quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Depois do Carnaval

Querem estragar o Carnaval do povo aqui do Rio de Janeiro, ah, querem. Mas não vão conseguir, pois esquecem que por baixo dessa aparente letargia existe, existe sim, um indomável espírito que sobrevive, é eterno. No Carnaval já cantou o Brasil de todas as formas, já pintou aquarelas, já cantou com Bidú Saião, já cantou as obras de Monteiro Lobato, já manifestou de infinitas formas o seu feitio, a sua alma. É certo que também vendeu e comercializou um espetáculo que não é exatamente tudo que falei. Enfeitaram as Escolas com o supérfluo e mesmo as travestiram com a contravenção, mas sobreviveram. 

Sei que também existe uma parte desta gente que não liga pra gente, pra qualquer gente. Pouco se dá pelo outro, pelo sofrimento do outro. E já está assim há muito tempo, vem desde os tempos de colônia, são os aliados do colonizador. São os seus apaniguados e também os capatazes, capitães do mato, que se contentam com o que sobra da casa-grande. Fizeram escola também.
Mas o Carnaval lava a alma. E este ano vai lavar e encher os mananciais que estavam secos. Vai haver enchente até.

Ah, quando o Carnaval passar. Esperem e verão o início das aulas de civismo e cidadania que virão. Esperem e verão.

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