terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Allons enfants de la patrie

       Quem não tem consciência do presente, tende a reproduzi-lo no futuro. Via de regra, os erros, pois acertos fazem do futuro algo melhor. 

            Vemos na História o que acontece quando a horda de intolerantes, preconceituosos, racistas, homofóbicos, despreparados, consegue o poder nas nações; siglas nefastas são conhecidas no passado  NSA, SS, KKK, Toton Macoute.

       Todas estas organizações fruto do descontrole, ou melhor, do beneplácito do Estado, ou do ditador de plantão.

          Estamos assistindo a avant-première do que serão as consequências do poder entregue nas mãos destes despreparados ( Não sou eu apenas que está dizendo, FHC já se manifestou ). Até remoção de obras sacras de interesse cultural será promovida no Alvorada, por ordem de uma senhora de formação cultural precária. 
      Não irá demorar muito, aliás já começou, para aparecerem milicias ativas contra opositores a aqueles que não se enquadrem no modelo nazistóide. As vítimas serão esquerdistas de todos os matizes (segundo juízo ad-hoc de algum chefete), homossexuais, feministas e podendo evoluir para negros e aqueles que professem religião que não se enquadre no padrão "oficial".
          A história, como disse, está cheia de exemplos onde acaba esta vereda de barbárie.
        Somando-se nesse quadro emerge a "desculpa" para perseguição a tudo que "pareça" diferente, patrocinada, sim, pela sabujice aos interesses do colonizador. Estes capitães-do-mato não terão pejo em destruir a nacionalidade em nome do que achem as suas mentes transtornadas pelo preconceito e intolerância. 
        No passado, em nome de "combate ao comunistas", sacrificamos a vida de jovens homens e mulheres que, ao seu modo, lutavam por uma pátria mais justa. Eram patriotas sim.
          Se não nos prepararmos para enfrentar e tentar alterar este demoníaco futuro que nos espera, repetiremos o passado, mais remoto até que 64. Um "putsch de Munique " já foi repetido no golpe de 2016. O que falta mais ? Uma "noite dos punhais"? Uma "noite dos cristais"?                  (ver:https://theintercept.com/2018/10/16/bolsonarista-noite-dos-cristais/)

       O que se desenha agora, não nos permite ter esperança. A máscara já caiu, tanto do Presidente e seu clã de trapaceiros, quanto a daqueles ministros, todos envolvidos em alguma patranha. Some-se ainda a leniência dos generais a este quadro.

    O ditado antigo aqui se aplica: "quem poupa o lobo, sacrifica as ovelhas". E não basta o falatório estéril de uma esquerda que homologou esta farsa de eleição fraudulenta. 

       Mesmo aqui, apenas falando, alertando principalmente estas esquerdas, me vem a mente a palavra de Mateus 6:7 -"E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos."
      
      Então, "allons enfants de la patrie".
      



terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Cair na real.

Vejo agora, terça-feira. 11 de dezembro, pela manhã, novas manifestações em Paris. Agora são estudantes. Reclamam de condições de ensino e política que nós nem nos tocamos, passivos assistindo o espetáculo de Aécio e irmã, mais a sua camarilha sendo presos, surpreendentemente, ou coincidentemente, após a confirmação de Bolsonaro e Mourão. Terá sido uma coincidência? Já que todos sabíamos desde o ano de 2014 as maracutaias e malfeitos.

Se jovens franceses se sentem seguros de fazer seus protestos e passeatas, tal já não acontece por aqui porque ainda não se pode  diferenciar um protesto autêntico daqueles financiados por agências e ongs externas travestidas de "movimentos sociais", como foram aqueles de 2015 e 2016.
Desconfiado, o povão não quer mais entrar nesta fria.
Da mesma forma não sei ainda se a essência destes protestos são autenticamente franceses ou tem algumas gotas de interesses externos.
Mas a motivação deste texto não se atém aos eventos externos. Se atém sim, a possibilidade de se corrigir o rumo que estão, Bolsonaros e seus caixeiros,  dando ao país. Em suma, nos envergonhando perante o resto do mundo. Já somos até motivo de chacota no exterior.
Fica uma questão clara para todos nós brasileiros, mesmo para alguns eleitores de Bolsonaro: - Será que Mourão e demais generais escolhidos, por ele mesmo Bolsonaro (?), irão seguir sendo motivo de piada? Vendo o filho do presidente de bonezinho fazendo propaganda de Trump, ofendendo chineses e falando um monte de sandices?

Acorda Brasil, pois parece que a França caiu na real. 





sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Energia, sempre a energia.

Dias atrás escrevi sobre o conflito do Estreito de Kerch, onde Ucrânia e Rússia tiveram que se enfrentar no tombadilho de dois barcos apenas. É claro que o episódio, arquitetado pela Ucrânia, ou melhor, por Porochenko como havia dito, não teve a intenção de iniciar um combate. Era pretexto para baixar a Lei Marcial, talvez assim postergando as eleições na Ucrânia. 

Lembro que a Ucrânia não é exatamente um país coeso no sentido político e mesmo social. Lá habitam etnias diversas, grupos de diferentes tendências políticas desde a Segunda Guerra Mundial. Há apoiadores do Ocidente e que execram os russos. Há o oposto, os que execram o ocidente e tem nos russos os salvadores. Tudo isso originado na terrível e sangrenta tentativa dos nazistas tomarem a Rússia, atravessando a Ucrânia até serem rechaçados na grande Batalha de Kursk. 

Os russos teriam deixados ucranianos à míngua morrendo de fome, dizem  aqueles que execram os russos. Se não fossem os russos, os nazistas exterminariam todos os ucranianos, como fizeram em Rawa-Ruska.  
Estes ódios remontam desde essa época, mas o período de União Soviética, não cuidou de amenizá-los, ao contrário. Hoje os russos pagam um preço alto pelo peso daquela ditadura.

Como havia dito naquele texto anterior, as conexões que existem no complexo e extenso ambiente geopolítico, faz com que até pequenas tensões acabem se desenvolvendo em grandes conflitos. Quem diria que o doido do Gravilo quando assassinou o Arquiduque Ferdinando iria acabar também desencadeando uma matança de mais de vinte milhões de seres humanos? 

O evento do Estreito de Kerch tem ainda duas causas remotas, mas nem tanto. Senão vejamos: -
Quando Putin e Merkel, que tem uma grande afinidade com Putin, já que este conversa em escorreito alemão sem necessitar de tradutores, apertam as mãos e selam a construção do gasoduto NordStream II. Quando Erdogam e Putin inauguram o TurkStream, mesmo após o recente episódio da derrubada do caça russo pelos turcos, uma coisa fica evidente: - a passagem dos gasodutos pela Ucrânia  passa a não ser moeda de troca com que ucranianos usavam para a negociar a extrema dependência da Rússia, já que a Europa, mais precisamente a Alemanha, não precisa mais se submeter a exigências de ucranianos, búlgaros e  austríacos, para não morrer de frio. 

O Mar Negro é então o teatro de operações deste imanente conflito, que ainda tem o Mar Báltico como adjacente. 
É por esta mesma razão que os Estados Bálticos (nem todos os três, Estônia, Lituânia e Letônia) e a Noruega também fazem chantagem com a OTAN. Ou seja, o fornecimento de gás nos dois gasodutos (NordStream e TurkStream) deixam a Ucrânia e a Noruega como fornecedores secundários do continente europeu.

Ainda por cima, fica o Trump a atiçar as tropas da OTAN para piorar a situação da Ucrânia, e por desdobramento, da Europa. 

Não é atoa que Macron e Merkel andam querendo criar o Exército Europeu, pra ver se não dependam tanto dos EUA e da Rússia para equilibrar a geopolítica europeia. Não se sabe mesmo se dará certo.
Mas acho que o golpe de misericórdia será dado mesmo é pela "Rota da Seda" que chegará ao Porto de Sines em Portugal. Marcelo de Souza e António Costa já deram sinal verde para Xi- Jinping.

Volta a questão: E o Brasil? Que tem a ver com isso ? 
Para responder bastar uma palavra que se refere a energia: Pré-Sal. 
Precisa desenhar?  

Ou foi por outra razão qualquer que deram um golpe?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

A cada dia uma dúvida. A cada dia um susto.

Hoje tinha a intenção de me manifestar sobre o acontecimento do entrevero do advogado com o Ministro do Supremo Ricardo Lewandowsky. Mas como assisti ao vídeo onde o tal cidadão interpela o Ministro de forma primária e meio idiota, vi que nem valia perder meu tempo com esse episódio, que em qualquer país do mundo teria um desfecho bem mais severo. Em síntese, só uma pessoa muito primária e inconsequente dar-se-ia ao trabalho de tamanha besteira. Buscou seus minutos e fama, só isso.  

Prefiro me manifestar sobre um episódio diferente e bem mais cheio de significado: - Bolsonaro é homenageado pelo Exército. Fico então a refletir: - Há uns quarenta anos o então capitão se envolve em um episódio  de indisciplina e de vandalismo. Foi jubilado, pronto. Em condições normais nem se imaginaria que o dito baderneiro não iria curtir uma cadeia. Mas, como se diz popularmente, refrescaram. 

Mas ontem, antes mesmo de ser empossado, e antes de ser operado, logo lhe prestaram a homenagem da Medalha do Pacificador. Em outras palavras: - Pronto, está perdoado. Isso também tem significado que pode ser interpretado de duas formas. Uma, de forma rasa, que passa-se um esponja naquele episódio. A outra, que dá como encerrado o episódio de pantomima, para que no período de convalescença  de sua excelência, haverá "alguns ajustes" e nomes serão substituídos de forma furtiva e silenciosa, para que não se interprete que os militares estão a puxar os cordões dos mamulengos, incluindo aí o "chanceler" engajado na reeleição de Trump, de boné e tudo. As duas formas de interpretação neste momento são igualmente válidas. Resta saber qual das duas irá amenizar os estragos já feitos nas relações com os países amigos, seja a China, sejam os países árabes, sejam os países do MERCOSUL. Em outras palavras,: mais do que metade do nosso comércio exterior.

Até o dia vinte de janeiro do próximo ano ainda haverá várias passagens que elucidarão a dúvida sob qual das duas formas os militares, majoritariamente do Exército, irão construir um direcionamento aceitável e coerente de alternativas as indecentes diretivas de "escola sem partido", "ideologia de gênero", abandono  da postura soberana e equilibrada do Itamaraty,  e todo o demais besteirol que impingiram aos nossos irmãos neófitos e ingênuos.  



quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Estreito de Kerch e Teoria do Caos

Mesmo não sendo autorizado, dada a minha ignorância relativa, ao tema que ora  proponho comentar, gostaria de levantar algumas questões que derivam do episódio ou conflito, se é que pode-se assim chamá-lo, do Estreito de Kerch.

Aparentemente tal episódio seria derivado do contenciosos Russia-Ukrânia  que vem sendo alimentado pela OTAN, mais precisamente pelos EUA. Mas uma observação mais cuidadosa verá que tal conflito foi criado pela Ukrânia, ou melhor, pelo Presidente Porochenko para motivar  a Lei Marcial decretada logo após o incidente no claro intuito de postergar as eleições que se aproximam. Chegando a presidência por um golpe patrocinado desde fora, com pegadas da CIA na neve fofa do inverno de 2013, a famosa Revolução Laranja, ou Euro Maidan, e uma eleição após a derrubada do Presidente Yanukovych, este bilionário ucraniano não parece disposto agora a ceder o poder, pois sentiu o gostinho de uma importância que nem o dinheiro lhe proporcionara.  Elegeu então a separação da Crimeia como o moto de seu confronto coma a Russia, pois sabe muito bem que se avançar muito em Donbass, a reação de Putin será devastadora, assim como fez com a Checênia e a Odéssia do Norte. Prochenko é um jogador acostumado a grandes cartadas. Mas sabe que há limites também. 
A posição da Crimeia é altamente estratégica no Mar Negro e o Porto de Sabastopol, e não o Mar de Azov e seu acesso pelo Estreito de Kerch  é que é, e sempre foi o baricentro das tensões e interesses na região. 
Sebastopol foi fundada pelos russos, por Pontemkin lá no final do século 18. Abriga hoje  sede a Frota Russa do Mar Negro, foi motivo da Guerra da Criméia em 1855 que ceifou vidas na Batalha de Balaclava. É de uma importância estratégica para todos os países da região, Rússia, Romênia, Bulgaria, Ukânia, Georgia e Turquia. Não foi por outra razão que os EUA andaram a fomentar revoltas nestes três últimos, senão a criação de um "atoleiro" na linguagem militar, para a Rússia, agora considerada um inimigo poderoso, assim como a China, a Venezuela... e a pequenina Cuba.

Mas o que tem este conflito a ver conosco ?  Simplesmente a manutenção deste ponto de tensão alivia as possíveis tensões que adviriam se resolvêssemos protagonizar o BRICS, já que agora o governo, tanto do Temer que sai quanto do Bolsonaro que entra, que são siameses, praticamente se retiram do BRICS. Como Trump já sabe que não conseguiria intervir militarmente na Venezuela, convidou a Colômbia ( que já é um protetorado ) e o Brasil para a empreitada. Os nossos generais, incluindo aqueles mais falastrões, perceberam que se trataria de uma empreitada desastrosa para todos, pois não haveria vencedores nesta aventura desastrada. Trump agora está então refém dele mesmo. Só lhes resta ir lentamente desarmando artefatos que andou colocando no Mar da China, aliviando a tensão  com este sim, poderoso opositor; segurando a OTAN o quanto pode, já que os europeus mais ricos (França e Alemanha) já falam em criação de um Exército Europeu que não dependeria de ordens, como é hoje, de um comandante americano ( é até compreensível que um general francês ou alemão tenham que obedecer ao comandante da OTAN, um general americano ). Realmente Trump se meteu numa enrascada.
Lembro ainda que por aqui o então chanceler Zé Serra (PSDB), logo no início de Temer, assim como o filho do Bolsonaro, foi logo tomar a benção a Hillary Clinton. Lá se foi a PSDB pro ralo, Trump ganhou. E se os democratas vencem ? Nova virada.

Precisam avisar aos rapazes do ex-capitão que os sistemas complexos tem este nome por assim se comportarem. Como disse Edward Lorenz do MIT: Uma borboleta bate asas lá no MIT e desencadeia uma tempestade em Tóquio. É a síntese da Teoria do Caos.
Aliás estamos próximos dele. Falta pouco. 

      

       

Primarismo anunciado.

Está certo que a situação do país agora não me permite, eu e a qualquer um que tenha um pingo de seriedade, fazer prognósticos e mesmo sugerir um curso de ação na batalha pela soberania; hoje desleixada e avacalhada por ministros indicados por um notório sociopata vivendo no exterior. Figura, antes cômico, mas agora percebida como altamente perniciosa e de alta periculosidade.No entanto, tenho que considerar que, vivendo no país, sendo brasileiro, não poderia e nem conseguiria me alienar e me isentar de uma avaliação do atual cenário, teatro de operações de uma guerra híbrida que nos impuseram lutar.
O governo que se aproxima será constituído por figuras absolutamente desacreditadas pelos próprios correligionários. Um chanceler e um ministro da educação que não poderão orientar seus subordinados por absoluta falta de legitimidade e competência. Isso sem falar em Moro que suscitará toda sorte de conflitos com a sociedade e mesmo no seus ministério, agora totalmente desconfigurado e sem a solenidade ( não quero ser weberiano ) que o cargo exige.
Mas, por um lado, o Brasil não é um país pequeno, nem simples, nem desligado das demais nações; como se diz, não somos uma ilha. Isto implica em considerar os compromissos comerciais, políticos e diplomáticos anteriormente assumidos que afetam o comércio e nossas relações com as outras nações, sendo que a mais notória afetação será aquela que o presidente desdita, as relações com a China. Como um adolescente se intromete no conflito Washington - Pequim.
Diz um ditado popular: - pintos que ciscam com galos acabam bicados.
Se Bolsonaro pensa que, ao se submeter desta maneira indecorosa aos EUA, irá lhe render benesses, está é muito enganado. Até sem querer o gigante acaba pisando em quem está ao seu lado.
As relações com o Mercosul, estas então é que merecem a maior atenção, já que deste recebemos vantagens comerciais  e atenuamos nossos naturais problemas de fronteira. Parece que ele Bolsonaro e seu "posto ypiranga"  não se deram conta da magnitude e da complexidade desta criação de quase trinta anos que trouxe benefícios ainda intangíveis no plano geopolítico, diplomático, aduaneiro e comercial para as nações partícipes.

E aí naturalmente emerge uma questão: - Todos os participantes no nível mais alto de governo, ministros, secretários, comandantes militares  não se dão conta das bobageiras que saem da boca do Presidente e seu clã? E mesmo do Paulo Guedes ? E mesmo do Moro falando sobre o  faltoso confesso caixa-2 Onyx?  Após, diga-se de passagem, ter condenado o caixa-2 como crime mais grave do universo.

Ou nossos parceiros nos puxam a orelha e nos ajudam a colocar nos trilhos do bom senso, ou nós vamos nos perder em uma convulsão social sem precedentes, tal a inabilidade e primarismo anunciados. 

Será mesmo que generais, que tem obrigação de patriotismo e temperança, irão acompanhar estes pacóvios ?

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Temos de vencer

Utilizo uma derivação do segundo teorema de Kurt Gödel que nos indica que uma  proposição ...pode provar sua própria consistência se, e somente se, for inconsistente.(1) Nesta condição afirmo paradoxalmente que uma proposição somente será verdadeira se esta contiver a sua própria oposição.

Faço esta prévia afirmação matemática para dar continuidade ao e-mail anterior que replica a entrevista de Gilberto Carvalho onde afirma : - Só um levante popular tira Lula da prisão.

A partir deste e-mail recebi  importantes contribuições de companheiros que discordavam da afirmação, já que não acreditavam nesta remota possibilidade de levante. Recebi outras que concordavam com Gilberto Carvalho; realmente, só um levante popular tira Lula da prisão.

Entendo que tal oposição, achando ser remota a hipótese do levante, não pode desprezá-la, já que os outros meios institucionais somente teriam sucesso na condição de estar esta hipótese presente com razoável probabilidade. 
O controle das instituições, notadamente as Judiciárias, hoje absolutamente degradadas pelo golpe, somente poderia abrir uma possibilidade da candidatura, e mesmo a posse em caso de vitória nas eleições, se submetida a este aguilhão, o levante popular. Deixada a sua própria entropia, degradar-se-á ainda mais desprezando a Lei e manterá Lula como preso político até o fim dos tempos. Aliás um nada, se comparado com o que fizeram com sua esposa Dona Marisa Letícia.    

Todas a possibilidades e oportunidades de aglutinação popular não pode ser desprezada, pois  lembremo-nos de 2013, quando uma pequena manifestação por preço dos transportes evoluiu para as grandes passeatas e, querendo a esquerda ou não, inauguraram  a demolição, ou ajudaram na demolição,  do governo Dilma.   A centelha foi o despretensioso  movimento "catraca livre". E sem centelha não há chama.

Entendo a posição de Gilberto Carvalho; manter a "ameaça" de levante é um forte elemento de condicionamento das decisões do judiciário, já que o algoz principal, Moro, foi apanhado com a boca no anzol, tal a sua voracidade, tal a sua perseguição a Lula. Como disse em postagem anterior "Moro moreu". Resta agora explorar a contradições geradas no seio das instituições golpistas, todas estas submetidas aos gestores do capital, que já estes já demonstram desesperança neste time de incompetentes que levará inexoravelmente a economia ao desastre. Sabem que Lula é que tem as condições de mudar este cenário, pois é o único com credibilidade para fazer concessões e exigências. Nenhum dos demais candidatos incorpora a autoridade moral e política para o mandato e para a negociação.

A ameaça de levante deve ser então mantida,  ao mesmo tempo que a sequencia dos trâmites legais.

Não é somente na filosofia e na matemática que convivem contradições, também na realidade da vida. Temos de usar de todos meios ao nosso alcance para alcançar a vitória, tendo consciência de nossas fraquezas e as do inimigo, já disse Sun Tzu. Temos que ter a altivez da humildade, como fez Manuela D´Ávila que aceitou a sabatina do General VillasBoas e ir buscar ajuda externa. Temos que construir o levante, temos que utilizar todos os meios legais. Temos que vencer. Não há a opção da derrota.




 (1)
Teorema 1: "Qualquer teoria axiomática recursivamente enumerável e capaz de expressar algumas verdades básicas de aritmética não pode ser, ao mesmo tempo, completa e consistente. Ou seja, sempre há em uma teoria consistente proposições verdadeiras que não podem ser demonstradas nem negadas."

Teorema 2: "Uma teoria, recursivamente enumerável e capaz de expressar verdades básicas da aritmética e alguns enunciados da teoria da prova, pode provar sua própria consistência se, e somente se, for inconsistente."

terça-feira, 10 de julho de 2018

Moro moreu

Deixei passar a onda de indignação, se é que esta já passou, sobre o episódio triste do dia de domingo (08/07/2018), que entrará para história como o dia da degradação da justiça, para externar o pensamento que me acudiu tão logo percebi a voracidade e a avidez com que Moro se intrometeu no feito judiciário do Desembargador Favreto.

Tão logo soube da emissão do alvará de soltura quando estava almoçando através da inefável tv ligada na Globo, em pleno almoço, não dei crédito. Primeiramente porque era anunciado pela Globo, e segundo porque que não acreditava que progrediria em seu efeito.  Já não acreditava, e tampouco agora acredito, em soltura por um processo judicial normal.

Mas, mesmo na hora, me assaltou o seguinte pensamento: - Tanto os advogados, os Deputados Wadih Damous, Pimentel e Teixeira quanto o próprio Desembargador Favreto não são ingênuos e tampouco incompetentes e saberiam que a emissão do alvará desencadearia uma reação, tanto por parte da Polícia Federal quanto por parte de Thompson Flores e Gebran Neto, notórios ajudante-de-ordens de Moro. Sabe-se hoje até que Thompson Flores ligou para o Ministro Jungman "segurar" o cumprimento do alvará por parte do subordinado em Curitiba "até ele dar um jeito", ou seja, arrumar a prevaricação. Assim como ligou para Jungman, ligou também para o chefe Moro e este perderia as estribeiras. Foi o que aconteceu.

O que concluo é que o planejamento efetuado por Wadih Damous (tem a assinatura dele) construíra um resultado para ação jurídica que teria ganhos se resultasse na soltura obviamente, mas que também teria ganhos caso não lograsse êxito na soltura, pois poria o Moro em cheque e este morderia a isca. Ou seja, Moro foi apanhado com a boca no anzol, tão voraz e primariamente em sua missão carcereira.

Qualquer que seja a avaliação que se faça, por apoiador de Lula, ou mesmo pelo mais fanático e rancoroso opositor a ele, fica evidente e desmascarada a incapacidade de Moro julgar o que que que seja.

Vale aqui reproduzir uma mensagem que recebi no aplicativo de mensagens Telegram que serve bem neste momento: 

Observando quem escreveu e quando, fica notória a ilação com Moro.

Moro está definitivamente desnudado em sua incompetência jurídica e moral. Acho que nem o STF, mesmo do jeito que está comprometido com o golpe, irá gastar muita vela com ele, pois passou a ser defunto de terceira; não terá homenagem após este tiro certeiro de Wadih Damous. Moro está moralmente destruído. 

Como diria o coreano aqui da pastelaria: Moro moreu. 


sábado, 7 de julho de 2018

Chega de destruição.

 A Embraer é indubitavelmente um símbolo da capacidade tecnológica e não há brasileiro, por mais desligado ou mesmo com espírito de vira-lata,  que não tenha uma ponta de orgulho desta empresa repositório da nata da engenharia do ITA e demais instituições de ensino de qualidade.

Não há, do ponto de vista econômico, a menor justificativa de abrir mão deste grande e lucrativo negócio e adicionalmente, do ponto de vista estratégico, abrir mão de um diferencial científico e tecnológico que, ainda por cima, implica na capacidade de defesa da Nação. Visto por qualquer ângulo, o que hoje se percebe é a escancarada entrega da riquezas nacionais por parte de uma gangue que conseguiu alçar ao poder alavancada pelos agentes do império que a contratou para aplicar o golpe de estado que está velozmente degradando a nação.

Mesmo que se aplicasse o golpe no intuito de capturar as naturais, se deixada a capacidade deste povo evoluir tecnologicamente, mais cedo ou mais tarde. este povo alcançaria a mesma situação de competitividade e protagonismo científico e tecnológico. Então para que se elimine qualquer  tentativa de superação, retiram-se as chances expressas pela Embraer e principalmente a capacidade de independência nuclear. Por isso fizeram o que fizeram com o Almirante Othon Pinheiro. Não foi apenas para ficar com o petróleo e os aquíferos que deram o golpe, foi para cercear definitivamente a capacidade de reagir.

Nossos descendentes julgar-nos-ão amanhã pela coragem ou covardia que tivermos demonstrado hoje para dar um basta nesta destruição. Chega de destruição.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Transcrição : "Lula admite que não será candidato"

transcrito do "conversaafiada"

Lula admite que não será candidato


O Conversa Afiada publica sereno (sempre!) artigo de seu exclusivo colUnista, Joaquim Xavier:​
Para bom entendedor, meia palavra basta. Quando a palavra é inteira, nem precisa ser bom entendedor.

  •     Pela primeira vez, o ex-presidente Lula admitiu que será impedido de concorrer às eleições. É ele próprio quem reconhece no manifesto lido pela presidenta do PT no dia 3, embora o fato tenha sido escondido, como esperado, pela mídia oficial. Vamos às suas palavras: 
  •     “Tudo isso me leva a crer que já não há razões para acreditar que terei Justiça, pois o que vejo agora, no comportamento público de alguns ministros da Suprema Corte, é a mera reprodução do que se passou na primeira e na segunda instâncias.”
  •     O ex-presidente não poderia ser mais claro. Vítima de um processo fraudulento, sem provas de crimes, de uma armação com “Supremo e tudo”, como diria o funesto Romero Jucá, 
  •     Lula admite que o judiciário apodrecido a serviço do grande capital nativo e internacional fechou as portas para que ele dispute as eleições presidenciais. 
  •     Pouco importa que ao final do mesmo manifesto ele diga que será lançado como pré-candidato na convenção do PT.
  •     Trata-se sobretudo de saudação à bandeira da sua inocência, e uma maneira de reafirmar que se considera alvo, como é de fato, de uma maquinação sórdida destinada a tirar do pleito o nome preferido pela maioria esmagadora do povo brasileiro. Lula tem consciência de que, mantidas como estão, as condições para sua liberdade de concorrer em outubro estão cerradas. Não há como esperar que este supreminho reverta a operação iniciada no mensalão, continuada na quartelada judiciária-midiática-parlamentar que derrubou Dilma e coroada com sua prisão. “Já não há razões para acreditar que terei Justiça”: é o próprio Lula quem diz.

  •     A opção - Lula sabe disso, mas não falou porque mesmo numa solitária sente melhor do que ninguém a temperatura do povo - seria uma ampla mobilização capaz de obrigar os bandoleiros que assaltaram o poder a recuar.
  •     Essa alternativa não está à vista.
  •     O PT, mesmo com dois milhões de filiados, mostra-se impotente para mover suas tropas. Os sindicatos estão colocados na penúria pela reforma infame no âmbito trabalhista. Cardeais da “esquerda” preferem se perder em disputas de vaidades e personalismos em vez de estabelecer como prioridade a liberdade do mais importante líder popular que o país já conheceu.
  •     Diante de tamanha fragmentação de lideranças, o povo, que não é bobo, dificilmente sairá às ruas sem saber qual o rumo oferecido. Porém, nunca deixa de manifestar por outros meios que não suporta mais o caminho traçado pelos golpistas: a liquidação da soberania nacional; a volta ao estatuto de colônia; o desemprego em massa; o desmonte da indústria, da saúde pública, da educação; a revogação na prática da Lei Áurea; a militarização da segurança pública; e a eliminação mesmo física, nas palavras de um jurista como Pedro Serrano, de gente do povo pobre e seus representantes.
  •     Basta ver a quantas anda o caso Marielle/Anderson, o índice de mortalidade no campo e os números da intervenção pretensamente salvadora no Rio.
  •     Sobre esta, apenas um dado conta tudo: desde que ela foi decretada, o número de morte de civis cresceu 34% quando se faz a comparação com o mesmo período de 2017. Precisa desenhar?
  •     Se derrubaram Lula por um momento, os golpistas, no entanto, fracassaram em aparecer como alternativa palatável. 
  •     Sua única proposta é arruinar o Brasil, saída que o povo rejeita como mostram todas, todas mesmo, pesquisas de opinião.
  •     Prova disso é a incapacidade da direita de oferecer qualquer candidatura que não a de gente como Jair Bolsonaro, um primata fantasiado de humano incapaz de convencer mesmo os abutres que ele sonha representar.
  •     A luta agora se dá em dois fronts.
  •     Primeiro, garantir a realização de eleições, ainda não asseguradas diante da capacidade de manobras da camarilha golpista-judiciária–parlamentar-midiática no poder.
  •     Depois, construir uma candidatura capaz de canalizar o sentimento anti-golpista predominante na esmagadora maioria do país.
  •     Ninguém se iluda: o motor dessa candidatura será a palavra de Lula.
  •     Sem o seu aval, nada feito.
  •     Qual será o nome? É assunto para o próximo artigo.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Tirem as conclusões

Após a leitura dos dois artigos anteriores o amigo deverá estar perguntando: - O que fazer? Não sou nenhuma autoridade nem acadêmica, nem profissional que possa garantir uma receita infalível; estou armado apenas do meu profundo sentimento de patriotismo. Mas arrisco a dizer que a receita está também na leitura de von Clausewitz, e mesmo Sun Tzu. Não quero simplificar o problema, pois avalio a sua complexidade, apenas quero entendê-lo para então estabelecer os referenciais que pautarão a solução. O importante é não minimizar a natureza complexa do problema em questão: - Como sair dessa enrascada. 
Para problemas extremamente complexos existe a máxima que apenas soluções extremamente simples são capazes de resolvê-los. As soluções tem sua simplicidade quando são reconhecidas como "a solução";  até que tentativas de soluções mirabolantes fracassem. Ou seja, soluções complexas, não são soluções.

Quando me socorro em von Clausewitz, lembro o que o impressionou na Batalha de Valmy em 1792 foi a ferocidade dos cidadãos comuns que a travaram (naquela época o cidadão comum participava das batalhas já que precisava salvar sua pele e da sua família, caso fosse perdedor). Os conceitos de estratégia da guerra só afloram quando o fundamento principal está presente, a sua motivação. E a motivação é a violência, o ódio e a animosidade. A razão somente participará do jogo da guerra quando houver a animosidade, a oposição e paixão que a alimente. O próprio Clausewitz diz no seu Das Krieg: 
“A guerra, então, é apenas um verdadeiro camaleão, que modifica um pouco a sua natureza em cada caso concreto, mas é também, como fenômeno de conjunto e relativamente às tendências que nela predominam, uma surpreendente trindade em que se encontra, antes de mais nada, a violência original de seu elemento, o ódio e a animosidade, que é preciso considerar como um cego impulso natural, depois, o jogo das probabilidades e do acaso, que fazem dela uma livre atividade da alma, e, finalmente, a sua natureza subordinada de instrumento da política por via da qual ela pertence à razão pura.” (CLAUSEWITZ, Carl Von. Da Guerra. São Paulo:  Martins Fontes, 2010, p.30).
Quando me socorro em Sun Tzu, da mesma forma quero afirmar que o objeto da guerra não é senão
vencer.  Sun Tzu era um general, agia como general, pensava como general, mas sentia como o omem do povo que tinha que vencer para sobreviver. É conhecida sua afirmação: 
Derrotar o inimigo em cem batalhas não é a excelência suprema; a excelência suprema consiste em vencer o inimigo sem ser preciso luta
Ainda poderia adicionar a ação do General Zhukov  que diante de um inimigo mais armado, mais treinado, mais experiente, optou pela única saída possível: - Se fraquejar morre. Era a vitória ou a morte. Não havia saída possível.


Como estamos em uma Guerra, chamada agora de Guerra Híbrida, temos que ter consciência dos três  fundamentos que estes vitoriosos nos ensinaram: - Ter o conhecimento do inimigo, ter a motivação e vencer em qualquer hipótese. Sem estes três é certo que nós seremos derrotados.

A complexidade do teatro de operações nos mostra que, nós, brasileiros que temos a consciência da usurpação de nossa riqueza e de nosso território, não temos os recursos que dispõe o inimigo (sou obrigado a usar este nome, pois assim se portam os nossos que se entregaram, seja por conluio, seja por desistência). Ter esta consciência é parte do primeiro fundamento. A cidadela está em mãos daqueles que deram o golpe; tomaram-na em razão da fraqueza demonstrada pelos comandantes anteriores, já mencionei no artigo anterior. 

A motivação para luta e para o enfrentamento é carente diante da consciência da supremacia do inimigo; lembrando ainda que as forças (polícias e forças armadas) e parte do judiciário estão sob controle do inimigo, ainda que não totalmente. Sem esta motivação de enfrentamento escapa um dos elemento que von Clausewitz cita.  

Mas o terceiro fundamento está presente, desde que tenhamos consciência dele e esta consciência deve estar em todo o cidadão que não esteja cooptado, vencer a qualquer custo, caso contrário será eterno escravo e perderá tudo, da casa a dignidade.

Mas não podemos nos esquecer do conselho de Sun Tzu, "vencer o inimigo sem ser preciso luta".

Diante então do exposto temos que saber quais são as fraquezas e os objetivos do inimigo e conhecer também as nossas forças, os nossos pontos fortes, também como ensina Sun Tzu.
Algumas colocações sintetizam os fundamentos aqui relatados e expressam a "ferocidade da luta".


  • O inimigo deseja as nossas riquezas: o petróleo, a energia e a mão-de-obra escrava.
  • O inimigo não poderá nos destruir, caso contrário não terá a mão de obra barata para explorar o petróleo e a energia, ainda que importação de mão-de-obra barata seja possível. Mas esta é disputada ferozmente nas obras dos Emirados Árabes, no Qatar e alhures, e está situada na África e no Extremo Oriente, o que impõe dificuldades logísticas.
  • A nossa mão-de-obra barata (por isso as "reformas trabalhistas") já provou que pode almejar melhores condições tão logo escape dos controles do cativeiro.
  • Temos aliados que se opõe ao inimigo e que são reforços que podemos arregimentar, que são os partícipes dos BRICS.
  • A aplicação da força destes, principalmente a China, pode se dar exatamente nos pontos fracos do inimigo, exportação de minério de ferro e demais, grãos e carnes diversas. 
  • A aplicação desta força nos elementos estruturais (bancada do boi e agronegócio) abrem uma brecha nas defesas. Faltaria então um elemento essencial que abriria a resistência total que é relativo ao sistema financeiro. Este é a corrida aos bancos. Como dar a largada ?
Diante deste exposto resta-nos a solução mais simples possível para este complexo problema de vencer a guerra híbrida, que é abrir as brechas nos pontos fracos, o fornecimento para China e a corrida aos bancos. Na primeira existirá a aplicação de sobretaxas e na segunda a percepção popular que não somente a riqueza material está sendo cobiçada, mas também a sua própria. E só existe uma arma para este combate, a contrainformação. Essa tem que ser aplicada diuturnamente, diariamente e amplamente. Foi esta arma que aplicaram através da mídia para a preparação do golpe.
O resto os amigos terão de triar as suas próprias conclusões.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Resistir é possível

Havia dito previamente que não sairíamos dessa situação complicada em que hoje nos encontramos de forma simples; haveria a necessidade de uma ajuda externa. Por que afirmo desta forma? Não afirmo peremptoriamente que não sairemos, tampouco acho que haverá motivação e energia interna que possa impulsionar o povo a buscar o resgate de sua independência agora usurpada.

Há razões de natureza sistêmica que nos indicam a existência de atratores direcionados a manutenção do status quo. Uma delas é a capacidade que tem o governo(?) atual de buscar apoio americano para gerar situações desestabilizadoras do calendário eleitoral. A visita do Pence (é o quanto vale) semana passada é mais do esclarecedora.  Arrumar uma desculpa com um conflito com a Venezuela, ainda que fictício, para aplicar o texto constitucional de suspensão das eleições não está fora de seu arsenal. Evidentemente que o Comando das FFAA, (não o Ministro da Defesa, é claro ) não veriam com bons olhos uma pata-quada desta...mas. Estou falando de uma razão apenas dentre as que poderiam gerar o "atrator"; ainda existem a jurídicas que têm os tribunais como capoeiristas da lei; pernada pra todo lado.

Mas existem também os fatores que, à partir de pressões externas, podem forçar o deslocamento deste "root locus", deste centro de estabilidade do sistema em direção a uma posição mais facilmente facilitadora de uma reação popular na esperança da recuperação de sua soberania e sendo, ela mesma, moto de apoio de outras forças políticas e inclusive as forças armadas, que não desejam retomar o desconfortável papel interpretado no passado e que hoje mancha sua imagem.

Como o nosso golpe se insere no desdobramento do cenário de manutenção da hegemonia americana, vemos que tal manutenção tem descambado para o lado do oriente com forte confrontação comercial, política e militar (vide as recentes provocações no Mar da China) ao bloco hoje formado pela China, Rússia, Irã e Paquistão agora. A posição titubeante da Índia deve-se a questão de ocupação do Tibet por parte da China desde 1950 que mantém suas relações em um determinado nível de tensão, ainda que pequeno.  Considerando que a Índia ainda tem contencioso com o Paquistão desde 1947 até os recentes incidentes na fronteira da Caxemira, a confrontação com a China acaba por ser como que esquecida, já que não pode manter duas frentes de tensão. Este conflito sempre foi descaradamente explorado pelos países da OTAN, no intuito de criar uma frente adicional ao sul da China e da Rússia. Como, tanto a China como o Paquistão possuem armas atômicas e transporte de médio alcance  (mísseis intercontinentais ICBM Agni-5, por parte da Índia e os NASR por parte do Paquistão, ambos com capacidade nuclear) a instigação manipulada pelas grandes potências arrefeceu, pois perceberam que estariam criando um conflito incontrolável de proporções mundiais, pois iria inexoravelmente incorporar a Rússia e a China. Washington achou mais eficaz provocar a Revolução  Laranja, pois atingiria a Rússia mais proximamente, a Ucrânia. No entanto, a resposta de Moscou veio rápida, ocupou a Península da Crimeia. Mostrou o tamanho do problema e do risco associado: aqui não !

Mas o que tem a ver este cenário internacional com o nosso golpe afinal?  A resposta vem em termos geopolíticos simples: - Não se pode manter várias frentes de competição ao mesmo tempo; estas, por exigir constante atenção e aplicação de recursos, no caso de alguma falha, podem se converter em pontos de tensão e até conflito. Com isso, as nações da América Latina, principalmente o Brasil, a maior economia do  grupo, tem que se manter em estado subalterno de controle. O crescimento do protagonismo do Brasil passou a ser preocupante para os analistas de Washington, e de Langley também. Viam os analistas americanos a possibilidade dos BRICS funcionarem no desmonte da hegemonia americano. Brasil, África do Sul eram objetivos de fácil manipulação, os demais exigiam mais esforços e mais atenção. A China então era um caso especial, pois passou a ser a maior potência exportadora do planeta.

O planejamento da demolição dos governos Lula e Dilma teria de ser planejada com antecedência e cuidado, pois estes dois presidentes contavam com apoio de três quartos da população brasileira. A desconstrução demorou algum tempo em planejamento, quando em 2013 iniciaram a fase de ação.
Treinaram e cooptaram o poder judiciário, controlaram militares, compraram a mídia e, aí sim, iniciou-se a ação de campo. Nesta fase estava articulada a compra do legislativo, o que não foi muito difícil. Com o treinamento no Paraguai e em Honduras, era uma questão de gerenciamento e controle.

O que pergunto a mim mesmo é como as agências de inteligência se comportaram. Ou já estavam cooptadas previamente, o que é bem provável também; ou demonstraram ser absolutamente incompetentes, o que é também provável. E ainda existe a hipótese salvadora: eram ambos os casos.

Quando foi descoberta a espionagem de Dilma e Ângela Merkel por parte da NSA e reveladas por Eduard Snowden, houve a oportunidade de abortar o planejamento e a construção do golpe. Por qual razão Dilma não tomou a iniciativa de desmontá-lo e revelar os seus conspiradores. Poucos, ou somente ela sabe responder. Ameaça ? Ou apenas não sabia da extensão ? Não sabemos e acho que irá demorar muito para a verdade aflorar. Até lá, resta-nos resistir apenas. Como? Através deste governo (?) é que não é. Logo, resta-nos a ajuda dos parceiros dos BRICS, os nossos maiores compradores de grãos e proteína animal. Eles estariam dispostos a aplicar a sua força comercial? Acho que já começaram a agir, sobretaxas e retenção de pedidos...É o que podem fazer, por enquanto.







segunda-feira, 2 de julho de 2018

Nós perante o mundo

O hábito de escrever é pertinente a quem deseja externar suas ideias e mesmo ser útil através deste meio tão antigo. Mas ser útil, ás vezes demora muito tempo para se convencer das ideias e transformá-las em crença. Não fora por isso os quatro evangelistas não demorariam tantos anos para por a mão no papel e pena. Teria seria dúvida? Ou falta de fé ? Ou mesmo seriam estes analfabetos, e naquela época não existia EJA ainda. Passaram-se anos, décadas, para escreverem os Evangelhos e, diga-se de passagem, São Marcos e São Lucas não foram testemunhas próximas. Foram verdadeiramente repórteres da fé.  Isso é que me move a transcrever textos de terceiros que considero importante propagar, assim como Marcos e Lucas.

Os meus, mais humildes e sem o brilho daqueles que escolho,  tem a pretensão da sinceridade e do inconformismo, ainda que possa ter momentos de descanso para me entreter com um tema que fuja as agruras da luta pela nossa soberania; o mais provável, a música.

Hoje mesmo publiquei um excelente texto do Juiz  Marcelo Semer que recolhi do blog https://www.conversaafiada.com.br. Nele, com conhecimento e experiência jurídica, já que é mestre em Direito Penal pela USP e também membro e ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia, faz o diagnóstico dessa doença que assolou o nosso Supremo. Vale a leitura e reflexão sobre o que aborda: "A lógica da Lava Jato dilacera a racionalidade do STF"

Portanto não posso me arvorar em analista deste texto. Primeiramente por incapacidade própria, e segundo que este não é o meu tema, não obstante ache que a "contaminação" do STF se deu pelo fato que o Juiz Moro era um vírus, já o percebia desde os primeiros dias de propaganda, que tratava-se de um impostor;  sua luta contra a corrupção não passava de um teatro, bem ensaiado e dirigido desde fora. Seus tutores logo perceberam sua fraqueza intelectual e sua sabujice.

O que agora, e mesmo doravante, quero focar é no cenário, nacional e internacional, onde se desenrolam as batalhas que visam destruir o Estado Nacional Brasileiro, na busca da captura de suas riquezas naturais, minerais, biológicas e também humanas.

O cenário internacional que agora observo, que tem Rússia, China e mesmo Índia, parceiros nossos nos BRICS (aliás invenção nossa) se antepondo a desesperada guerra comercial deflagrada pelo "deep state" americano, já que Trump é um ator apenas, implicou na necessidade americana de resguardar a América Latina como colônia, área de domínio mesmo dos Estados Unidos.

A razão dessa desesperada guerra deve-se a inevitável débâcle da economia americana perante o crescimento da China. Esta, que sendo sua parceira nos anos 60 no intuito americano de criar uma frente contra a URSS, soube com  Zhou Enlai atrair os interesses das empresas na barata mão-de-obra que dispunha. Mais tarde a Deng Xiaoping coube magistralmente arrematar o que seu antecessor preparara: o fim da Guerra do Vietnam e o fornecimento de material pesado e ferramental através de Hong Kong.  Os Estados Unidos, aliados antigos da China, viam a oportunidade de enfraquecer a URSS e criar um contencioso perigoso ao lado da Mandchúria.  E nem percebera o problema que criara com a divisão das Coreias financiando, como fizera com o Plano Marshall na Europa, a Coreia do Sul, concorrente futura das empresas americanas.
A dependência do Estado Americano ao incentivo da indústria bélica, que dera excelente resultado econômico na Segunda Guerra  e no Pós-Guerra nos anos 50 e 60, quando derivava para a economia civil,  teria um preço a ser pago...o destino de Sísifo.    

O golpe que ocorreu em 2014 estava sendo urdido há mais tempo e houve a chance de ensaiá-lo previamente no Paraguai e em Honduras, com expertise adquirida em outras frentes, como a Primavera Árabe e as Revoluções Coloridas  dos anos 2000, que ocorreram na antiga Jugoslávia, a Revolução Rosa na Geórgia que deixou vários mortos, a Revolução Laranja na Ucrânia e a
Revolução das Tulipas no Quirguistão. Todas instigadas e patrocinadas pela CIA.

Evidentemente que haveria um preço a ser pago por essa  maneira de manter a hegemonia; o destino de Sísifo,  como disse antes,  isto é, ter de guerrear todo o tempo para manter a máquina funcionando.

Para tanto a sede de petróleo, de materiais e metais nobres e ainda a subsistência de uma população acostumada na economia de desperdício somadas a manutenção de imensos contingente mundo afora, impulsiona a CIA a capturar, como um dragão voraz, tudo que está ao seu alcance, mesmo sem perceber o seu alcance verdadeiro. Nós ? Nós estamos ao alcance da mão aqui no sul.

Nós como Venezuela, e qualquer um estado que tiver reservas de petróleo sabe que está na mira e é candidato a um Golpe de Estado e mesmo ação militar, caso seja necessário.

Não quero me estender sobre o relativo sucesso do Golpe por aqui. Mas volto no texto seguinte a papear sobre a resistência, ainda que fraca, que já se configura. Mas ainda assim só vejo sucesso plena nesta retomada da soberania com a ajuda externa. Não existe fato que gere a motivação popular para se rebelar contra esta demolição do Estado e da rapina de nossas riquezas. Deixo para amanhã então para estender o papo sobre a nossa situação perante o mundo.









Transcrição de ótimo artigo do Juiz Marcelo Semer

Por sugestao de Eugênio Aragão, o Conversa Afiada tem o prazer de publicar magistral artigo de Marcelo Semer, juiz de Direito e escritor, mestre em Direito Penal pela USP e também membro e ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia.

A lógica da Lava Jato dilacera a racionalidade do STF

A ministra Carmen Lúcia está a poucas semanas de encerrar seu mandato como presidente do Supremo Tribunal Federal e aparentemente não vai conseguir realizar o principal de seus intentos: evitar que a Corte se apequene. Uma contribuição considerável a este fracasso se deu justamente pela adesão desenfreada em busca do prestígio popular a que parte do Judiciário se entregou sem perceber o seu potencial corrosivo.

A luta por engrandecer a Justiça, em resumo, se transformou em uma corrida do cachorro em busca do próprio rabo.

Por mais serviços que tenha prestado ao erário e mesmo à autoestima dos promotores, como resgate de uma tradicional noção de impotência contra réus poderosos – e não pretendo aqui discutir o mérito de nenhum das dezenas de processos dela derivados – é a lógica da chamada Operação Lava Jato, sobretudo, que tem dividido a Corte.

A ideia de que é preciso flexibilizar a lei para que se faça justiça, de que é necessário fragilizar os mecanismos de defesa para dar correto trâmite às acusações, de que o apoio popular é essencial para a obtenção de resultados justos.

A lógica Lava Jato envolve uma transposição da atuação dos operadores do direito de guardiães da lei, nos quais devem coexistir tanto os fundamentos quanto os limites da acusação, para um arranjo que mistura coragem, arrojo e, sobretudo, obstinação para alcançar o resultado.

Se é difícil obter a prova que demonstra autoria, suplanta-se por uma que apenas a insinua; se os mecanismos da lei impedem que se constranja a defesa, uma leitura inovadora pode abrir caminhos; se o apelo popular depende do conhecimento de dados sigilosos, fundamenta-se a divulgação. Enfim, se o sucesso da operação pode não ser replicado com segurança em outros processos, crie-se uma nova lei à sua imagem e semelhança –e falo aqui das malsinadas dez medidas do MPF, que sem sucesso pretendeu fazê-lo.

Parte considerável da procedência nas ações deveu-se às chamadas colaborações premiadas, por intermédio das quais a verdade é adquirida em troca de penas mais leves, regimes mais brandos e até reembolso de valores. Tal qual uma cascata, a ideia de delação acabou por entronizar a prisão provisória como regra de um processo penal para o qual havia sido criada como hipótese de exceção.

Foi justamente para preservar a higidez e a continuidade das delações que a ideia de “prisão após julgamento de segunda instância” foi incorporada artificiosamente às decisões, como se estivesse no texto constitucional desde sempre. E não fosse ela uma fissura no horizonte que o legislador havia imposto como cláusulas pétreas, inclusive a si mesmo.

É possível prender provisoriamente a qualquer momento do processo, até mesmo antes dele começar, desde que demonstrada a necessidade cautelar, como uma espécie de garantia para a normal realização do processo ou para a aplicação de suas penas. Mas porque era necessário que réus se sentissem fortemente intimidados com a proximidade da prisão e não pudessem apostar eles mesmos em uma decisão dos tribunais superiores, operou-se uma mudança de entendimento, muito mal absorvida pelos membros da Suprema Corte.

A ética de resultados pode estar contaminando decisões processuais. O ministro Marco Aurélio, há 28 anos na Corte, afirmou recentemente que nunca viu manipulação da pauta como esta.

Os fatos podem lhe dar razão. Dependendo da decisão que se espera, julga-se um processo individual ou uma ação direta com efeitos para todos; de acordo com a sentença que se aguarda, a competência para o julgamento vagueia das turmas para o plenário ou vice-versa.

Independente do lado que se esteja, das preferências ideológicas ou visões jurídicas que se tenha, é muito difícil não constatar que o STF está perto de se transformar em um tribunal ad-hoc, daqueles que julgam de acordo com as partes, o momento político ou a pressão da mídia.

Os juízes, efetivamente, têm pensamentos diferentes e isso é parte integrante da democracia.

A independência, como dizia Eugenio Raul Zaffaroni, é uma premissa da jurisdição –existe, mesmo que não venha escrito em canto algum. E junto com o pluralismo que a Constituição também agasalha, impedem que um juiz seja punido por decisões jurisdicionais, ainda que o apelo ao controle ideológico e as tentativas de tutela do pensamento permaneçam extemporaneamente resistentes.

Mas o STF é um desaguadouro natural destas diferenças. Aos poucos, elas vão sendo corporificadas em jurisprudências que, diante da construção eminentemente coletiva, do amadurecimento judicial, costumam angariar respeito.

Assim foi o STF quando firmou em 2009 que, diante da interpretação que, em outros processos e temas correlatos já vinham fazendo os ministros, que não podia haver, como é expresso o texto constitucional, tratamento ao réu como culpado, antes de sua condenação definitiva – exceto quando presentes as exigências cautelares. Com base nesta interpretação, fruto de um amadurecimento gradual nos vinte anos de aplicação da Constituição, a própria lei foi alterada, aprovando projeto encaminhado ainda em 2001, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que congregava o pensamento consolidado dos doutrinadores de processo constitucional.

Foi assim que se mudou o artigo 283 do Código de Processo Penal que vincula a prisão provisória à condenação definitiva, quando não presentes outros fundamentos.

Mas justamente a pressão política, jurídica e midiática da Lava Jato fez com que o STF decidisse, de afogadilho, alterar seu próprio e refletido entendimento: porque isso, enfim, poderia obstar futuras delações –o que foi defendido expressamente pelo ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot. Nessa época, Gilmar Mendes era o ponto de contato com o STF nesse campo – e foi ele justamente quem mudou de opinião.

Foi tanto de afogadilho a mudança que o STF nem se preocupou em dizer, enfim, se o artigo 283, do Código de Processo Penal – e outro de mesmo teor da Lei das Execuções Penais – estavam ainda valendo. E até hoje não se conseguiu saber porque o tema nunca é pautado.

O resto da história é mais ou menos conhecido. Com a deposição de Dilma Rousseff, Gilmar Mendes voltou ao garantismo que havia marcado seus votos (e algumas das principais decisões do plenário do STF) e teve que se desdizer até em certos processos em andamento, como foi na apreciação da perda de mandato da chapa vencedora no TSE, quando isto significaria não mais a deposição da presidenta, como supunha até então, mas agora de seu vice.

A partir desta decisão, Gilmar incorporou, sem pudores e até com coragem, que isso fique consignado, o figurino de inimigo do povo, reassumindo, de uma forma um pouco inusitada, a função contramajoritária que é da essência do papel do juiz criminal. O julgamento ad-hoc, o controle da pauta, a estratégia de alteração de competência, o apelo ao sentimento popular. A ética de resultados é a convidada indesejada na agenda de um tribunal que jamais pode se apequenar.

Mas a verdade é que o se pode chamar de lógica Lava Jato dilacerou a racionalidade do STF. E ainda vai demorar um pouco para juntar os cacos.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Brasil colônia

Lembro dos dias de junho de 2013, daquelas passeatas onde multidões protestavam...contra tudo e contra todos. Também lembro de passeatas, que até participei, em apoio a Petrobras, em 2009, 2010, em 2014; fui a várias. E hoje vejo o resultado destas manifestações coletivas. Também houve manifestações que pregavam o ódio. Ódio ao PT, ódio aos "mortadelas", aos que não concordavam com as ideias difundidas pela Globo e demais da mídia. Há aqui no blog imagens da época que mostram senhoras de meia idade  pregando a morte;  e uma em especial, onde duas senhoras vão para porta do hospital onde Da. Marisa agonizava, para protestar por ela não estar em hospital SUS, mal sabendo elas que o SUS, que agora querem destruir, cobre despesas e é a forma mais evoluída de saúde pública já criada pelo homem. Protestavam contra a esposa do Lula...É isso mesmo, apesar de parecer insanidade. Mas, não as estou desculpando, foi resultado da pregação diuturna da Globo.
Neste mês comemoramos, ou lamentamos, cinco anos desde que se iniciaram as passeatas de protesto e, mesmo após este golpe que desorganizou e destruiu instituições e está levando a riqueza do Pré-Sal, acabo chegando a conclusão que os golpeadores e golpistas ("golpeadores" chamo os de fora e "golpistas" chamo os de dentro, sei que me entendem) estão realmente tendo dificuldades em garantir e travar a batalha final desta guerra híbrida. Mal ou bem, estamos lutando em desvantagem e resistindo há quatro anos.
Os inimigos, (agora uso o termo na acepção plena da palavra, pois são inimigos da Pátria),  ou por não perceberem a complexidade e evolução da sociedade brasileira, ou achavam
  • (1) primeiramente que tinham competência para enfrentar a batalha da  economia, pois não faziam ideia de que o país que desprezam já havia criado uma ligeira resiliência, expressa pelos mais lúcidos, "mortadelas", os beneficiados pelo Bolsa Família e outros assemelhados, 
  • (2) que seriam novamente socorridos pelo irmão do norte,
estão buscando soluções drásticas de  acabamento desta obra, mesmo rasgando regras, princípios, constituição e demais práticas de civilidade. Não estão conseguindo, pois não contavam que nenhuma estrutura estará fixa e segura se apoiada sobre fundamentos social e economicamente errados, falsos, maliciosos, impatrióticos, criminosos enfim.

Com isso perderam definitivamente a narrativa, ainda que desesperadamente tentada pela Globo e demais mídia comprada, o que os impelirá a medidas de força, o que por sua vez levará inexoravelmente a rejeição por parte de toda a população, inclusive os que bateram panela pelo golpe. Aliás, já está batendo em alguns, aqueles que não darão o braço à torcer, por vaidade e infantilidade, aquele sentimento de derrota misturado com arrependimento. Vejo isso todos os dias na fila do supermercado.

Paira ainda a grande dúvida: - Havendo eleições sérias, irão abrir mão democraticamente do poder ? Pois será certa a derrota, inclusive para o candidato embusteiro que sempre viveu do discurso do ódio e da falsidade...apoiador da tortura e do estupro (não é preciso dizer o nome).

Estamos em junho, não há muito tempo para agir, mas temos que agir para não legar a nossos filhos uma Brasil colônia.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Ciência, sabedoria e experiência


I- Complexidade e equilíbrio

Ler o “Pensamento da Complexidade” de Edgar Morin 1(anexo) nos remete a questões práticas tanto no campo da educação, quanto no campo da administração e análise de sistemas. Abordar cada uma destas implicaria no desenvolvimento de um extenso trabalho, o que foge ao escopo deste breve documento. Cabe aqui apenas abordar questões que possam aglutinar conceitos e referências que interessem à reflexão e ao desdobramento do pensamento sobre sistemas complexos.
A partir da percepção que o conhecimento, e mesmo a ciência como sua forma organizada, é extensão de competências e o desdobramento de funções biológicas, sem que isso implique descartar crenças e convicções religiosas, é possível perceber que a busca pelo equilíbrio energético e a eliminação de perdas e desperdício, passa ser o curso da evolução humana, ainda que à custa de, episódios de perda e destruição, através de um processo empírico de tentativas e erros. Os desastres na evolução dos seres vivos no planeta vão deste a extinção do Cambriano-Ordoviciano, por razões que a ciência está há muito para descobrir, até as Guerras Mundiais e outras em grande e pequena escala, que estão igualmente a desafiar sociólogos, historiadores, economistas, psicólogos e demais cientistas. A primeira extinção aparentemente se deu pelo esgotamento de oxigênio nos oceanos criados pelos próprios seres vivos, e as guerras nem resta dúvida de quem sejam obra.

Estes eventos separados por uns quinhentos milhões de anos, um nada em termos de evolução, tem como base a contínua e perene dualidade competição-colaboração. Estes dois sentidos do comportamento, estas duas direções intrínsecas da natureza viva, em algumas ocasiões fogem de seu sensível equilíbrio e desencadeiam desastres.

Pode ser percebido então que a manutenção do equilíbrio entre competição e colaboração, depende continuamente de evolução. Somente em estado de evolução este equilíbrio se verifica. O equilíbrio deriva da oposição homeostática à inexorável tendência a que está submetida a matéria, a degradação material, a entropia. Ocorre que este equilíbrio se deve a capacidade dos seres vivos a tentar garantir a sua reprodução, e isto é feito por processo colaborativo. Humberto Maturana e Francisco Varela, biólogos chilenos, formularam o princípio da autopoiese, que mais tarde evolui para o pensamento filosófico de Deleuze2. Tal princípio estabelece o equilíbrio do ser vivo com o meio, equilíbrio este entre a degradação e a colaboração reprodutiva, que evoluiu até a reprodução sexuada. Maior e mais forte componente da evolução humana, seja no domínio do consciente, seja no domínio do inconsciente, e que move a maior parte das atividades humanas. Seja em direção a reprodução colaborativa, seja em direção a competição.

Tomando como base o conceito de “equilíbrio autopoiético”, podemos então buscar o que podemos chamar de tentativa de equilíbrio, através do “conhecimento pertinente” como o denomina Edgar Morin, equilíbrio este que, minimizando desperdício, imitando a natureza, nos afaste dos conflitos e da incompreensão da natureza humana em toda a sua extensão, desde a sua condição de ser biológico até a sua aglutinação social, sob as mais diversas formas, desde a vizinhanças do prédio até ao país e ao coletivo ideológico. Para tanto é necessário não mais ver o mundo sob a perspectiva fragmentária mas percebendo a complexidade de sua existência. Como dizia Dag Hammarskjöld,3 “olhar para as estrelas, através da copa das árvores”. Edgar Morin organizou e formalizou este pensamento, o pensamento da complexidade, como forma de evitar a fragmentação da percepção da realidade; daí evitando os conflitos destrutivos. Entendo que aí reside uma das principais missões dos educadores modernos: fazer perceber a realidade4 e capacitar a melhorá-la.

II- Interdependência e Complexidade

O conceito da interdependência, derivado do princípio da autopoiese como dito anteriormente, parte do fato que qualquer sistema produtivo, só e somente só alcançará o seu objetivo, gerar um produto repetidamente, se estabelecer com o mundo externo, via sistemas colaborativos, relações múltiplas de troca e de energia e, por sua vez, ser colaborativo com outros sistemas. Ou seja, só terá sucesso se colaborar com outros sistemas e se se comportar colaborativamente com demais outros..
Para exemplificar este princípio fizemos no passado (no livro “A árvore da acácia”) uma analogia com um sistema de produção que a natureza engendrou para produção de energia para a célula utilizando um outro pequeno sistema, ou pequeno órgão (organela), uma outra célula com a função de tratar da sua “respiração”, ou metabolismo. Os cientistas acreditam que essa organela, a mitocôndria, inicialmente era um ser procarioto que invadiu ou foi fagocitado por outro organismo primitivo. Não se sabe o real motivo, mas esse procarioto não foi digerido e as duas células passaram a viver em simbiose. O mecanismo bioquímico que funciona nesta organela, foi descrito pelo cientista William Krebs (1918-2009) Prêmio Nobel de 1992, daí o nome que é dado a este mecanismo, descrito como ciclo do ácido tricarboxílico, ou Ciclo de Krebs.

O principal produto ou função da mitocôndria é agir como via final comum de oxidação das moléculas orgânicas (carbonatos, lípidos, aminoácidos), através da acetil-CoA e seu substrato. Ou seja, tendo como produto principal a molécula de ATP , o faz gerando ainda produtos associados como é o caso do ácido pirúvico, e este por sua vez é utilizado na produção de outros três produtos associados: acetil-coenzima A, gás carbônico e hidrogênios. O CO2 é liberado e os hidrogênios são capturados por uma molécula de NADH25 formadas nessa reação.

Como podemos ver a natureza engendrou uma solução através da associação de sistemas colaborativos para o metabolismo, através de um outro sistema previamente existente, e passou a gerar ainda outros subprodutos. A produção de ATP pela mitocôndria para uma célula de um outro sistema, se faz associando colaborativamente outros subsistemas gerando outros subprodutos, que são também utilizados no processo produtivo.

Não é objeto deste documento expor a perfeição do equilíbrio termodinâmico das reações que ocorrem neste sistema, ou melhor, nestes sistemas. Mas esta analogia descrita em 2000 no “Arvore da acácia” serviu como “prova” de cooperação simbiótica que a natureza deu, onde dois sistemas distintos aplicaram o princípio de autopoiese para gerar um terceiro.

Para que houvesse sucesso neste processo estabeleceu-se uma interdependência entre vários estratos dos sistemas vivos, complexos por natureza. Tal interdependência exerce uma complexidade que é própria para a sustentação da vida. Complexidade é a marca da vida; vida implica em complexidade.


III – Equilíbrio e Antagonismo

Como antes mencionado, a sobrevivência, ou vivência melhor dizendo, dos sistemas complexos implica no equilíbrio entre cooperação e competição entre sistemas. Com esta informação podemos deduzir que a sobrevivência de um sistema implica por sua vez na sobrevivência de vários.

Com um pouco mais de dedução podemos também afirmar que o conjunto dos sistemas vivos, e aí se inclui a sociedade humana, é democrática na sobrevivência e na morte, pois que depende a sobrevivência de metade mais um de sua população. È claro que estando se utilizando agora desta metáfora, não estará distante a convicção de que existirá um número tal que menor que este todo o sistema vivo colapsa. Aliás, todo o sistema natural ou artificial depende e está sujeito a esta proporcionalidade.

A percepção desta proporcionalidade foi realçada a partir da obra do cientista austríaco Ludwig von Bertallanfy que cria a “Teoria Geral dos Sistemas” em 1950 e que mostra os níveis populacionais em culturas sendo equilibrados por processos de competição versus colaboração, absolutamente visível na curva “S”, ou curva logística. Ver o magnífico trabalho Modelo de von Bertalanffy generalizado aplicado as curvas de crescimento animal”6

Como podemos perceber, com base no exposto até aqui, é que a colaboração e competição são processos que estão intrinsecamente ligados na manutenção da vida. Na bioquímica tal dualidade se apresenta como sistemas agonistas e antagonistas que convivem e colaboram para a estabilidade. O conhecimento sobre antagonismo em sistemas bioquímicos é desenvolvido na pesquisa científica na busca da saúde 7. Os processos de estabilidade sempre estarão garantidos pela existência de antagônicos. Ou seja, competitivos mas colaborativos.

A partir da aquisição do conceito biológico “agonista / antagonista” podemos então estendê-lo a ao conhecimento de sistemas de mais alto nível, seja na psicanálise, seja na psicologia e também aplicadas ao cabedal pedagógico quando se defronta com questões da alteridade. O outro antagônico passa ser elemento de construção no lugar de destruição. Pode-se dizer que perceber tal complexidade no devir da atividade pedagógica implicará na prática dos princípios anunciados por Edgar Morin.

Procuramos pavimentar o caminho da epistemologia da complexidade com analogia biológica, mas sabemos que poderíamos partir de análogos de outras áreas do conhecimento. Assim como a Teoria Gral dos Sistemas de Bertallanfy serve à evolução da ciência da administração que está permeada por complexos sistemas da atividade econômica, da logística, etc..., a ciência da Educação estará submetida a complexidade das agonistas ações didáticas e de seus antagonistas processos da criação e da imaginação, que ao mesmo tempo que competem pela atenção e dedicação, auxiliam na percepção da realidade em que se inserem “ensinantes e “aprendentes”, como diria Paulo Freire.

V – A teoria e a experiência

Ainda que baseado nosso pensamento nos conhecimentos herdados desde outras categorias, como vimos até aqui, nós os “ensinantes”, temos a responsabilidade de incentivar e de viabilizar a descoberta, a criatividade e a curiosidade nos corações e mentes dos “aprendentes”. Em síntese, temos que, como se refere Hannah Arendt, “ter independência do conhecimento”.
Ainda que entendendo, ou tentando entender, a dualidade do processo cooperativo das contradições, nem somos obrigados a nos ater as categorizações, nem tampouco depender de experiências alheias. Pode parecer ser uma contradição com o princípio de evolução da ciência através da acumulação de conhecimento; mas não é, pois é através de rupturas e saltos que se dá a evolução. Quando se trata de evolução do conhecimento, o equilíbrio quer dizer mesmo evolução, ou ruptura. E somente se consegue a ruptura evolutiva, com a busca da sabedoria. Apresentamos exemplos de analogias com sistemas biológicos, mesmo sem ter a certeza absoluta das comparações. Não se trata aqui de ter certeza, de se apoderar da verdade, não é uma “verdade matemática”; apenas vemos que buscar a sabedoria implica em aceitar as contradições e inconsistências da “verdade estabelecida”.
A própria evolução matemática acaba esbarrando em contradição, e levou muito tempo para ser percebida, apenas nos anos trinta do século passado (século XX), e teorizada por Kurt Gödel nos dois teoremas conhecidos como os teoremas da incompletude de Gödel, abaixo simplificadamente apresentados:

Teorema 1: "Qualquer teoria ...capaz de apresentar algumas verdades básicas de aritmética não pode ser simultaneamente completa e consistente. Isto é, sempre há em uma teoria dita consistente, proposições verdadeiras que não podem ser demonstradas nem negadas."
Teorema 2: "Uma teoria, recursivamente enumerável e capaz de expressar verdades básicas da aritmética e alguns enunciados da teoria da prova pode provar sua própria consistência se, e somente se, for inconsistente.”
É por este motivo então que, baseado na essência destes dois teoremas, que, mesmo acreditando honestamente no que se apresentou, somos obrigados humildemente a perseguir a sabedoria, mais do que o conhecimento, principalmente quando a nossa missão é apresentar e desafiar a complexidade nas mentes “aprendentes”.

Passar da informação para o conhecimento, requer a busca das contradições e dos agonistas/antagonistas; mas passar do conhecimento para a sabedoria requer a experiência. É famosa a frase de Gilles Deleuze : “ Jamais interprete, experimente”.
Cabe ao processo pedagógico, se realmente quer chegar a um resultado que possa se chamar de sucesso, tentar estabelecer a contradição, copiar a natureza que evolui e se equilibra por meio de opostos, cooperação / competição, agonistas / antagonistas, sempre na busca da utópica verdade. Cabe experimentar.

ANEXO

Sete princípios de Edgard Morin
As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão
O conhecimento deve preparar o indivíduo para enfrentar os riscos e as situações da vida diária com sabedoria e discernimento. Para tal, é necessário que a educação desenvolva as características cerebrais, mentais e culturais para não induzirem ao erro ou ilusão.
Os princípios do conhecimento pertinente
É primordial que os educadores apresentem aos seus alunos realidades locais ao mesmo tempo em que as contextualizem com acontecimentos do mundo. Isso porque acontecimentos e conhecimentos fragmentados dificultam o entendimento e o conhecimento global.
Ensinar a condição humana
O ser humano é uma unidade complexa. É um ser que ao mesmo tempo é físico, biológico, psíquico, cultural, social e histórico. Assim, as disciplinas escolares devem integrar os conteúdos promovendo o desenvolvimento do humano na sua totalidade.
Ensinar a identidade terrena
Mostrar aos educandos que o acontecimento da localidade interfere na totalidade e que tudo está interligado, ou seja, as decisões e atitudes de um local podem atingir toda a humanidade pois vivemos em uma imensa comunidade, com destino comum.
Enfrentar as incertezas
É preciso saber lidar com as incertezas, limitações, imprevistos e novidades que surgem a cada dia. A escola deve preparar os alunos para que sejam capazes de enfrentar esses desafios inesperados, fortalecendo as suas estruturas mentais e assim resolvendo seus problemas de modo construtivo baseado em situações anteriores.
Ensinar a compreensão
A comunicação não garante a compreensão e um dos obstáculos da educação é a compreensão. Muitas vezes o mal entendido gera conflitos e a diferença de cultura, a falta de respeito à liberdade e o egocentrismo são fatores que devem ser observados para compreender o outro e o eu. A compreensão favorece o pensar pessoal e global.
Para Morin,“se descobrirmos que somos todos seres falíveis, frágeis, insuficientes, carentes, então podemos descobrir que todos necessitamos de mútua compreensão.” (p.100)
Faz-se necessário compreender o outro para que nesta troca também sejamos compreendidos.


Mitocôndria
As mitocôndrias são as organelas celulares responsáveis pela respiração celular, processo no qual as células conseguem produzir ATP por meio da oxidação de moléculas orgânicas. O ATP é a molécula que armazena energia para as principais atividades celulares. Graças a essa função, o número de mitocôndrias é maior em locais que requerem alto gasto de energia. As células do fígado, por exemplo, apresentam em média duas mil mitocôndrias.
Essas organelas são pequenas, apresentando-se com 1,5 a 10 mícron de comprimento e até 1 mícron de diâmetro, tamanho similar ao de bactérias. Seu formato é variável, mas normalmente possuem a forma de bastonete e são encontradas em basicamente todas as células eucarióticas.
A mitocôndria apresenta dupla membrana lipoproteica, sendo a mais externa lisa e a mais interna com invaginações que formam a crista mitocondrial. A membrana interna é um local de síntese de ATP e, além disso, delimita a matriz mitocondrial, local onde estão presentes o DNA e RNA mitocondriais, enzimas que participarão da respiração celular e ribossomos. O DNA nessas organelas é circular, o que lembra o DNA de bactérias.
A presença de DNA próprio confere a essas organelas algumas peculiaridades. As mitocôndrias possuem capacidade de autoduplicação, dividem-se por fissão. Além disso, são chamadas de semiautônomas, pois conseguem sintetizar algumas proteínas necessárias a elas, entretanto não produzem todas.
Vale destacar que o DNA mitocondrial é uma herança apenas materna, pois, no processo de fecundação, as mitocôndrias paternas degeneram-se e, portanto, apenas as presentes no gameta feminino foram multiplicadas durante a formação do embrião. Sendo assim, a sequência desse DNA é idêntica para todos os nossos parentes por parte de mãe.
Em razão da presença de DNA e RNA próprios, além da dupla membrana, capacidade de autoduplicação e semelhança genética e química com algumas bactérias, os cientistas acreditam que essa organela inicialmente era um ser procarioto que invadiu ou foi fagocitado por outro organismo primitivo. Não se sabe o real motivo, mas esse procarioto não foi digerido e as duas células passaram a viver em simbiose. Essa teoria é chamada de teoria endossimbiótica e também explica a origem dos plastos nas células vegetais. É interessante notar que em uma célula vegetal, por exemplo, são encontrados três tipos de DNA: o encontrado no núcleo, o encontrado na mitocôndria e o dos plastídeos.
Por Ma. Vanessa dos Santos


1Edgar Morin - “Introdução ao Pensamento Complexo” - Editora Sulina 2011
2Giles Deleuze – Importante filósofo francês, que junto com Guattari explora temas filosóficos ecléticos, como rizoma, evento , diferença, sentido,etc...
3Dak Hammarskjöld, diplomata sueco, ex-Secretário Geral da ONU (1953-1961), falecido em 1961 na atual Zâmbia, quando seu avião foi abatido por um míssil, ou metralhado, não se sabe..
4Ver a obra de Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, todos empenhados na missão evolutiva frente as contradições de seu mundo.
5 Nicotinamide adenine dinucleotide) ou nicotinamida adenina dinucleotídeo ou ainda difosfopiridina nucleotídeo é uma coenzima que apresenta dois estados de oxidação: NAD+ (oxidado) e NADH (reduzido).
6 -Juliana Scapim - Departamento de Matemática Aplicada, IMECC - UNICAMP,
- Rodney C. Bassanezi - Centro de Matemática,Computação e Cognição, UFABC, Santo André/SP, Brasil
7Ana Maria de Oliveira Prof. Dra.Dep. Farmacologia /FCFRP/USP : “ Effect of pretreatment with losartan or converting-enzyme-inhibitor on the reactivity of rat carotid artery after the positioning of a silicone collar.. In: 2nd International Forum on Angiotensin II Receptor Antagonism, 2001, Monte Carlo. Abstract Book, 2001. v. -. p. 25. “