatos, notou "a raiva da classe média" e temeu uma "luta de classes". Quatro anos mais tarde, com o seu partido indo mal nas pesquisas, ele interpretou o desempenho como resultado da "revolta da classe média e da classe média baixa", que se ressentiam da intensa melhora das condições de vida dos mais pobres ou da chamada "classe trabalhadora" ("working class", em inglês) na Inglaterra.

Em outras palavras, parte da crise política que ele enfrentava foi vista como um protesto contra o próprio progresso que o país tinha alcançado entre os mais pobres.

Mais uma vez, eu faço a pergunta – será que isso também se aplica ao Brasil de 2015?

Alguns anos atrás, encontrei um conterrâneo em uma pousada no litoral carioca. Ele, já senhor de idade, trabalhava como corretor da bolsa de valores. Me contou que saiu da Inglaterra no início da década de 70, revoltado porque a classe operária estava ganhando demais.

No Brasil semifeudal, achou o seu paraíso. Cortei a conversa, com vontade de vomitar. Como ele podia achar que suas atividades valessem mais do que as de trabalhadores em setores menos "nobres"? Me despedi do elemento com a mesquinha esperança de que um assalto pudesse mudar sua maneira de pensar a distribuição de renda.

Mais tarde, de cabeça fria, tentei entender. Ele crescera em uma ordem social que estava sendo ameaçada, e fugiu para um lugar onde as suas ultrapassadas certezas continuavam intactas.

Agora, não preciso nem fazer a pergunta. Posso fazer uma afirmação. Essa história se aplica perfeitamente ao Brasil de 2015. Tem muita gente por aqui com sentimentos parecidos. No fim das contas, estamos falando de uma sociedade com uma noção muito enraizada de hierarquia, onde, de uma maneira ainda leve e superficial, a ordem social está passando por transformações. Óbvio que isso vai gerar uma reação.

No cenário atual, sobram motivos para protestar. Um Estado ineficiente, um modelo econômico míope sofrendo desgaste, burocracia insana, corrupção generalizada, incentivada por um sistema político onde governabilidade se negocia.


A revolta contra tudo isso se sente na onda de protestos. Mas tem um outro fator muito mais nocivo que inegavelmente também faz parte dos protestos: uma reação contra o progresso popular. Há vozes estridentes incomodadas com o fato de que, agora, tem que dividir certos espaços (aeroportos, faculdades) com pessoas de origem mais humilde. Firme e forte é a mentalidade do: "de que adianta ir a Paris para cruzar com o meu porteiro?".

Harold Macmillan, décadas atrás, teve que administrar o mesmo sentimento elitista de seus seguidores. Mas, apesar das manchetes alarmistas da época, foi mais fácil para ele. Há mais riscos e volatilidade neste lado do Atlântico. Uma crise prolongada ameaça, inclusive, anular algumas das conquistas dos últimos anos. Consumo não é tudo, mas tem seu valor. Sei por experiência própria que a primeira geladeira a gente nunca esquece.

*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formado em História e Política pela Universidade de Warwick

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Mérito ou Justiça ?

Nem precisa ser um bacharel, advogado, ou amanuense, (ou coisa assim), para perceber o que jaz na formação de alguns juízes. 
Há muito se propaga a ideia de meritocracia como meio de se alcançar o bem estar e a justiça social, a democracia. Nada mais retrógrado, senão o pensamento em voga e vigente nos séculos XVII e IXX, como aparece na crítica de Pierre Rosanvallon em "A Sociedade dos Iguais",. Lá o autor cita: ...

"O grande sociólogo britânico Michael Young foi o primeiro a falar nos anos 60 da meritocracia, que é um velho ideal dos séculos XVIII e XIX. Young definia como um pesadelo todo país que fosse governador pela meritocracia. E é um pesadelo porque, neste caso, ninguém teria direito a protestar contra as diferenças. Se todas as diferenças estão fundadas sobre o mérito, aquele tem uma condição inferior a tem por culpa própria. Trata-se então de uma sociedade onde a crítica social não teria mais lugar."
Se alguns juízes, chegassem ao mínimo de reflexão não estariam à cometer as mais rasas e absurdas injustiças e ilegalidades. Isto porque não lhes é cobrada pela sociedade a ponderação e o interesse coletivo, ideia mãe de democracia. 

Pois aí está o Sr. Marcelo Odebrecht preso há mais de quatro meses, por um juiz, concursado por certo, ocupando um cargo "de mérito" sem dar satisfação qualquer a nenhuma instância de direito ou saber superior.
Que meritocracia é esta ? Hipócrita e burra. O juiz, à seu talante, joga na prisão quem lhe parece suspeito ?  Baseado em uma delação premiada (oxímoro mais do que óbvio) ? 

O Almirante Othon lá está aguardando a boa vontade do juiz. Fartas e sobejas provas revelam outros interesses mais amplos e universais por trás da prisão do Almirante, que nada têm à ver com com propina.

Deu no que deu, acharmos que poderíamos fazer justiça fazendo ocupar postos importantes da administração pública pessoas cujo mérito era medido por apenas uma prova.  A prova de conhecimento imediato é necessária ? Claro que é. Mas não haver qualquer aferição do postulador ao cargo sobre seus conhecimentos sociais, suas intenções, seus discursos, é primário, infantil. 
Não gosto de fazer comparações externas, mas tenho que citar os Estados Unidos, onde xerife de polícia é escolhido em eleição. 

Voltando ao assunto do empresário e do almirante; até onde vai e quando irá parar esta sandice ?

Parece que por não mais serem motivos de manchetes estão lá os dois à apodrecer na prisão e o senhor juiz flanando por aí, dizendo um monte de sandices, dando declarações estapafúrdias ( que nem meu filho estagiário de direito diria ). 

Temos que cobrar uma solução para estes absurdos que a meritocracia criou.
Se não, ...interesses escusos.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

FHC: o homem que consegue ficar pequeno até diante de Jader Barbalho


por Fernando Brito, desde:  www.tijolaco.com.br

Quando um homem passa a raciocinar com as rótulas, não é de esperar que ele entenda os pensamentos e posições alheias senão  sempre pelo dobrar os joelhos a que se acostumou.
É isso o que fica evidente na declaração feita na noite desta quinta-feira pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Para ele,  os senadores “engoliram” a decisão do STF.
– A decisão tomada ontem, eu não quero discutir se é constitucional ou não, tinha que ser tomada. Já que os políticos não tomam, eles tomaram e o Senado engoliu a decisão dramática.
Para FHC, os senadores que votaram pela manutenção do dispositivo regimental que previa o voto secreto, nesta decisão, o fizeram porque “que defender: ‘olha, tem que ser secreto porque, se não for, eu caio’.”
Sirvo-me de um exemplo esclarecedor para revelar a pequenez moral de Fernando Henrique. Porque conseguir ser menor moralmente do que Jáder Barbalho é algo realmente digno de nota.
Barbalho defendeu de peito aberto a votação secreta, quando ninguém ainda o fizera. E, no voto aberto, apoiou a prisão de Delcídio.
Pior fizeram senadores que recorreram da decisão por voto secreto antes de que a maioria do Senado o praticasse, o que recusou fazer, por ampla maioria.
Foi esta a única confrontação de poderes que se ameaçou ter neste caso. Um decisão individual, monocrática, provisória, de um único Ministro do Supremo, o Dr. Luís Fachin, poderia ter confrontado não apenas a presidência do Senado mas uma eventual maioria que a apoiasse.
Realmente, é uma proeza de Fernando Henrique. Não apenas ser menor que Jader Barbalho , mas ser menor que Jader Barbalho e Renan Calheiros, juntos.
Para Fernando Henrique, os senadores “engoliram” o que mandou o STF.
Talvez, sim, aqueles com seus padrões morais de biruta de aeroporto, que se inclina para onde o vento sopra.
Como, talvez, tenham “engolido” a compra de votos para sua própria reeleição que, segundo ele, “não fomos nós que fizemos”, embora tenha sido ele o beneficiário.
É páreo duro com o “foi por razões humanitárias” com que Delcídio Amaral  procurou hoje, em seu depoimento, explicar o plano de fuga que queria traçar para Cerveró, mal sabendo que a gravação que dele fizeram é que era o verdadeiro “plano de fuga”, pela via da delação premiada.
Fernando Henrique tem esta ilusão de ótica que projeta em todos. É um homem que crê que, quanto mais alguém se ajoelha, mais cresce.
Vem daí o tamanho que tem na história brasileira, mesmo com toda a sustentação que a mídia lhe dá.
Não há palanque que transforme em gigante quem é um anão moral.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Mensagem ao amigo Francisco

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Paris e nossas memórias


Este atentado de sexta-feira (13) diz muito do clima criado pela instabilidade na Síria e suas consequências. 
Os estados ocidentais vem insuflando a guerra na Síria já faz alguns anos e, com mais intensidade, nos últimos dois anos. Não sei dizer o que levou o EUA a armar esta gente, notoriamente fundamentalista, já financiada pela Arábia Saudita, berço dos wahabitas, que é um ramo próximo dos sunitas.

Agora vejam a situação: - O ocidente arma esta facção, ( assim como fez como as comandadas por Saddam Hussein, Bin Laden e muitos outros ); apoia militarmente e abertamente a Arábia Saudita; não tem um programa seguro para se contrapor a saída de jovens à engrossar as fileiras do ISIS; estimula os combates sangrentos em Alepo, Latakia, Damasco; repele milhares de refugiados; abastece e compra os combustíveis das refinarias tomadas pelo ISIS. Ou seja, cria todas as condições para manter esta barbárie, e ainda tem dificuldades de contê-los no território europeu.

Claramente não existe no zeitgeist, na consciência ocidental, oposição ao componente da violência, a motivação GUT para enfrentar a violência. Ou seja, a violência trafega e habita no inconsciente social  ( e no consciente também ) de forma sistemática. Financiamos fartamente a produção de filmes heroicos, mas violentos. Agora chegam a ser hemorrágicos. Fazemos dos espetáculos MMA uma banalidade. Um dia endeusam a bela Ronda Rousey, no outro parecem gostar de mostrar seu rosto deformado de tanta pancada.  

A própria França tem as suas histórias tenebrosas. Tive a oportunidade e a sorte de conhecer o genial maestro Jean D´Arco, um legítimo pied noirargelino, que adotou o Brasil como pátria, e ele contava suas aventuras na Legião Estrangeira e o como o poder colonial se impunha. Na base da brutalidade.

Ainda está na memória o tenebroso Maurice Papon que, mesmo após a execução sádica de mais de duzentos argelinos em 1961, ainda foi promovido. Lembro que ele serviu ao desdenhado Petain em Vichy, e mesmo após a guerra.


Que não mais se armem notórios sanguinários, como se fez com Bin Laden, Saddam Hussein, Ceausescu, Slobodan Milosevic e mais uma lista interminável de sádicos que em dado momento são de interesse do ocidente ( mesmo que depois venha executá-los ).

Realmente urge esta mudança; já não basta a imensa desigualdade social, a brutal concentração de renda, a notória demonstração de violência à nadar no caldo de cultura da miséria.

A nossa memória tem que falar, gritar as nossas mazelas. Paris também. 

Mate-se a cobra

É tarefa urgente, premente, ingente e agônica da sociedade brasileira,  lúcida, esmagar o ovo da serpente (do Roberto Amaral) antes que seu veneno, à escorrer pelo imperceptível do subconsciente, contamine por completo o corpo social, criando lentamente as bases para um Estado reacionário, conservador, autoritário, burro e, ninguém se engane, proto-fascista. 
Ele se manifesta sob as mais variadas formas, no Congresso e na vida social.
O antipetismo em nome de um moralismo de araque – esse que a imprensa destila – é apenas uma só de suas máscaras, como moralismo é apenas um disfarce. Já que tudo, fatos e criações, é parte de um instrumento, de uma tentativa, em marcha desde 2013, ou antes, de implantação, entre nós, de uma clima de violência que lembra (pelos efeitos psicossociais) o fascismo italiano e o nazismo alemão em suas infâncias, deteriorando a sociedade
Outrora  caminhavam pelas ruas, os "camicie nere", os grupos paramilitares quebrando lojas,  espancando homossexuais, prostitutas, negros,  ciganos e comunistas. Mas hoje, este mesmos, conspurcam velórios, jogam bombas e atacam o Instituto Lula. Outrora, nos anos da ascensão integralista brasileira, os camisas verdes das hordas de Plínio Salgado até tentaram assassinar Vargas em um putsch (qual o de Munich em 1924)  
Lembra Roberto Amaral : - " Nos idos brasileiros da repressão militar, grupos de aloprados depredaram no Rio de Janeiro o Teatro Opinião e em São Paulo invadiram o Teatro Ruth Escobar durante montagem de “Roda Viva”? Nos estertores do terrorismo praticaram atentados contra a OAB e a Câmara Municipal do Rio de Janeiro e tentaram o felizmente frustrado massacre do Riocentro. São sempre os mesmos, variam os países, variam as datas e os pretextos mas a ideologia do ódio e a covardia na ação são as mesmas."
Há pouco vimos, bando de sarados e bem nutridos, vestidos ou não com a camisa da seleção canarinha, tentam, em todo o país, mediante o amedrontamento físico, interditar, em um hospital, nas ruas, nos bares, nos aviões, nos aeroportos, a livre circulação de homens de bem. Guido Mantega, João Pedro Stédile e, de último, o ministro Patrus Ananias que o digam. No velório de Dutra, um vexame,  nem isso se pode dizer.
Eram muito poucos, é verdade, mas apenas um já seria vergonhoso e decadente.
Vamos adiante com Roberto Amaral : - "Tudo isso está na crônica jornalística. Mesmo em seus momentos mais acres de disputa política, a direita brasileira jamais havia ousado tanto e jamais nossas esquerdas haviam recuado tanto, e jamais os liberais foram tão omissos.
Os primeiros sinais foram dados na abertura dos Jogos Pan-americanos, no Rio de Janeiro (2007), e replicados em Brasília na abertura da Copa das Confederações em 2013. A esquerda não quis ver nem ouvir, fez-se de morta, como se as vaias e as agressões – primeiro a Lula, depois a Dilma – não lhes dissessem respeito e, assim, silente e inerte permaneceu sem qualquer tentativa de compreender as jornadas de 2013 – prenúncio as dificuldades de 2014, que assistiu atônita.
 não dá para esconder
Cunha, Aécio e Paulinho durante o 1º de maio da Força Sindical (foto: reprodução do YouTube)
O moralismo da elite financeira que sonega impostos e suborna funcionários públicossempre foi a chave para a conquista da classe média.Dele sempre se valeu a direita, no Brasil e em todo o mundo.
Assim foi entre nós nos idos de 1954 quando a classe média, majoritariamente, e setores liberais da sociedade, populares e mesmo o movimento estudantil, e mesmo setores da esquerda e comunistas sob a liderança de Pestes, abraçaram o cantochão da direita que a todos mobilizou no pedido de renúncia de Getúlio Vargas, quando o alvo, encoberto pela denúncia de um ‘mar de lama’ que jamais existiu, era a política nacionalista do ditador feito presidente democrata. A história não se repete, mas há pontos de contato entre dois momentos históricos tão distintos.
Getúlio também levara a cabo uma campanha presidencial levantando as teses progressistas do nacionalismo e do trabalhismo, mas, para executa-las, montara um ministério reacionário. Era a sua forma de compor com as elites, especialmente paulistas, que sempre lhe foram hostis. Era a velha ilusão da conciliação de classes, que conquistaria Lula tantos anos passados.
Não deu certo com Getúlio como não daria certo com Lula e não está dando certo com Dilma. Atacado pela direita, inconformada com a aliança do trabalhismo com o nacionalismo, viu-se Vargas em 1954 sem o apoio das massas trabalhistas. Essas só foram às ruas – e foram como turba, sem vanguarda – depois do suicídio. E, aí, nada mais havia a ser feito.
Naquela altura como hoje, e como nos preparativos de 1964, a imprensa brasileira, igualmente monolítica e igualmente de forma quase unânime, servia à saturnal dos ódios que envenenava a opinião publica e deixava aturdido o povo, mesmo os trabalhadores – então como agora desassistidos ideologicamente por seus partidos e organizações.
Uma vez mais o governo de centro-esquerda se vê no cume de uma campanha de descrédito presidida pela imprensa, uma vez mais a partir da cantilena moralista. Uma vez mais o governo de centro-esquerda se vê desprotegido no Congresso, onde dominam ora uma oposição ensandecida, ora uma base parlamentar movida a negócios e negociatas e negocinhos a cada votação.
Para não dizer que a história se repete, lembremos que os postos antes ocupados por Carlos Lacerda, Afonso Arinos, Aliomar Baleeiro e outros de igual calibre é exercido hoje por Paulinho da Força, Jair Bolsonaro, Ronaldo Caiado e Eduardo Cunha – o que apenas diz que o aviltamento da linguagem e dos procedimentos alcançou o mais baixo nível da República.
Uma vez mais, agora como em 1954, as grandes massas não afluem em defesa de seu governo.
Uma vez mais a moralidade é um mero biombo dos grandes interesses em jogo.
Pois o que está em jogo não é a moralização dos costumes – e quem é contra? – nem é só a tentativa de assalto ao mandato legítimo da presidente Dilma. Não é só a destruição do PT e dos demais partidos de esquerda, inclusive daqueles que ainda hoje pensam que passarão incólumes. Não é apenas a destruição de Lula, ainda a maior liderança popular deste país depois de Vargas.
O que está em jogo são os interesses dos trabalhadores, da economia e da soberania nacionais, de defesa ainda mais difícil após eventual derrocada do atual governo. Adiada – até quando ? – a hipótese do impeachment clássico, a oposição põe em prática um novo projeto de golpe, contra o qual nem a base parlamentar do governo – heterogênea e frágil –, nem muito menos sua articulação política parecem preparadas para enfrentar.
Trata-se da tática de impedir o governo de governar, e contra essa artimanha nem mesmo as últimas negociações ministeriais – penosas, rasteiras, pedestres e nada republicanas – se mostraram eficientes. E enquanto o governo não governa e se desgasta perante a opinião pública, a direita governa, desfazendo, no Congresso ordinário, as grandes conquistas da Constituição de 1988.
A direita, sob a batuta de Eduardo Cunha, faz sua parte, e dessa desconstituição conservadora fazem parte o fim do desarmamento, o fim da demarcação das terras indígenas (fim dos índios?), o fim dos direitos sexuais das mulheres, e a quase legalização do estupro, o fim da pós-graduação pública gratuita.
Este é o golpe.
A destruição do governo Dilma levará de roldão a política de prioridade nas compras estatais aos produtos e bens nacionais, levando consigo, de saída, a indústria naval brasileira. Levará de roldão os projetos sociais, como o Minha casa, Minha vida; o Luz para Todos; como o Bolsa Família. Mudará a política de reajuste do salário-mínimo e, fundamentalmente, a política de transferência de renda.
Será a renúncia ao pré-sal (já caminha o projeto José Serra), será o fim de uma política externa autônoma, com a aliança subserviente e submissa aos interesses dos EUA, será o fim do Mercosul e a retomada da Alca, nossa recolonização, será um torpedo contra os BRICS e uma ameaça às experiências de governos independentes na América do Sul. 
Por isso, certa está a Frente Brasil Popular por entender que os erros da atual política econômica – agravados pela crise ética que assolou os governos do PT – não podem servir de argumento para a omissão na defesa do mandato da presidente Dilma, ou, dito por outras palavras, nem a defesa do mandato inviabiliza a crítica à política econômica, nem a crítica à politica econômica inviabiliza a defesa do mandato.
Ao contrário, a defesa do mandato deve ser feita de par com o combate à política recessiva e esse combate deve ter em vista a reaglutinação das forças progressistas de esquerda, com objetivo claro, deter a reação. Para isso é preciso construir uma nova correlação de forças."

Roberto Amaral é preciso e cirúrgico em sua análise. Eu seria mais curto e grosso; - Ou somos um bando de frouxos e covardes ou temos de defender as conquistas, legado para nosso filhos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Quase


Ontem li a aula do Prof. Fábio Konder Comparato "Significado e perspectivas da crise atual". Nela o Professor Comparato avalia a crise desde as suas raízes mais primevas. Apoiado em Hipócrates na análise da crise internacional e a brasileira, umbilicalmente ligada a primeira, chega Comparato até as ideias de François Morin.


Nem de longe quero fazer qualquer reparo ao pensador e jurista consagrado, mas gostaria sim de um adendo, senão uma simplificação, ao pensamento analítico do Professor: - bastaria que reduzisse à máxima que não existe riqueza real sem trabalho, ou mesmo até na mais rasa percepção física que não existe ganho de energia, senão transformação desta, e veríamos que a "financeirização" da economia viola todos estes princípios e corolários, legando-nos então a sua prática, moradores deste planeta, a... pobreza. 

Bem parece que os espertos das finanças acreditam no moto-contínuo. De onde acham que a riqueza verdadeira se originará senão do trabalho?


Há algum tempo estamos vendo esta fantasia infantil, para não dizer espertinha, que amealhando dinheiro, à custa do empobrecimento coletivo, mundial, acha que a farra ocorrerá para sempre.

De onde acham que veio a principal motivação para duas guerras mundiais ? 
Apenas de nacionalismos intransigentes ? 
De honras nacionais ofendidas? 
De vendetas ? Dos "camicie nere" de Mussolini ?

Do pistoleiro Gravilo, à mando do terrorista de Sarajevo ?
Senão da própria miséria imposta pelos impérios coloniais ?
E a miséria e a pobreza de outrem acham que lhes dará sossego?
De onde acham que vem a violência na maioria das grandes cidades? 
Está nas Escrituras: Provérbios 6:11: - "Assim sobrevirá a tua pobreza como o meliante, e a tua necessidade como um homem armado."


A magnífica aula do Professor Comparato deixa margem e oportuniza mais indagações e nos remete à reflexão, buscando no mais simples e mais básico a causa desta crise que é menos econômica, e mais moral, na medida que calcada na divisão mais do que injusta do resultado do trabalho. Ou melhor, na sua cabal exploração.   

Durante algum tempo sobrevivemos(?) a mentira do "neo-liberalismo" que acha que pode gerar riqueza sem trabalho.

Mas agora a conta está chegando e terá de ser paga por todos. Claro que os pobres pagarão primeiro, mas não se enganem os que acham que estarão fora do alcance da cobrança da mão armada.

Não prego revolta nem tampouco acho que não podemos evitá-la; mas se não nos dermos conta da imensa injustiça social que está à correr na nossa terra, e dela não nos redimirmos, pagaremos caro, e mesmo com sangue.
Lembro Hebreus 9:22 - "quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão".
Fiquem atentos para o "quase" que eu mesmo sublinhei.

Um feriado sem Thomas Mann

Não consegui escrever durante esta semana de feriado, pois ando numa atividade de desenvolvimento e implantação de sistemas que não tem deixado espaço para outros escritos e leituras. 
Até planejei reler nos feriados a "Montanha Mágica" de Thomas Mann, que seria a minha quarta leitura de décadas. Thomas Mann me faz, à cada vez, surpreender  com os seus mesmos personagens. Ou estão vestidos de roupas mutantes, ou eu mesmo começo a ver  "através de" à cada vez, como diria o mexicano c. Não deu, tive que imaginá-los, revivê-los na minha própria história. Fico me devendo.

Mas hoje não poderia deixar de comentar com o meu decano o atual momento político ( atual por quantos dias ? ). Momento que é fugaz a seu modo e confuso na intenção de alguns. Alguns estes que já não mais podem se esconder.
Como disse em comunicação passada, a máscara caiu; mesmo que alguns ainda não o tenham percebido, ou por sua natureza naif  ou por quererem calar a própria consciência. Alguns, eu sei, por ódio; paciência.

Não tendo mais discurso "impichante" ( já que quem o inaugurou perdeu o mínimo de credibilidade, até mesmo nas suas próprias hostes  ) voltam-se a "pièce de resistance" que é o Lula.

Inauguraram a campanha de 2018 agora, à tentar criar um zeitgeist verídico; como a busca de Tadzio por Aschenbach. (Morte em Veneza, lembra ?) . Já é mais do que desespero; começam a queimar as próprias vestes. Não sobrará mais nada em 2018, pois já vestiram o Lula de presidiário, personificaram-no no extremo rancor. 
É como dizia Shakespeare, "“o rancor é uma taça de veneno que você toma na esperança que faça mal ao seu inimigo". O drama shakespeariano parece até estar presente: - Não conseguem matar Hamlet. Nem com espada envenenada, nem com a taça de veneno, pois bebem-na à cada dia.

Agora, me pergunto: - Tudo isso pra que? Bastava comprar as ações da Petrobrás na Bolsa de Nova Iorque.  Talvez saisse até mais barato.

Assim vejo o tempo presente.

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Hoje estive na gare da Central do Brasil, e algo ficou claro na minha mente ouvindo o meu ambiente. Animado com que ouvi, resolvi externar minha opinião que "dans mon âme il brûle encore a la manièr' d'un grand festin", como na "Chanson pour L´Auvergnat" de George Brassens.

Usando expressão bem antiga, após ficar um pouco afastado das lides, sem tempo até para ler manchetes, "fiquei dando tratos à bola" sobre a questão desta crise que o Congresso construiu, evidentemente com apoio de parte do Judiciário e do Ministério Público, sem falar nos quintas-colunas dentro dos próprios quadros do Executivo que, acostumados ao tráfico de influência e a negociata, não se sentem confortáveis com a Presidenta rabugenta, como já ouvi falar.  "Não tem jogo de cintura" comentam. Como se ela fosse passista de escola-de-samba ou dançarina de baile funk. 

Realmente falta faz a mente aguda e mordaz de um Sérgio Porto, que derivaria do "febeapá" ( para os mais novos "Festival de Besteira que Assola o País" ) um novo neologismo ou acrônimo. "Festival de Ódio que Devasta a Economia" ? Não, este não seria bom. "Muitos Energúmenos Rejeitam Dilma Aleatoriamente" ? Não, não seria bom também.

Teria de ser algo mais curto e mais ao gosto dos "uppish yuppies"  como o kiss ( keep it simple stupid ) que eu agora diria ( keep it seemly stupid ).

Mas o que me vem a mente mesmo para o acrônimo deriva de " - Vamu acabá com essa zona e vamu trabalhá po..... O acrônimo seria a própria palavra no final da frase, pô. 

A paciência da gente está acabando. Critica, reprova e prende quem tem de prender e vai dar golpe lá na ...acrônimo

Não há mais o que debater e justificar. Vamos produzir, gerar riqueza e emprego e parar com essa hipocrisia moralista que só cabe na boca de falsos, pois até os mais simplórios (tinha muitos lá na gare da Central) já perceberam quem está por traz disto tudo....
A máscara caiu.

Um abração do Zé

Patroas, porém


Um pensamento que me aflora agora, justo nesta hora, vem mais do sentimento do que razão e, talvez por isso mesmo, sinta-me até mais lúcido para abordar a questão do "amok" a que referi em mensagem passada. Gostaria de expor então.

Atento, até por dever de ofício, a exposição pública do chamado "auto-de-resistência"  (está em todos  jornais e na mídia eletrônica - não que isso lhe dê importância maior do que já tem) forjado no Morro da Providência, estabeleço a conexão óbvia entre o poder do Estado e a população favelada que, como já mencionei na mensagem passada,  está em torno de 4 milhões de pessoas na nossa Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que para ali foram, pelo único e exclusivo fato de que este mesmo Estado, lhes negou as oportunidades que deveriam ser comuns a todos os cidadãos; seja na educação, seja na saúde, seja no lazer, seja na difusão de sua cultura.
A imagem que agora choca revela a relação antiga deste mesmo Estado para com o habitante destas comunidades, que emergiram desde a diáspora do campo após 1888 e, mesmo durante todo século XX, quando lhes foram negadas terras que, por direito, seriam utilizadas para seguir com seu trabalho.  Não é um fenômeno hodierno senão  presente desde a nossa formação como Estado. Estado este, controlado pela elite (branca como eu, diga-se de passagem) que detinha poder e terras. Terras de onde foram expulsos pela miséria e pela automação agrícola. Terras trabalhadas à exaustão por estes refugiados dentro de seu próprio país.  

Quero citar de www.loveira.adv.br/material/agrario/agrario_reforma_EUA.doc/: "O Presidente Abraham Lincoln, em 1862, promulgou a Homestead Law, sendo de fato, a reforma agrária processada nos EUA. Esta, assegurava a cada cidadão ou na iminência de sê-lo, o direito de requerer uma propriedade de até 160 acres de terra do Estado, com o pagamento de uma taxa de 1 dólar e 25 centavos, com reconhecimento do domínio pleno, após cinco anos de posse efetiva da terra. Mais tarde, esse direito foi modificado para aquisição de área de até 640 acres". Podemos dizer que estamos atrasados um século e meio.


As consequências da nossa incapacidade de fazer a nossa reforma agrária estão agora aí expostas publicamente; seja na manifestação violenta nas praias por parte dos marginais plenos, seja na execução de quem deveria estar na escola, ou mesmo conectado na internet como nós agora, podendo ler sites em inglês, ou outro qualquer idioma. Nem creche, nem escola, nem lazer. Nada. Onde a razão poderá encontrar qualquer vestígio de sanidade ?
Onde poderemos chegar se não corrigirmos imediatamente, sem demagogia, esta brutal distorção de valores morais e humanos ? 
Quando poderemos tirar estes 150 anos de atraso ?

Perdoe-me o desabafo amigo e confidente Francisco, mas este pensamento emergiu quando ouvi, agora pela manhã, a seguinte frase: - " devia era matar toda esta gente mesmo ". Era uma senhora bem vestida, nova, mas com a alma apodrecida. Devia ser companheira daquelas retratadas na passeata pelo impeachmente ( ver as fotos ).



Agora me diga, sem querer cobrir, ou encobrir, os meus colegas armados: - Que diferença existe entre eles e estas senhoras ?
Elas estarão soltas.

Não tenho dúvida que o "amok" só tenderá a continuar. Nas terras malaias, onde este fenômeno acontecia, agora se produz arroz para exportação para todo o Oriente; - a reforma agrária não apenas acabou com o amok mas fez de Kuala Lumpur exemplo. É lá que estão as Torres Petronas.

Aqui estão as patroas...Ridículas, mas patroas.