terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Uma aposta

     Desde a última postagem (05/02/19), ou seja, durante todo o ano de 2019, dominado pelas baixarias do nosso mandatário,  não consegui mais externar uma opinião que pudesse minimamente fazer sentido em relação a política brasileira, seja em relação as instituições (Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público), seja em relação aos jornalões e a grande mídia, seja também em relação a política internacional que foi marcada pelo binômio EUA-China. Talvez tenha sido até preguiça, mas na realidade tinha, e ainda tenho,  a convicção que nós brasileiros não dominamos a causas de nossas mazelas, de nossa idiossincrasia e que estamos absolutamente dominados e controlados pela força bruta de nossas próprias armas e pela dependência patológica aos EUA. Dependência esta que se faz através da mente precária do presidente em exercício e também das relações viscerais de nossa elite financeira habitante dos Jardins e de Ipanema-Leblon por esse Brasil afora. Não se descarta aí uma classe média aburguesada e corrompida.

     Confesso que não descarto a necessidade de se combater por todos os meios as sandices deste governo, e há vários nomes de combatentes dignos de sua herança cultural e política, seja na mídia convencional, seja na nova mídia eletrônica. Mas estas suas dignas ações, que são necessárias sim na tentativa de preservação de nossa soberania, somente farão efeito no sistema ora engendrado pelas forças neoliberais, quando o maior fiador destas, isto é os EUA, relaxar o aperto que ora exerce sobre as instituições, principalmente aquelas que agregam poder armado, Polícia Federal, FFAA, e as demais forças estaduais de segurança, que também se aderem a este processo de dominação e controle, condicionadas pela sua crença na capacidade da violência para alcançar benefícios sociais, e pela limitada percepção da realidade social. Realidade social esta que ora se degrada pelo aumento do desemprego e da miséria causada pelo golpe; golpe este que já é notório para as mentes mais arraigadas ao ódio pelo PT e as esquerdas. É obrigatório dizer, ódio este instilado pela Globo e o resto da grande mídia.

      Enquanto estas forças dominadoras, digo aquelas de origem nacional, não perceberem que não haverá a menor chance de alcançarem progresso e desenvolvimento econômico semeando miséria e fome, não conseguirão convencer a participação do povo na transformação que desejam. Seja mesmo pelo itinerário da direita, seja pelo via da esquerda. O Povo não sairá as ruas para tomar pancada de graça. Não irá se arriscar por um jogo perdido.

      Escuto várias críticas a esquerda, mas nenhuma delas exclui a ingenuidade de querer fazer mudanças sociais e políticas sem o engajamento de forças maiores, mesmo as internacionais. Sem uma componente de força não haverá a menor chance de mover o Povo na busca de sua soberania. Este só sairá as ruas se perceber uma mínima chance de vitória. Não vai apostar no azarão mesmo. E este perceberá esta chance quando alguma parcela da componente armada vier em seu socorro. Mas a lavagem cerebral imposta as forças de segurança pela mídia mercenária, transformando-as em brucutus, tem impedido este socorro. Mas existem sim, vários componentes destas forças, seja nas Polícias Militares, seja nas Polícias Civis,  mesmo nas FFAA, que, de alguma forma, já perceberam que estão nos levando para um caminho sem retorno. Elas em breve se manifestarão. Podem apostar. Por isso é que a batalha da conscientização e do esclarecimento contínua e diuturna é válida e necessária.


Um comentário:

  1. Meu caro,
    Parece que os ocupantes de cargos públicos não gostam do dos seus conterrâneos. Tratamento dado é muito ruim. Só uma revolução a partir da base poderá por fim nessa baderna elitista. Abs

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